LIVRO
SEGUNDO
MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO
VIII– EMANCIPAÇÃO DA ALMA
II-
Visitas Espíritas entre os Vivos.
(Questões 413 à 418)
Do princípio de emancipação da alma durante o sono deve-se notar que no
estado de emancipação, a vida do corpo cede lugar à da alma, mas não existem,
propriamente falando, duas existências; são antes duas fases da mesma
existência, porque o homem não vive de maneira dupla.
Duas pessoas que se conhecem podem visitar-se durante o sono, e
muitas outras que pensam não se conhecerem se encontram e conversam. Podes ter,
sem que o suspeites, amigos em outro país. O fato de visitardes, durante o
sono, um amigo, parentes, conhecidos, pessoas que vos podem ser úteis, é tão
frequente que o realizais quase todas as noites.
A utilidade dessas visitas noturnas, embora não as recordamos, ao
despertar, resta uma intuição que é quase sempre a origem de certas ideias que
surgem espontaneamente, sem que se possa explicá-las, e não são mais que as
ideias hauridas naqueles colóquios.
Não acontece que o homem pode provocar voluntariamente as visitas
espíritas, achando que ao adormecer, dizendo: “Esta noite quero encontrar-me em
espírito com tal pessoa; que isso vá acontecer. Eis o que
se passa: o homem dorme, seu Espírito desperta, e o que o homem havia resolvido
o Espírito está, muitas vezes, bem longe de o seguir, porque a vida do homem
interessa pouco ao Espírito, quando ele se liberta da matéria. Isto para os
homens já bastante elevados, pois os outros passam de maneira inteiramente
diversa a sua existência espiritual: entregam-se às paixões ou permanecem em
inatividade. Pode acontecer, portanto, que, segundo o motivo que se propôs, o
Espírito vá visitar as pessoas que deseja: mas o fato de o haver desejado
quando em vigília não é razão para que o faça.
Certo número de Espíritos encarnados pode então se reunir e
formar uma assembleia. Os laços de amizade, antigos ou novos, reúnem
assim, frequentemente, diversos Espíritos que se sentem felizes de se encontrar.
Comentário de Kardec: Pela
palavra “antigos” é necessário entender os laços de amizade contraídos em
existências anteriores. Trazemos ao acordar uma intuição das ideias que
haurimos nesses colóquios ocultos, mas ignoramos a fonte.
Uma pessoa que julgasse morto um de seus amigos, que na realidade não o
estivesse, poderia encontrar-se com ele em espírito e saber como está.
Se não lhe foi imposto como prova acreditar na morte do amigo, terá um
pressentimento de que ele vive, como poderá ter o de sua morte
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