LIVRO
SEGUNDO
MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO
I– DOS ESPÍRITOS
I- Origem e Natureza dos Espíritos
(Questão 76 à 83)
Podemos
definir os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Eles povoam o
Universo, além do mundo material.
Comentário
de Kardec: Nota. — A palavra Espírito é aqui empregada
para designar os seres extra- corpóreos e não mais o elemento inteligente
universal.
Os Espíritos
são obra de Deus, precisamente como acontece com um homem que faz
uma máquina; esta é obra do homem e não ele mesmo. Sabes que o homem, quando
faz uma coisa bela e útil, chama-a sua filha, sua criação Pois bem, dá-se o
mesmo com Deus: nós somos seus filhos, porque somos sua obra.
Os espíritos
tiveram princípio. Se os espíritos não tivessem tido princípio, seriam iguais a
Deus; mas, pelo contrário, são sua criação, submetidos à sua vontade. Deus
existe de toda a eternidade, isso é incontestável; mas quando e como ele nos
criou não o sabemos. Podes dizer que não tivemos princípio, se com isso
entendes que Deus, sendo eterno, deva ter criado sem cessar; mas quando e como
cada um de nós foi feito, eu te repito, ninguém o sabe; isso é mistério.
Uma vez que há dois elementos gerais do Universo: o inteligente e o
material, poderíamos dizer que os Espíritos são formados do
elemento inteligente, como os corpos
inertes são formados do material. Os Espíritos são individualizações do
princípio inteligente, como os corpos são individualizações do princípio
material; e a maneira dessa formação é que desconhecemos.
A criação
dos Espíritos é permanente o que quer dizer que Deus jamais cessou de criar.
Deus os
criou, como a todas as outras criaturas, pela sua vontade; mas repito ainda uma
vez que a sua origem é um mistério, não sabendo-se portanto, se foram formados
espontaneamente ou se procedem uns dos outros.
Não podemos
definir uma coisa, quando não dispomos dos termos de comparação e usamos uma
linguagem insuficiente. Um cego de nascença pode definir a luz? Imaterial não é
o termo apropriado; incorpóreo, seria mais exalo; pois deves compreender que,
sendo uma criação, o Espírito deve ser alguma coisa. É uma matéria quintessenciado,
para a qual não dispondes de analogias, e tão eterizada que não pode ser
percebida pelos vossos sentidos.
Comentário
de Kardec: Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque
a sua essência difere de tudo o que conhecemos pelo nome de matéria. Um povo de
cegos não teria palavras para exprimir a luz e os seus efeitos. O cego de
nascença julga ter todas as percepções pelo ouvido, o olfato. O paladar e o
tato; não compreende as ideias que lhe seriam dadas pelo sentido que lhe falta.
Da mesma maneira, no tocante à essência dos seres super-humanos. Somos como
verdadeiros cegos. Não podemos defini-los, a não ser por meio de comparações
sempre imperfeitas ou por um esforço da imaginação.
Há muitas
coisas que não compreendeis porque a vossa inteligência é limitada; mas isso
não é razão para as repelirdes. O filho não compreende tudo o que o pai
compreende, nem o ignorante, tudo o que o sábio compreende. Nós te dizemos que
a existência dos Espíritos não tem fim; é tudo quanto podemos dizer por enquanto.
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