domingo, 17 de agosto de 2014

VII-DUPLA VISTA- O Livro dos Espíritos, Allan Kardec ,CAPÍTULO VIII– EMANCIPAÇÃO DA ALMA- LIVRO SEGUNDO

LIVRO SEGUNDO
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII– EMANCIPAÇÃO DA ALMA
VII- Dupla Vista
(Questões 447 à 454)

O fenômeno designado pelo nome de dupla vista é a mesma coisa que o sonho e o sonambulismo. Isso a que chamas dupla vista é ainda o Espírito em maior liberdade, embora o corpo não esteja adormecido. A dupla vista é a vista da alma.
A faculdade da dupla vista é permanente; o seu exercício, não. Nos mundos menos materiais que o vosso, os Espíritos se desprendem mais facilmente e se põem em comunicação apenas pelo pensamento, sem excluir, entretanto, a linguagem articulada; também a dupla vista é para a maioria uma faculdade permanente; seu estado normal pode ser comparado ao dos vossos sonâmbulos lúcidos, e essa é também a razão por que eles se manifestam a vós mais facilmente do que os encarnados de corpos mais grosseiros.

A dupla vista, geralmente, se desenvolve espontaneamente, mas a vontade também, muitas vezes, desempenha um grande papel. Assim, podes tomar, por exemplo, certas pessoas chamadas leitoras da sorte, algumas das quais possuem esta faculdade de dupla vista e nisso a que chamas visão.

A dupla vista é suscetível de se desenvolver pelo exercício, pois o trabalho sempre conduz ao progresso, e o véu que encobre as coisas se torna transparente.

Esta faculdade se liga à organização física, pois que a organização desempenha o seu papel; há organizações que se mostram refratárias, resistentes.       

Quando a dupla vista pareça hereditária em cenas familiares, é devido à similitude de organizações, que se transmite, como as outras qualidades físicas; e depois, desenvolvimento da faculdade por uma espécie de educação, que também se transmite de um para outro.

É verdade que certas circunstâncias desenvolvem a dupla vista. Circunstâncias tais como a doença, a proximidade de um perigo, uma grande comoção pode desenvolve-la. O corpo se encontra às vezes num estado particular que permite ao Espírito ver o que não podeis ver com os olhos do corpo.

  Comentário de Kardec: Os tempos de crise e de calamidades, as grandes emoções todas as causas enfim, de superexcitação moral provocam às vezes o desenvolvimento da dupla vista. Parece que a Providência nos dá, em presença do perigo, o meio de conjugar.  Todas as seitas e todos os partidos perseguidos oferecem numerosos exemplos a respeito.

As pessoas dotadas de dupla vista nem sempre têm consciência disso; para elas é coisa inteiramente natural, e muitas dessas pessoas acreditam que se todos se observassem nesse sentido, perceberiam ser como elas.

A perspicácia de certas pessoas que, sem nada terem de extraordinário, julgam as coisas com mais precisão do que as outras, está no fato de que é sempre sua alma que irradia mais livremente e julga melhor do que sob o véu da matéria.                                             

Esta faculdade pode, em certos casos, dar a presciência (pressentimento) das coisas; ela dá também os pressentimentos, porque há muitos graus desta  faculdade e o mesmo indivíduo  pode ter todos os graus ou não ter mais do que alguns.


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