O porquê do esquecimento
Deus nos concede a cada nova
encarnação a dádiva do esquecimento do passado, para que possamos ter uma nova
oportunidade de construir uma vida nova, distante dos erros já cometidos no
passado.
Sem esse esquecimento do passado,
não teríamos a mínima chance, menos ainda condições psicológicas e emocionais
de para encontrar motivações que nos levem à autotransformação, na escalada da
vida espiritual.
Havendo a lembrança de todos os
nossos erros do passado, os mais horrendos possíveis cometidos em vidas
pretéritas, estaríamos condenados à vergonha, ao remorso, ao rancor, à mágoa,
sentimentos constantemente presentes entre as entidades que nos tem dado
comunicação nas reuniões mediúnicas de desobsessão ocorridas na Casa da
Caridade.
Esses sentimentos, estando
presentes em nossos corações durante a encarnação desencadearia uma série de
conflitos entre aqueles com os quais convivemos familiarmente, no trabalho, na
comunidade em que vive. Dessa forma, não seria possível reconstruir entre
estes, os laços de afetos regados pelo amor verdadeiro construído ao longo
dessa encarnação.
Ao contrário disso, nós
encarnados devemos concentrar todas as nossas energias nas realizações mais
nobres, na consolidação de uma vida centrada no amor e na razão, pois que toda
atitude deverá ser submetida ao crivo da razão e apelos do bom senso, a fim de
que as escolhas provenientes do uso do livre-arbítrio possam estar sempre no
caminho do bem.
Para isso, é indispensável
tomarmos a consciência de que somos ainda muito limitados e carecemos de
grandes virtudes para evoluirmos, que ainda não dominamos em nosso ser.
Contudo, deve-se lutar contra o
desânimo e a desolação; compreender que não deve se cobrar tanto ao ponto de se
martirizar, porque não consegue atender aos padrões de comportamento e condutar
determinados pelo extremo rigor.
Cada pequena conquista, ao final,
se apresentará como uma grande batalha na evolução.
A proposta apresentada àqueles
que estão dispostos a se transformar está na tomada de consciência de nossas
atitudes negativas, mais impetuosas, para combate-las quando vierem à tona,
adotando comportamentos contrários a elas.
Desenvolver o senso-crítico para
se permitir analisar e julgar os seus próprios pensamentos, a fim de que nossas
más inclinações, omitidas pelo “véu do esquecimento”, não se apresente em
nossas atitudes.
A mudança interior se inicia pelo
combate aos pensamentos e sentimentos porque estes ainda se encontram na alçada
da intenção e do coração, respectivamente. Esse é o momento de refletir nossas
ações, que irão modificar a exteriorização do que sentimos e pensamos.
É preciso compreender que cada
pequena conquista obtida na vida, já é um pequeno passo no caminho da evolução.
De nada adianta se martirizar! Reflita a cada dia de sua vida como uma nova
oportunidade de constituir algo novo, construtivo a favor da sua evolução
espiritual. E ao final do seu dia, pergunte-se sempre: O que eu fiz de bom no
dia de hoje? E quando encontrar a resposta se predisponha a construir o dia de
amanhã ainda melhor.
Não é preciso lembrar o passado.
É preciso refletir o presente que é a única oportunidade de construir um futuro
melhor. Ao refletir o presente, você estará se sensibilizando às suas mais
profundas inspirações de maneira que será sempre intuído a tomar decisões e
escolhas certas. Haverá sempre um Anjo Bondoso soprando aos seus ouvidos o
melhor cominho a seguir. Escute-o através da vigilância na reflexão e da
oração.
A importância do esquecimento
está em não podermos responsabilizar ou culpar ninguém por nossas vivências
atuais. Como exatamente o que plantamos, é uma nova vida! Porém, certamente
vivemos situações que nos propiciam o resgate de nossas diferenças em relação
àqueles contra os quais contraímos dívidas em vidas passadas.
Às lembranças do passado, estão
reservadas apenas aos chamados da Espiritualidade, durante o descanso do corpo
material, e restaura suas forças para o recomeço de um novo dia.
A proposta do Espiritismo é
convidá-lo a viver a realidade de suas possibilidades nesta vida, dentro dos
limites, do bom senso e atendendo aos apelos da razão. Aceitar que o passado já
não poder mais ser modificado, e tratar de construir um presente digno de um
futuro maravilhoso que nos aguarda no porvir.
Vida e Paz!
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