domingo, 31 de agosto de 2014

I- OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS, O Livro dos Espíritos, Allan kardec, Livro Segundo, CAPÍTULO X- Ocupações e Missões dos Espíritos

LIVRO SEGUNDO
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO X– OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
I-           Ocupações e Missões dos Espíritos
(Questões 558 à 584)

Os Espíritos Concorrem para a harmonia do Universo, executando a vontade de Deus, do qual são os ministros. A vida espírita é uma ocupação contínua, mas nada tem de penosa como a da Terra, pois não está sujeita à fadiga corpórea nem às angústias da necessidade.

Os Espíritos inferiores e imperfeitos desempenham também um papel útil no Universo, pois que todos têm deveres a cumprir. O último dos pedreiros não concorre também para a construção do edifício como o arquiteto?

Vale dizer que todos temos de habitar em toda parte e adquirir o conhecimento de todas as coisas, presidindo sucessivamente às funções concernentes a todos os planos do Universo. Mas, como se diz no Eclesiastes, há um tempo para cada coisa. Assim, este cumpre hoje o seu destino neste mundo, aquele o cumprirá ou já cumpriu em outro tempo, sobre a Terra, na água, no ar etc.

As funções que os Espíritos desempenham na ordem das coisas não são permanentes para cada um e nem pertencem às atribuições de certas classes. Todos devem percorrer os diferentes graus da escala, para se aperfeiçoarem. Deus, que é justo, não poderia ter dado a uns a ciência sem trabalho, enquanto outros só a adquirem de maneira penosa.

Comentário de Kardec: Da mesma maneira, entre os homens, ninguém chega ao supremo grau de habilidade numa arte qualquer sem ter adquirido os conhecimentos necessários na prática das funções mais ínfimas dessa arte.

Os Espíritos da ordem mais elevada, nada mais tendo a adquirir, entregam-se às suas ocupações, pois a eterna ociosidade seria um suplício eterno.

A natureza de suas ocupações está em receber diretamente as ordens de Deus, transmiti-las por todo o Universo e velar pela sua execução.

As ocupações dos Espíritos são incessantes, se entendermos que o seu pensamento está sempre em atividade, pois eles vivem pelo pensamento. Mas é necessário não equiparar as ocupações dos Espíritos com as ocupações materiais dos homens. Sua própria atividade é um gozo, pela consciência que eles têm de ser úteis.

Concebe-se isso para os bons Espíritos; mas não acontece o mesmo com os Espíritos inferiores, pois os Espíritos inferiores têm ocupações apropriadas à sua natureza. Confiais ao trabalhador braçal e ao ignorante os trabalhos do homem culto?

Entre os Espíritos há os que são ociosos ou que não se ocupem de alguma coisa útil, mas esse estado é temporário e subordinado ao desenvolvimento de sua inteligência. Certamente que os há, como entre os homens, vivendo apenas para si mesmos; mas essa ociosidade lhes pesa e, cedo ou tarde, o desejo de progredir lhes faz sentir a necessidade de atividade, e são então felizes de poderem tornar-se úteis. Falamos de Espíritos que atingiram o ponto necessário para terem consciência de si mesmos e de seu livre-arbítrio. Porque, em sua origem, eles são como crianças recém-nascidas que agem mais por instinto do que por uma vontade determinada.

Os Espíritos examinam os nossos trabalhos de arte e se interessam por eles.

Um Espírito que teve uma especialidade na Terra, um pintor, um     arquiteto, por exemplo, não necessariamente se interessa de preferência pelos trabalhos que constituíram o objeto de sua predileção durante a vida. Tudo se confunde num objetivo geral. Se for bom, se interessará por eles na proporção que lhe permitam ajudar a elevação das almas a Deus. Esqueceis, aliás, que um Espírito que praticou uma arte na existência em que o conhecestes, pode ter praticado outra em outra existência, porque é necessário que tudo saiba para tornar-se perfeito. Assim, segundo o seu grau de adiantamento, pode ser que nenhuma delas constitua uma especialidade para ele. E isso o que eu entendo quando digo que tudo se confunde num objetivo geral. Notai ainda isto: o que é sublime para vós, no vosso mundo atrasado, não passa de infantilidade, comparado com o que há nos mundos mais avançados. Como quereis que os Espíritos que habitam esses mundos, onde existem artes desconhecidas para vós, admirem o que, para eles, não é mais que um trabalho escolar? Já o disse: eles examinam aquilo que pode provar o progresso.

