LIVRO
SEGUNDO
MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO
IX– INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO
V- Afeição
dos Espíritos por certas pessoas.
(Questões 484 à 488)
Os bons
Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorar;
os Espíritos inferiores, com os homens viciosos ou que podem viciar-se: daí o
seu apego, resultante da semelhança de sensações.
A afeição
verdadeira nada tem de carnal; mas quando um Espírito se apega a uma pessoa,
nem sempre o faz por afeição, podendo existir no caso uma lembrança de paixões
humanas.
Os bons
Espíritos fazem todo o bem que podem e se sentem felizes com as vossas
alegrias. Eles se afligem com os vossos males, quando não os suportais com
resignação, porque então esses males não vos dão resultados, pois procedeis
como o doente que rejeita o remédio amargo destinado a curá-lo.
A espécie de mal que mais faz os Espíritos se afligirem por nós é o vosso
egoísmo e vossa dureza de coração: é disso que tudo deriva. Eles riem de todos
esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição e se rejubilam com
os que têm por fim abreviar o vosso tempo de prova.
Comentário de Kardec: Os
Espíritos, sabendo que a vida corporal é apenas transitória e que as
tribulações que a acompanham são meios de conduzir a um estado melhor, se
afligem mais pelas causas morais que podem distanciar-nos desse estado do que
pelos males físicos.
Os Espíritos pouco se importam com os infortúnios que só afetam as nossas
ideias mundanas, como fazemos com as aflições pueris da infância.
O Espírito que vê nas aflições da vida um meio de adiantamento para nós
considera-as como a crise momentânea que deve salvar o doente.
Compadece-se dos nossos sofrimentos como nos compadecemos dos sofrimentos
de um amigo mas vendo as coisas de um ponto de vista mais Justo, aprecia-os de
maneira diversa, e enquanto os bons reerguem a nossa coragem, no interesse do
nosso futuro os outros, tentando comprometer-nos, nos incitam ao desespero.
Nossos parentes e nossos amigos, que nos precederam na outra vida, tem
mais simpatia por nós do que os Espíritos que nos sãos estranhos,
e frequentemente vos protegem como Espíritos, de acordo com o seu poder.
Eles são muito sensíveis à afeição que lhes conservamos, mas
esquecem aqueles que os esquecem.
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