segunda-feira, 7 de julho de 2014

III - Atributos da Divindade, O Livro dos Espíritos - Livro Primeiro - Capítulo I - Deus

LIVRO PRIMEIRO
AS CAUSAS PRIMÁRIAS
CAPÍTULO I - DEUS
III – Atributos da Divindade

O homem NÃO pode compreender a natureza íntima de Deus, para tanto, falta-lhe um sentido.
Só será um dia ao homem compreender o mistério da Divindade, quando o seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, tiver se aproximado dela, então a verá e compreenderá.

Comentário de Kardec:

A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza intima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que o seu senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas e ele faz então, a seu respeito, uma ideia mais justa e mais conforme com a boa razão embora sempre incompleta. ”

Embora não possamos compreender a natureza íntima de Deus, podemos ter uma ideia de algumas de suas perfeições. O homem se compreende melhor, à medida que se eleva sobre a matéria; ele as entrevê pelo pensamento.

Dentro do ponto de vista do homem, que acredita abranger tudo, diz-se que se pode ter uma ideia completa de Deus, enquanto eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom. Entretanto, ficai sabendo que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e para as quais a vossa linguagem, limitada às vossas ideias e às vossas sensações, não dispõe de expressões.

A razão vos diz que Deus deve ter essas perfeições em grau supremo, pois, se tivesse uma de menos, ou que não fosse em grau infinito, não seria superior a tudo, e, por conseguinte, não seria Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus não deve estar sujeito a vicissitudes e não pode ter nenhuma das imperfeições que a imaginação é capaz de conceber.

Comentário de Kardec:

“Deus é ETERNO. Se ele tivesse tido um começo, teria saído do nada, ou então, teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade. ”

É IMUTÁVEL. Se ele estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.

É IMATERIAL. Quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma ele não seria imutável, estando sujeito às transformações da matéria.

É ÚNICO. Se houvesse muitos Deuses, não haveria unidade de vistas nem de poder na organização do Universo.

É TODO-PODEROSO. Porque é único. Se não tivesse o poder soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que ele não tivesse feito seriam obras de um outro Deus.

É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça, nem da sua bondade.


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