Concebemos que assim deve ser para os Espíritos bastante adiantados. Mas falamos dos Espíritos mais vulgares, que não se elevaram ainda acima das ideias terrenas. Para esses é diferente. Seu ponto de vista é mais limitado e podem admirar aquilo mesmo que admirais.

Os Espíritos vulgares se imiscuem algumas vezes em nossas ocupações e em nossos prazeres; estão incessantemente ao vosso redor e tomam parte, às vezes bastantes ativa, naquilo que/azeis, segundo a sua natureza. E é bom que o façam, para impulsionar os homens nos diferentes caminhos da vida, excitar ou moderar as suas paixões.

Comentário de Kardec: Os Espíritos se ocupam das coisas deste mundo na razão da sua elevação ou da sua inferioridade. Os Espíritos superiores têm, sem dúvida, a faculdade de as considerar nos seus mínimos aspectos, mas não o fazem senão na medida em que isso seja útil ao progresso. Os Espíritos inferiores somente ligam a essas coisas uma importância relativa ás lembranças que ainda estão presentes em sua memória, e às ideias materiais que ainda não foram extintas.

Os Espíritos que têm missões a cumprir cumprem-nas em estado errante ou encarnado, pois para certos Espíritos errantes essa é uma grande ocupação.

As missões de que podem ser encarregados os Espíritos errantes são tão variadas que seria impossível descrevê-las; existem aliás as que não poderíeis compreender. Os Espetos executam a vontade de Deus e não podeis penetrar todos os seus desígnios.

Comentário de Kardec:  As missões dos Espíritos têm sempre o bem por objeto. Seja como Espírito, seja como homens, são encarregados de ajudar o progresso da humanidade, dos povos, ou dos indivíduos num círculo de ideias mais ou menos largo, mais ou menos especial, de preparar as vias para certos acontecimentos, de velar pela realização de certas coisas. Alguns têm missões mais restritas e de certa maneira pessoais ou inteiramente locais, como de assistir aos doentes, os agonizantes, os aflitos, de velar pelos que estão sob a sua proteção de guias, de dirigi-los pelos seus conselhos ou pelos bons pensamentos que lhes surgem. Pode se dizer que há tantos gêneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, seja no mundo físico ou no mundo moral. O Espírito se adianta segundo a maneira por que desempenha a sua tarefa.

0s Espíritos nem sempre compreendem os desígnios que estão encarregados de executar. Há os que são instrumentos cegos, mas outros sabem muito bem com que objetivo agem.

Só há Espíritos elevados no cumprimento de missões, pois que a importância das missões está em relação com a capacidade e a oração do Espírito. O estafeta que leva um despacho cumpre também uma missão, que não é a do general.

A missão de um Espírito lhe é pedida e alegra-se de a obter. A mesma missão pode ser pedida por muitos Espíritos, sempre há muitos candidatos, mas nem todos são aceitos.

A missão dos Espíritos encarnados, consiste em instruir os homens, ajudá-los a avançar, melhorar as suas instituições por meios diretos e materiais. Mas as missões são mais ou menos gerais e importantes. Aquele que cultiva a terra cumpre uma missão, como aquele que governa ou aquele que instrui. Tudo se encadeia na Natureza; ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, também concorre por essa forma para o cumprimento dos desígnios da Providencia. Cada um tem a sua missão neste mundo, porque cada um pode ser útil em algum sentido.

A missão de pessoas voluntariamente inúteis na Terra se dá de maneira que efetivamente pessoas que só vivem para si mesmas e não sabem tomasse úteis para nada. São pobres seres que devemos lamentar, porque expiarão cruelmente sua inutilidade voluntária. Seu castigo começa frequentemente desde este mundo, pelo tédio e o desgosto da vida.

