LIVRO
SEGUNDO
MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO
VIII– EMANCIPAÇÃO DA ALMA
VI-
Êxtase
(Questões
439 à 446)
A diferença entre o êxtase e o sonambulismo é que o êxtase é um sonambulismo mais apurado; a alma do extático (em estado de
êxtase) é mais independente.
O Espírito do extático penetra realmente nos mundos
superiores, pois ele os vê e compreende a felicidade dos que
os habitam; é por isso que desejaria permanecer neles. Mas há mundos
inacessíveis aos Espíritos que não estão bastante depurados.
Quando o extático (em estado de êxtase) exprime o
desejo de deixar a Terra, fala sinceramente e não o retém o instinto de
conservação a depender do grau de depuração do Espírito; se
ele vê a sua posição futura melhor que a vida presente, faz esforços para
romper os laços que o prendem à Terra.
Se abandonarmos o extático a si mesmo, sua alma
poderá abandonar definitivamente o corpo, pois ele
pode morrer e por isso é necessário chamá-lo, por meio de tudo o que pode
prendê-lo a este mundo e sobretudo fazendo-lhe entrever que, se quebrasse a
cadeia que o retém aqui, seria esse o verdadeiro meio de não ficar lá, onde vê
que seria feliz.
Há coisas que o extático pretende ver e que não são
evidentemente o produto de uma imaginação excitada pelas crenças e preconceitos
terrenos. O que ele vê é real para ele; mas, como
o seu Espírito está sempre sob a influência das ideias terrenas, ele pode ver à
sua maneira ou, melhor dito, exprimir numa linguagem de acordo com os seus
preconceitos e com as ideias em que foi criado, ou com as vossas, afim de
melhor se fazer compreender. E sobretudo nesse sentido que ele pode errar.
O grau de confiança que se pode depositar nas
revelações dos extáticos depende muito. O
extático pode enganar-se muito frequentemente, sobretudo quando ele quer
penetrar aquilo que deve permanecer um mistério para o homem porque então se
abandona às suas próprias ideias ou se torna joguete de Espíritos enganadores
que se aproveitam do seu entusiasmo para o fascinar.
As conseqüências se podem tirar dos fenômenos do
sonambulismo e do êxtase seria como uma espécie de vida passada e a vida futura que o homem entrevê.
Que ele estude esses fenômenos e neles encontrará a solução de mais de um
mistério que a sua razão procura inutilmente penetrar.
Os fenômenos do sonambulismo e do êxtase não poderiam acomodar-se ao
materialismo, pois que aquele que os estuda de boa-fé e sem prevenções não
pode ser materialista nem ateu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário