domingo, 3 de agosto de 2014

II-MUNDOS TRANSITÓRIOS- O Livro dos Espíritos, Allan Kardec ,CAPÍTULO VI: Vida Espírita- LIVRO SEGUNDO

LIVRO SEGUNDO
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VI– VIDA ESPÍRITA
         II- Mundos Transitórios
             (Questões 234 à 236)

Existem, como foi dito, mundos que servem de estações ou de lugares de repouso aos Espíritos errantes. 

Há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que eles podem habitar temporariamente, espécie de acampamentos, de lugares em que possam repousar de erraticidade muito longas, que são sempre um pouco penosas. São posições intermediárias entre os mundos, graduados de acordo com a natureza dos Espíritos que podem atingi-los, e que neles gozam de maior ou menor bem-estar.

Os Espíritos que habitam esses mundos podem deixá-los à vontade, pois os Espíritos que se encontram nesses mundos podem deixá-los, para seguir o seu destino. Figurai-os como aves de arribação descendo numa ilha, para recuperarem suas forças e seguirem avante.

Os Espíritos progridem durante essas estações nos mundos transitórios. Os que assim se reúnem têm o fito de se instruírem e poder mais facilmente obter a permissão de ir a lugares melhores até chegar à posição dos eleitos.

Os mundos transitórios não são, por sua natureza especial, perpetuamente destinados aos Espíritos errantes, pois que sua posição é apenas temporária.

Eles não são ao mesmo tempo habitados por seres corpóreos, pois sua superfície é estéril. Os que os habitam não precisam de nada.

 Essa esterilidade não é permanente e se não liga à sua natureza especial. São estéreis transitoriamente.

 Não se pode dizer que esses mundos seriam, então, desprovidos de belezas naturais. A Natureza se traduz, pelas belezas da imensidade, que não são menos admiráveis do que as que chamais belezas naturais.

Sendo transitório o estado desses mundos, a Terra não terá um dia de estar entre eles, pois que já esteve, na época durante a sua formação.

Comentário de Kardec: Nada existe de inútil na Natureza: cada coisa tem a sua finalidade, a sua destinação; nada é vazio, tudo é habitado, a vida se expande por toda parte. Assim, durante a longa série de séculos que se escoou antes da aparição do homem sobre a Terra, durante os lentos períodos de transição atestados pelas camadas geológicas, antes mesmo da formação dos primeiros seres orgânicos, sobre essa massa informe, nesse árido caos em que os elementos se confundiam, não havia ausência de vida. Seres que não tinham as nossas necessidades, nem as nossas sensações físicas, ali encontravam refúgio. 

Deus quis que, mesmo nesse estado imperfeito, ela servisse para alguma coisa. Quem, pois, ousaria dizer que, entre os bilhões de mundos que circulam na imensidade, apenas um, e um dos menores, perdido na multidão, teve o privilégio exclusivo de ser povoado? Qual seria a utilidade dos outros? Deus só os teria feito para recrear os nossos olhos? Suposição absurda, incompatível com a sabedoria que brilha em todas as suas obras, inadmissíveis quando se pensa em todas as que não podemos perceber. 

Ninguém poderá negar que há, nesta ideia dos mundos ainda impróprios para a vida material, e, entretanto, povoados de seres apropriados ao seu estado, alguma coisa de grande e sublime, onde talvez se encontre a solução de mais de um problema.


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