Pois se tinham o direito de escolha, por que preferiram uma vida que em nada lhes poderia aproveitar? Entre os Espíritos há também os preguiçosos que recuam diante de má vida de trabalho. Deus os deixa fazer; compreenderão mais tarde e à sua própria custa os inconvenientes de sua inutilidade e serão os primeiros a pedir para reparar o tempo perdido. Talvez, também, tenham escolhido uma vida mais útil, mas uma vez em ação a recusaram, deixando-se arrastar pelas sugestões dos Espíritos que os incitavam à ociosidade.

As ocupações comuns nos parecem antes deveres que missões propriamente ditas. A missão, segundo a ideia ligada a essa palavra, tem um sentido de importância menos exclusivo e sobretudo menos pessoal. Desse ponto de vista, se pode reconhecer que um homem tem uma missão real na Terra pelas grandes coisas que ele realiza, pelo progresso que faz os seus semelhantes realizarem.

Nem sempre, os homens que têm uma missão importante são predestinados a ela antes do nascimento e têm conhecimento disso; quando o tem, na maioria das vezes, o ignoram. Só têm um vago objetivo ao virem para a Terra; sua missão se desenha após o nascimento e segundo as circunstâncias. Deus os impulsiona pela via em que devem cumprir os seus desígnios.

Tudo o que um homem faz não é consequência de uma missão predestinada; ele é frequentemente o instrumento de que um Espírito se serve para fazer executar alguma coisa que considera útil. Por exemplo, um Espírito julga que seria bom escrever um livro que ele escreveria se estivesse encarnado; procura o escritor mais apto a compreender o seu pensamento e a executá-lo; dá-lhe então a ideia e o dirige na execução. Assim, este homem não veio à Terra com a missão de fazer a obra. Acontece o mesmo com alguns trabalhos de arte e com as descobertas. Deve-se dizer ainda que durante o sono do corpo o Espírito encarnado se comunica diretamente com o Espírito errante, e que se entendem sobre a execução.

O Espírito pode falir na sua missão, por sua culpa, se não for um Espírito superior.  Como consequências, terá de reiniciar a tarefa; está nisso a punição. Depois sofrerá as consequências do mal que tenha causado.

Pois que o Espírito recebe a sua missão de Deus, porém ELE não sabe se o seu general será vitorioso ou vencido. Ele o sabe, estais certo, e seus planos, quando importantes, não dependem desses que devem abandonar a obra em meio do trabalho. Toda a questão está, para vós, no conhecimento do futuro, que Deus possui mas que não vos é dado.
O Espírito que se encarna para cumprir uma missão não tem as mesmas apreensões daquele que o faz como prova visto que ele tem experiência.

Os homens que são os faróis do gênero humano, que o esclarecem pelo seu gênio, tem certamente uma missão. Mas no seu número há os que se enganam e que, ao lado de grandes verdades, difundem grandes erros. Devemos considerar sua missão como falseada por eles. Estão abaixo da tarefa que empreenderam. É necessário entretanto, tomar em conta as circunstâncias; os homens de gênio devem falar segundo o tempo, e um ensino que parece errôneo ou pueril para uma época avançada poderia ser suficiente para o seu século.

A paternidade é sem contradita, uma missão. E ao mesmo tempo um dever muito grande, que implica, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro. Deus põe a criança sob a tutela dos pais para que estes a dirijam no caminho do bem. E lhes facilitou a tarefa dando à criança uma organização débil e delicada, que a torna acessível a todas as impressões.  Mas há os que mais se ocupam de endireitar as árvores do pomar e de fazê-las carregar de bons frutos do que endireitar o caráter do filho. Se este sucumbir por sua culpa, terão de sofre a pena, e os sofrimentos da criança na vida futura recairão sobre eles, porque não fizeram o que lhes competia para o seu adiantamento nas vias do bem.

Se uma criança se transviar, apesar dos cuidados dos pais, ã responsabilidade não é deles; mas quanto mais as disposições da criança são más, mais a tarefa é pesada e maior será o mérito se conseguirem desviá-la do mau caminho.

Se uma criança se torna um bom adulto, apesar da negligência ou dos maus exemplos dos pais, estes se beneficiam com isso, pois que Deus é justo.

