CAPÍTULO XV
FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
O que é preciso para ser salvo. Parábola do bom Samaritano - O maior mandamento. – Necessidade da caridade segundo São Paulo. – Fora da Igreja não há salvação. – Fora da verdade não há salvação. – Instruções dos Espíritos: Fora da caridade não há salvação.
O QUE É PRECISO PARA SER SALVO.
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
Narra o evangelista Lucas (Lucas, 10:25-37) que Jesus Cristo, certa vez, procurado por um doutor da lei, este lhe perguntou: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Percebendo o objetivo capcioso da indagação, ele limitou-se a indagar: O que está escrito na lei? Como lês?
A réplica do escriba não tardou: Amará ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao próximo como a ti mesmo. Face o acerto da resposta, o Senhor lhe disse: Respondeste bem; faze isso e desfrutarás da vida eterna.
O inquiridor, entretanto, não ficou satisfeito e para justificar-se, aventurou nova pergunta: Quem é o meu próximo?
A fim de elucidar melhor a questão, o Cristo propôs-lhe uma parábola, dizendo:
Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais, após despojá-lo de tudo, espancaram-no, deixando-o moribundo à margem da estrada.
Coincidentemente descia pelo mesmo caminho um sacerdote. Vendo-o, passou de largo.
Logo a seguir descia um levita, cujo procedimento não foi diferente daquele do sacerdote.
Entretanto, dentro em pouco surge um samaritano que, vendo-o naquele estado deplorável, moveu-se de íntima compaixão e, descendo de sua cavalgadura, levou-o a uma hospedaria, onde continuou a cuidar dele.
Tendo que partir, no dia seguinte, deu dois dinheiros ao hospedeiro, recomendando-lhe que continuasse a dar-lhe assistência, prontificando-se a pagar, em sua volta, tudo aquilo que excedesse a importância deixada.
Após ensinar essa parábola, indagou Jesus: Qual destes três te parece que foi o próximo do homem que havia sido vítima dos salteadores, merecendo do doutor da lei a resposta: O que usou de misericórdia para com ele.
Diante desse discernimento aduziu o Senhor: Vai, e faze da mesma maneira.
O ensino propiciado por Jesus Cristo nessa edificante parábola é dos mais significativos, já que toda a sua moral se resume na caridade e na humildade, as duas virtudes contrarias ao egoísmo e ao orgulho, que são o caminho para a felicidade eterna.
Quando disse; “Bem aventurados os pobres de Espíritos...”
Quis dizer:
· Bem aventurados os humildes, porque deles é o reino dos céus;
· Bem aventurados os que tem puro o coração;
· Bem aventurados os que são brandos e pacíficos;
· Bem aventurados os que são misericordiosos;
· Amai o vosso próximo como a si mesmo;
· Fazei aos outros o que quereríeis que vos fizessem;
· Amai os vossos inimigos;
· Perdoai as vossas ofensas, se quiserdes ser perdoados;
· Fazei o bem sem ostentação;
· Julgai a vós mesmos antes de julgar os outros;
“Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar, e ele mesmo dá o exemplo; orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater; mas faz mais do que recomendar a caridade, coloca-a claramente, e em termos explícitos, como a condição absoluta da felicidade futura.”
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