LIVRO
SEGUNDO
MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO
II– ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS
I-
Finalidade da Encarnação
(Questão 132 à 133)
A encarnação dos
Espíritos é imposta por Deus com a finalidade de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação;
para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer
todas as vicissitudes da existência corpórea; nisto é que está a expiação. A
encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições
de enfrentar a sua parte na obra da Criação. É para executá-la que ele toma um
aparelho em cada mundo, em harmonia com a matéria essencial do mesmo, afim de
nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira,
concorrendo para a obra geral, também progredir.
Comentário de Kardec: A ação dos seres corpóreos é necessária à
marcha do Universo. Mas Deus, na sua sabedoria, quis que eles tivessem, nessa
mesma ação, um meio de progredir e de se aproximarem dele. É assim que, por uma
lei admirável de sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na
Natureza.
Todos os Espíritos que, inclusive
aqueles que desde o princípio, seguiram o caminho do bem têm necessidade da
encarnação. Todos são criados
simples e ignorantes e se instruem através das lutas e atribulações da vida
corporal. Deus, que é justo, não podia fazer feliz a uns, sem penas e sem
trabalhos, e por conseguinte sem mérito.
Aos Espíritos que seguem
o caminho do bem, se isso não os isenta das penas da vida corporal, ao menos, chegam mais depressa ao alvo. Além disso, as
penas da vida são frequentemente a consequência da imperfeição do Espírito.
Quanto menos imperfeito ele for, menos tormentos
sofrerá. Aquele que não for invejoso, nem ciumento, nem avarento ou ambicioso,
não passará pelos tormentos que se originam desses defeitos.
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