A natureza da missão do conquistador, que só tem em vista satisfazer a sua ambição e para atingir o alvo não recua diante de nenhuma calamidade, na maioria das vezes, é mais do que um instrumento de que Deus se serve para o cumprimento de seus desígnios. Essas calamidades são, muitas vezes, o meio de fazer avançar mais rapidamente um povo.

Aquele que é instrumento dessas calamidades passageiras é alheio ao bem que delas pode resultar, pois só se propõe um alvo pessoal; não obstante, cada um é recompensado segundo as suas obras, o bem que desejou fazer e a orientação de suas intuições.

Comentário de Kardec: Os Espíritos encarnados têm ocupações inerentes à sua existência corporal. No estado errante ou de desmaterialização suas ocupações são proporcionais ao seu grau de adiantamento.

     Uns percorrem os mundos, instruindo-se e preparando-se para uma nova encarnação.

     Outros, mais avançados, ocupam-se do progresso dirigindo os acontecimentos e sugerindo pensamentos favoráveis; assistem aos homens de gênio que concorrem para o adiantamento da Humanidade.

     Outros se encarnam com uma missão de progresso.

     Outros tomam à sua tutela indivíduos, famílias, aglomerações humanas, cidades e povos dos quais se tornam anjos da guarda, gênios protetores e Espíritos familiares.

     Outros, enfim, presidem aos fenômenos da Natureza, dos quais são os agentes diretos.

     Os Espíritos comuns se imiscuem nas ocupações e divertimentos dos homens.

     Os Espíritos impuros ou imperfeitos esperam, em sofrimentos e angústias, o momento em que praza a Deus conceder-lhes os meios de se adiantarem. Se fazem o mal é pelo despeito de ainda não poderem gozar do bem.



O PORQUÊ DO ESQUECIMENTO - Refletindo...

   O porquê do esquecimento

Deus nos concede a cada nova encarnação a dádiva do esquecimento do passado, para que possamos ter uma nova oportunidade de construir uma vida nova, distante dos erros já cometidos no passado.

Sem esse esquecimento do passado, não teríamos a mínima chance, menos ainda condições psicológicas e emocionais de para encontrar motivações que nos levem à autotransformação, na escalada da vida espiritual.

Havendo a lembrança de todos os nossos erros do passado, os mais horrendos possíveis cometidos em vidas pretéritas, estaríamos condenados à vergonha, ao remorso, ao rancor, à mágoa, sentimentos constantemente presentes entre as entidades que nos tem dado comunicação nas reuniões mediúnicas de desobsessão ocorridas na Casa da Caridade.

Esses sentimentos, estando presentes em nossos corações durante a encarnação desencadearia uma série de conflitos entre aqueles com os quais convivemos familiarmente, no trabalho, na comunidade em que vive. Dessa forma, não seria possível reconstruir entre estes, os laços de afetos regados pelo amor verdadeiro construído ao longo dessa encarnação.

Ao contrário disso, nós encarnados devemos concentrar todas as nossas energias nas realizações mais nobres, na consolidação de uma vida centrada no amor e na razão, pois que toda atitude deverá ser submetida ao crivo da razão e apelos do bom senso, a fim de que as escolhas provenientes do uso do livre-arbítrio possam estar sempre no caminho do bem.

Para isso, é indispensável tomarmos a consciência de que somos ainda muito limitados e carecemos de grandes virtudes para evoluirmos, que ainda não dominamos em nosso ser.

Contudo, deve-se lutar contra o desânimo e a desolação; compreender que não deve se cobrar tanto ao ponto de se martirizar, porque não consegue atender aos padrões de comportamento e condutar determinados pelo extremo rigor.

Cada pequena conquista, ao final, se apresentará como uma grande batalha na evolução.

A proposta apresentada àqueles que estão dispostos a se transformar está na tomada de consciência de nossas atitudes negativas, mais impetuosas, para combate-las quando vierem à tona, adotando comportamentos contrários a elas.

Desenvolver o senso-crítico para se permitir analisar e julgar os seus próprios pensamentos, a fim de que nossas más inclinações, omitidas pelo “véu do esquecimento”, não se apresente em nossas atitudes.

A mudança interior se inicia pelo combate aos pensamentos e sentimentos porque estes ainda se encontram na alçada da intenção e do coração, respectivamente. Esse é o momento de refletir nossas ações, que irão modificar a exteriorização do que sentimos e pensamos.

É preciso compreender que cada pequena conquista obtida na vida, já é um pequeno passo no caminho da evolução. De nada adianta se martirizar! Reflita a cada dia de sua vida como uma nova oportunidade de constituir algo novo, construtivo a favor da sua evolução espiritual. E ao final do seu dia, pergunte-se sempre: O que eu fiz de bom no dia de hoje? E quando encontrar a resposta se predisponha a construir o dia de amanhã ainda melhor.

Não é preciso lembrar o passado. É preciso refletir o presente que é a única oportunidade de construir um futuro melhor. Ao refletir o presente, você estará se sensibilizando às suas mais profundas inspirações de maneira que será sempre intuído a tomar decisões e escolhas certas. Haverá sempre um Anjo Bondoso soprando aos seus ouvidos o melhor cominho a seguir. Escute-o através da vigilância na reflexão e da oração.

A importância do esquecimento está em não podermos responsabilizar ou culpar ninguém por nossas vivências atuais. Como exatamente o que plantamos, é uma nova vida! Porém, certamente vivemos situações que nos propiciam o resgate de nossas diferenças em relação àqueles contra os quais contraímos dívidas em vidas passadas.
Às lembranças do passado, estão reservadas apenas aos chamados da Espiritualidade, durante o descanso do corpo material, e restaura suas forças para o recomeço de um novo dia.


A proposta do Espiritismo é convidá-lo a viver a realidade de suas possibilidades nesta vida, dentro dos limites, do bom senso e atendendo aos apelos da razão. Aceitar que o passado já não poder mais ser modificado, e tratar de construir um presente digno de um futuro maravilhoso que nos aguarda no porvir.

Vida e Paz!

O ESPÍRITA - Refletindo...

         O Espírita

É preciso acabar com o idealismo rotulado por muitos de que o Espírita segue ou obedece padrões de condutas e comportamentos ditados e impostos pela religião em si.

O Espírita é um ser consciente, chamado a despertar para as enfermidades de sua própria alma, adquiridas ao longo de sua vida espiritual, com a finalidade de autotransformar-se.

O Espírita é aquele que como todos, estuda, trabalha, constitui família, têm filhos, mas cuida dos conflitos da alma. Aquele que atribui essas conquistas, inerentes a todos os seres humanos segundo suas escolhas, ao aperfeiçoamento moral e espiritual a que se propõe e, a que ampara, a Doutrina Espírita de Allan Kardec.

Portanto, ao Espírita cabe o discernimento e o entendimento que lhes servirão de ferramentas para compreender que tudo se pode já que todos somos dotados de livre-arbítrio, mas que nem tudo lhe convém, uma vez que independentemente de religião, os ensinamentos do Cristo estão aí para serem seguidos como exemplo, devendo sempre passar pelo crivo da razão e do bom senso a fim de que as consequências de suas escolhas não sejam negativas, em detrimento da causa.

Não há modelos ou referências a serem adotados no Espiritismo que não sejam as do Cristo. Portanto, os objetivos e as metas a serem alcançadas, não apenas aquelas ensinadas pelo Mestre Jesus Cristo, porém, o caminho que cada um de nós, iremos seguir, e a escolha do livre-arbítrio que Deus nos concedeu como ferramenta de crescimento espiritual, em sua infinita misericórdia para com os seus filhos.

Para tanto, a comunidade espírita, deve propor e disponibilizar, a todo instante meios de intensificar o comprometimento com a verdade, de maneira clara e fraternal, para que o porvir seja merecedor de uma digna colheita.

É tempo de nos abrir aos ideais de renovação, para que a colheita seja abundante, pois se nos acomodamos com o que supostamente vem dando certo, jamais experimentaremos a satisfação de evoluir, uma vez que, estaremos estagnados no patamar em que já nos acostumamos estar.

O Espiritismo Kardecista é uma religião cristã que ao invés de querer dominar a cabeça e o coração de seus adeptos, lhes propõe ideias edificantes e construtivas, abrindo-lhes novos caminhos para o compromisso e o comprometimento, na espiritualização de si e de seu próximo.

O Ser Espírita é aquele que também sofre, sente angústia, desânimo, cansaço e depressão igualmente a todos os seres humanos.

O diferencial entre o Espírita e os não Espíritas está no amparo e no conforto de uma Doutrina Maravilhosa que compreende, consola, amparam acolhe, educa, explica e que sempre lhe abre uma porta, um novo caminho a seguir e continuar.

O Espírita também está sujeito às leis da vida, nasce, cresce, evolui e morre. O diferencial está no esclarecimento que mais uma vez a Doutrina Espírita nos traz sobre a vida além da carne; nascer implica em renascer, reencarnar; crescer implicar desenvolver-se; evoluir implica a condição de espírito em aprendizagem; e morrer, implica em desencarnar para renascer na vida eterna.


“Não basta o fato de apenas evitarem o mal, entretanto, estejamos alertas para a única referência ética que servirá a cada um de nós no reino da alma liberta da vida física: fazermos todo o bem que pudermos no alcance de nossas forças. Para isso, somente trabalhando por uma intensa metamorfose no reino do coração, de onde procede todos os males.”
-Wanderley Oliveira

Pelo Espírito Ermance Dufaux

FALAR E SENTIR - Refletindo...

         Falar & Sentir

Uma das formas de nos auto avaliar é através da vigilância constante sobre tudo o que falamos, por que no íntimo podemos constatar que o que vem do coração ( o sentir) se externa no que falamos, sobretudo quando não pensamos antes de falar.

Todos nós seres humanos, estamos marcados por características e traços de personalidades formados no decorrer das diversas vidas passadas, que se constituem no entrave para esse processo de autotransformação. 

Os valores que trazemos em nossa encarnação atual, foram construídos ao longo da existência do espírito, e não apenas nessa vida.

O homem da atualidade deve procurar desenvolver seu potencial de raciocínio, valorizar o ser  humano como ideal de evolução espiritual, quebrar paradigmas de conceitos pré-estabelecidos, procurar ajuda mútua, desenvolver seu senso crítico a fim de que não se submeta à conveniência alheia, se valorizar pelo que é com a humildade de saber reconhecer suas falhas, agir pela sua essência buscando a verdade como meio de se exteriorizar, compreender o próximo em suas atitudes a fim de não adotar uma atitude moralista e repreensiva contra ele ou ela.

O Espírita, sobretudo, precisa compreender a insegurança, o desânimo e a invigilância que são capazes de colocá-lo em desequilíbrio, para se fortalecer e perseverar em seus propósitos para a vida espiritual.

Espiritualmente, fazemos parte de uma população que deseja sair da condição de igualdade de muitos, ou de sua maioria, para estar na condição de ascensão espiritual. Processo esse, que permite àquele que se eleva, realizar mudanças edificantes por onde passam, sobretudo, com os quais se relacionam.

Essa busca, a necessidade de auto burilar reque a mais importante faculdade que o ser humano pode ter ou desenvolver: a faculdade de amar.

“O Cultivo da paixão ao adiantamento espiritual, é a solução para todos os problemas da humanidade terrena, e o único caminho para um mundo melhor. Quando aprendemos isso, verificamos que a existência, mesmo que salpicada de problemas e dores, têm luz e vida porque plantamos na intimidade a semente imperecível do idealismo superior, o qual ninguém pode nos roubar.”
-Wanderley Oliveira
Pelo Espírito Ermance Dufaux

Nada será fácil, eu bem sei disso! Exigirá de você toda a determinação, persistência e coragem que possa ter na vida. Nesse momento, em que ainda não se modificou de fato, é de fundamental importância que não desanime, que não aceite essa condição de erros como verdade absoluta do seu ser. Todos somos passíveis de mudanças, de transformação e para isso, basta que queira de verdade.
A evolução espiritual exige mais que o estudo e a oração. Exige a prática do que se estuda e a fé de quando se está em oração 24 horas de nossos dias tão preciosos. É preciso estar comprometido com o desafio de que a cada novo dia, colocar em prática o que estudou e para o que orou com fé, moldando as suas atitudes à sua teoria. Trazer o ideal teorizado para as suas ações, é em si, a autotransformação.
Não está no ser humano a capacidade de aprimorar-se rapidamente em todos os sentidos.

