LIVRO SEGUNDO
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII– EMANCIPAÇÃO DA ALMA
IV- Letargia, Catalepsia, Morte Aparente
(Questões 422 à 424)
Os letárgicos e os catalépticos veem e ouvem geralmente o que se passa em torno deles, mas não podem manifestá-lo; Eles veem e ouvem pelo Espírito; o Espírito está consciente, mas não pode comunicar-se.
Não pode comunicar-se, devido ao estado do corpo se opõe a isso. Esse estado particular dos órgãos vos dá a prova de que existe no homem alguma coisa além do corpo, pois o corpo não está funcionando e o Espírito continua a agir.
Na letargia, o Espírito pode separar-se inteiramente do corpo de maneira a dar a este todas as aparências da morte, pois na letargia, o corpo não está morto, pois há funções que continuam a realizar-se; a vitalidade se encontra em estado latente, como na crisálida mas não se extingue. Ora, o Espírito está ligado ao corpo, enquanto ele vive; uma vez rompidos os laços pela morte real e pela desagregação dos órgãos a separação é completa e o Espírito não volta mais. Quando um homem aparentemente morta volta à vida, é que a morte não estava consumada.
Pode-se, através de cuidados dispensados a tempo, renovar os laços a se romperem e devolver à vida um ser que, sem esses recursos morreria realmente, e disso tendes prova todos os dias. O magnetismo é nesses casos, muitas vezes, um meio poderoso, porque dá ao corpo o fluido vital que lhe falta e que era insuficiente para entreter o funcionamento dos órgãos.
Comentário de Kardec: A letargia e a catalepsia têm o mesmo princípio, que é a perda momentânea da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda explicada. Elas diferem entre si em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral dando ao corpo todas as aparências da morte, e, na catalepsia, é localizada e pode afetar uma parte mais ou menos extensa do corpo, de maneira a deixar a inteligência livre para se manifestar, o que não permite confundi-la com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é às vezes espontânea, mas pode ser provocada e desfeita artificialmente pela ação magnética.
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