CAPÍTULO IX
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
A AFABILIDADE E A DOÇURA
“O mundo está cheio dessas pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são brandas, contanto que nada as machuque, mas que mordem a menor contrariedade; cuja língua, dourada quando falam face a face se transmuda em dardo envenenado, quando estão por detrás.”
· A afabilidade e a doçura são frutos da benevolência para com os semelhantes.
· Deve-se ter cuidado com as aparências, cuja educação e o hábito podem proporcionar.
· A esta classe pertencem esse homens benignos por fora e que, tiranos domésticos, fazem sofre sua família e seus subordinados, o peso do seu orgulho e dos seu despotismo, como querendo-se compensar do constrangimento que se impuseram alhures. Não se atrevem em usar de autoridade com estranhos, desejam ser temidos pelos que conhecem. Sua vaidade alegra-se por dizer: “Aqui eu mando e sou obedecido” sem pensar que poderiam acrescentar com mais razão: “E sou detestado”.
· Não basta quedos lábios gotejem leite e mel se o coração nada tem com isso, há hipocrisia.
· Aqueles cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se contradiz; é o mesmo diante do mundo e na intimidade; ele sabe, aliás, que se pode enganar os homens, pelas aparências mas não pode enganar a Deus (LÁZARO, Paris, 1861)
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