II- INFLUÊNCIA OCULTA SOBRE OS NOSSOS PENSAMENTOS E AS NOSSAS AÇÕES,,CAPÍTULO IX– INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO- LIVRO SEGUNDO

LIVRO SEGUNDO
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX– INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO
II- Influência Oculta sobre os nossos Pensamentos e as nossas Ações
(Questão 459 à 472)

Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações muito mais do que se supõe, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem.

Vossa alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto, e frequentemente bastante contraditórios. Pois bem, nesse conjunto de pensamentos há sempre os vossos e os dos Espíritos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas ideias que se combatem.

Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que vos ocorrem no primeiro impulso. De resto, não há grande interesse para vós nessa distinção e é frequentemente útil não o saberdes: o homem age mais livremente; se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade; se tomar o mau caminho, sua responsabilidade será maior.

Os homens de inteligência e de gênio tiram nem sempre suas ideias de si mesmos. Algumas vezes as ideias surgem de seu próprio Espírito, mas frequentemente lhes são sugeridas por outros Espíritos, que os julgam capazes de as compreender e dignos de as transmitir. Quando eles não as encontram em si mesmos, apelam para a inspiração; é uma evocação que fazem, sem o suspeitar.

 Comentário de Kardec: Se fosse útil que pudéssemos distinguir os nossos próprios pensamentos daqueles que nos sãos sugeridos. Deus nos teria dado o meio de fazê-lo, como nos deu o de distinguir o dia e a noite.  Quando uma coisa permanece vaga, é assim que deve ser para o nosso bem.

O primeiro impulso nem sempre é bom; pode ser bom ou mau, segundo a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom para aquele que ouve as boas inspirações.

Para distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito, estudai a coisa: os bons Espíritos não aconselham senão o bem; cabe a vós distinguir.

Os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal para vos fazer sofrer com eles. Isso não lhes diminui o sofrimento, mas eles o fazem por inveja dos seres mais felizes. Querem fazer-nos provar dos sofrimentos que os que decorrem de pertencer a uma ordem inferior e estar distante de Deus.

Os espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a experimentar a fé e a constância dos homens no bem. Tu, sendo Espírito, deves progredir na ciência do infinito, e é por isso que passas pelas provas do mal para chegar ao bem. 

Nossa missão é a de colocar-te no bom caminho, e quando más influências agem sobre ti, és tu que as chamas, , pelo desejo do mal, porque os Espíritos inferiores vêm em teu auxílio no mal, quando tens a vontade de o cometer; eles não podem ajudar-te no mal, senão quando tu desejas o mal. Se pés inclinado ao assassínio, pois bem, terás uma nuvem de espíritos que entreterão esse pensamento em ti; mas também terás outros que tratarão de influenciar-te para o bem, o que faz que se reequilibre a balança e te deixe senhor de ti.

O homem pode se afastar da influência dos Espíritos que o incitam ao mal, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos.                   

Os Espíritos cuja influência é repelida pela vontade do homem renunciam às suas tentativas, pois quando nada têm a fazer, abandonam o campo. Não obstante, espreitam o momento favorável, como o gato espreita o rato.

O meio pelo qual se pode neutralizar a influência dos maus Espíritos é fazendo o bem e colocando toda a vossa confiança em Deus, repelis a influência dos Espíritos inferiores e destruís o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de escutar as sugestões dos Espíritos que suscitem em vós os maus pensamentos, que insuflam a discórdia e excitam em vós todas as más paixões. Desconfiai sobretudo dos que exaltam o vosso orgulho, porque eles vos atacam na vossa fraqueza. Eis porque Jesus vos faz dizer na oração dominical: “Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!”.    

Os Espíritos que procuram induzir-nos ao mal, e que, assim, põem à prova a nossa firmeza no bem, jamais receberam a missão de fazer o mal; quando ele o faz, é pela sua própria vontade, e consequentemente terá de sofrer as conseqüências. Deus pode deixá-lo fazer para vos provar, mas jamais o ordena e cabe a vós repeli-lo.

Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível ou de satisfação interior sem causa conhecida, é quase sempre um efeito das comunicações que, sem o saber, tivestes com os Espíritos, ou das relações que tivestes com eles durante o sono.

 Os Espíritos que desejam incitar-nos ao mal aproveitam a circunstância, mas frequentemente a provocam, empurrando-vos sem o perceberdes para o objeto da vossa ambição. Assim, por exemplo, um homem encontra no seu caminho uma certa quantia: não acrediteis que foram os Espíritos que puseram o dinheiro ali, mas eles podem dar ao homem o pensamento de se dirigir naquela direção, e então lhe sugerem apoderar-se dele, enquanto outros lhes sugerem devolver o dinheiro ao dono. Acontece o mesmo em todas as outras tentações.



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