LIVRO
SEGUNDO
MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO
IX– INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO
IX – Ação
dos Espíritos sobre os Fenômenos da Natureza
(Questões 536 à 540)
Os grandes fenômenos da Natureza, é preciso compreender que tudo
tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.
Esses fenômenos algumas vezes têm uma razão de ser diretamente
relacionado ao homem mas freqüentemente não tem outro objetivo que o
restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da Natureza.
Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primaria,
nisso como em todas as coisas; mas como sabemos que os Espíritos podem agir
sobre a matéria e que eles são os agentes da vontade de Deus porém alguns
dentre eles podem exercer uma influência sobre os elementos para os agitar,
acalmar ou dirigir; isso não pode ser de outra maneira. Deus não se
entrega a uma ação direta sobre a Natureza, mas tem os seus agentes dedicados,
em todos os graus da escala dos mundos.
A Mitologia dos antigos é inteiramente fundada sobre as ideias espíritas,
com a diferença de que consideravam os Espíritos como divindades. Ora, eles nos
representavam esses deuses ou esses Espíritos com atribuições especiais. Assim,
uns eram encarregados dos ventos, outros do raio, outros de presidir à
vegetação etc. Essa crença tão pouco destituída de fundamento que está ainda
muito aquém da verdade.
Esses
Espíritos não habitam precisamente a Terra, mas presidem e dirigem os fenômenos
segundo as suas atribuições. Um dia tereis a explicação de todos esses
fenômenos e os compreendereis melhor.
Os Espíritos que presidem aos fenômenos da Natureza formam uma categoria
especial no mundo espírita, são seres ou Espíritos que foram encarnados, ou que
o serão.
Esses Espíritos pertencem às ordens superiores ou inferiores da
hierarquia espírita, segundo o seu papel for mais ou menos material ou
inteligente; uns mandam, outros executam; os que executam as coisas materiais
são sempre de uma ordem inferior, entre os Espíritos como entre os homens.
Na produção de certos fenômenos, das tempestades, por exemplo, são
espíritos reunidos em massas inumeráveis.
Alguns Espíritos que agem sobre os fenômenos da Natureza agem com
conhecimento de causa em virtude de seu livre-arbítrio, ou por um impulso
instintivo e irrefletido; uns, sim; outros, não. Faço uma comparação: figurai
essas miríades de animais que pouco a pouco fazem surgir do mar as ilhas e os
arquipélagos; acreditais que não há nisso um objetivo providencial e que essa
transformação da face do globo não seja necessária para a harmonia geral? São,
entretanto, animais do último grau os que realizam essas coisas, enquanto vão
provendo às necessidades e sem perceberem que são instrumentos de Deus. Pois bem,
da mesma maneira os Espíritos mais atrasados são úteis ao conjunto; enquanto
eles ensaiam para a vida, e antes de terem plena consciência de seus atos e de
seu livre-arbítrio, agem sobre certos fenômenos de que são agentes sem o saberem.
Primeiro, executam; mais tarde, quando sua inteligência estiver desenvolvida,
comandarão e dirigirão as coisas do mundo material; mais tarde ainda, poderão
dirigir as coisas do mundo moral. É assim que tudo serve, tudo se encadeia na
Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo.
Admirável lei de harmonia, de que o vosso Espírito limitado ainda não pode
abranger o conjunto!
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