É indispensável o comprometimento com um projeto de vida edificante, pois que não bastará uma única encarnação para modificar-se plenamente, por isso, assegure-se de garantir ainda nessa encarnação, o melhor de si na sua escalada espiritual, que é singular em cada ser humano.

O MUNDO MATERIAL - Refletindo...

   O Mundo Material

Nós seres humanos, nascidos e vividos essencialmente no século XX, fomos educados por uma geração de pais distantes de uma educação voltada para o afeto, mas sim voltadas para as conquistas do TER. 

Obviamente que não culpa individual sobre esse distanciamento das coisas do coração, pois que os mesmos foram também educados rigidamente por seus pais para TER e não para SER.

Na primeira metade do século XX sofreram muitas privações no pós guerra, não só do ponto de vista emocional, mas também do ponto de vista material. Esse cenário cultural motivou a busca constante pelo TER e justifica esse comportamento materialista que se verifica ainda hoje, fortemente presente nas coisas da matéria. 

Essa é a geração dos nossos avós, de nossos pais que mergulharam fortemente na construção das cosias materiais, e se esqueceram de amar, e se amaram, esqueceram de demonstrar.

Diante desse cenário posturas e noções culturais vão se desenvolvendo levando as pessoas encarnadas a adotarem uma postura de supervalorização do mundo material e corporais, como sendo a única realidade.

Durante as Reuniões Mediúnicas, ao doutrinarmos entidades já desencarnadas, percebemos claramente que esse domínio materialista é tão forte sobre suas crenças, que os espíritos acabam por desperdiçar todo o seu tempo no mundo espiritual em busca das coisas materiais que saciam desejos ainda enraizados no seu Perispírito, de coisas vividas na Terra quando ainda estavam no corpo. 

Estão tão ligados à matéria que muitas vezes não percebem nem mesmo que já desencarnaram há tempos.

 É preciso trabalhar nessas entidades a necessidade de se colocarem frente ao espelho de sua vida, para que possam despertar para a mudança de pensamento, de comportamento, sobretudo, para que percebam que os sentimentos que nutrem, não pertencem à vida espiritual plena, mas sim, à vida terrena, e que se acometeu quando ainda estavam encarnados.

É indispensável o despertar dessas entidades desencarnadas para o auto-amor, de forma que, passem a não aceitar a condição de ainda errantes na vida espiritual, vivendo de restos de energias daqueles a quem consegue obsidiar, quando poderiam seguir o caminho de luz, de amor, com a espiritualidade Socorrista que está ali lhes dando a oportunidade de aprender a transformar esses sentimentos ruins em energia salutar, mudando a sua essência espiritual.

O materialismo traz como base afetiva o sentimento de segurança e bem estar. Porém, é preciso compreender que a segurança e o bem estar não estão na abundância das coisas materiais, mas sim, no que constitui o necessário e o indispensável, à sua vivência. Quando houver esse entendimento por parte da humanidade, com relação à vida material, o homem deixará de ter medo e de se sentir dependente das coisas do TER, pois que o apego reflete a dependência e a posse reflete no medo.

A vida é rígida pela Lei da Impermanência, e vai de encontro a tudo o que o materialismo propõe. Tudo é transformação e sempre está em crescimento na escalada da evolução. Hoje tudo se tem, amanhã tudo se vai.

Quando o homem compreender que não existe um corpo que se desenvolva sem a alma, e em contrapartida, nenhuma alma que evolua sem corpo, e a inda que a Terra é a escola que pode nos proporcionar um aprendizado constante no trabalho conjunto do corpo e da alma, cuja graduação se dará com o desenvolvimento do espírito nas diversas escalas espirituais, aí sim, o materialismo cairá sob um abismo de deixará de ocupar um lugar de extrema importância para a humanidade.

Dentre as disciplinas a serem estudas e desenvolvidas nesse caminho de evolução espiritual, estão as questões dos valores morais, mudanças de hábitos, autoconhecimento, coragem para mudar, projetos enobrecedores de benefícios mútuos, enfim, trilhar um caminho de luz, edificante no bem e no amor, e sobretudo, comprometido com a superação da rotina materialista que a vida terrena nos impõe.


Vida e Paz!