Filhos, a compreensão é a virtude que vos predispõe naturalmente ao
perdão.
Compreendei para perdoar.
Não conserveis ressentimentos no coração, sabendo que aquele que vos
decepciona é um companheiro vencido pelos seus próprios conflitos.
Não exijais dos outros infalibilidade.
Os amigos que seguem ao vosso lado, qual vos acontece, são espíritos
assinalados por muitas limitações, aparentando exteriormente o que ainda não
são.
Compadecei-vos das mazelas alheias, não sobrecarregando os ombros
daqueles que avançam, mal se aguentando ao peso da cruz.
Não condicioneis a vossa conduta no bem à conduta de quem quer que
seja; que a vossa fé não dependa da demonstração de fé dos que vos inspiram
na jornada...
Somente em Jesus Cristo devereis vos encorajar na luta.
Os irmãos de crença espírita, principalmente os que se encontram
servindo na mediunidade e os que ocupam posições de liderança, são, afinal,
espíritos comprometidos com o passado: nenhum deles se encontra imune ao
assédio das trevas.
Não raro, o personalismo e a vaidade apenas ocultam nas almas uma
estamenha de chagas...
Os que intentam brilhar para o mundo estão longe de possuir luz
própria.
A rigor, muitos de nós outros não estamos ainda sequer preparados para
uma maior proximidade com o Cristo - a possibilidade de semelhante
convivência mais estreita nos levaria ao delírio.
Quem, há séculos, se habituou nas sombras, só gradativamente se
acostuma à claridade.
O homem sem maior entendimento do Evangelho transfere a sua ambição concernente às coisas materiais para as coisas divinas.
Os apóstolos não chegaram a disputar entre si a primazia de estarem,
no Reino Celeste, ao lado do Senhor?
Assim, tomai vós mesmos a iniciativa da exemplificação e da coragem
de vivenciar, de forma irrepreensível, a crença que abraçastes.
Livro: Coragem da Fé
Autor: Carlos A. BAccelli
Espírito: Bezerra de Menezes
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