terça-feira, 22 de julho de 2014

I- A Alma após a Morte, O Livro dos Espíritos, Allan Kardec ,CAPÍTULO III-RETORNO DA VIDA CORPORAL À VIDA ESPIRITUAL,- LIVRO SEGUNDO

LIVRO SEGUNDO
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO III– RETORNO DA VIDA CORPORAL À VIDA ESPIRITUAL
I-              A Alma após a Morte
(Questão 149 à 153)

No instante da morte, a Alma volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos que ela havia deixado temporariamente.

A alma conserva a sua individualidade após a morte, não a perde jamais. O que seria ela se não a conservasse?

A alma constata a sua individualidade, já que não tem mais o corpo material, através de um fluido que lhe é próprio, que tira da atmosfera do seu planeta e que representa a aparência da sua última encarnação: seu perispírito.

A alma não leva nada deste mundo, salvo a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou de amargor, segundo o emprego que tenha dado à vida. Quanto mais pura para ela for, mais compreenderá a futilidade daquilo que deixou na Terra.

A alma, após a morte, não retorna ao todo universal, pois que o conjunto dos Espíritos não constitui um todo. Quando está numa assembleia, fazes parte da mesma e, não obstante, conservas a tua individualidade.

A individualidade da alma após a morte, pode ser provada pelas comunicações que obtendes. Se não estiverdes cegos, vereis; e se não estiverdes surdos, ouvireis; pois frequentemente uma voz vos fala e vos revela a existência de um ser que está ao vosso redor.

  Comentário de Kardec: Os que pensam que a alma, com a morte, volta ao todo universal, estarão errados, se por isso entendem que ela perde a sua individualidade, como uma gota d’água que caísse do oceano. Estarão certos, entretanto, se entenderem pelo todo universal o conjunto dos seres incorpóreos de cada alma ou Espírito é um elemento.

  Se as almas se confundissem no todo, não teriam senão as qualidades do conjunto, e nada as distinguiria entre si; não teriam inteligência nem qualidades próprias. Entretanto, em todas as comunicações elas revelam a consciência do eu e uma vontade distinta. A diversidade infinita que apresentam, sob todos os aspectos, é a consequência da sua individualização. Se não houvesse, após a morte, se não o que se chama o Grande Todo, absorvendo todas as individualidades, esse todo seria homogêneo e, então, as comunicações recebidas do mundo invisível seriam todas idênticas. Desde que encontramos seres bons e maus, sábios e ignorantes, felizes e desgraçados, e dede que os há de todos os caracteres: alegres e tristes, levianos e sérios etc., é evidente que se trata de seres distintos.

  A individualização ainda se evidencia quando esses seres provam a sua identidade através de sinais incontestáveis, de detalhes pessoais relativos à vida terrena e que podem ser contestados; ela não pode ser posta em dúvida, quando eles se manifestam por meio de aparições. A individualidade da alma foi teoricamente ensinada como um artigo de fé, mas o Espiritismo a torna patente, e de certa maneira material.

Deve-se entender por vida eterna, a vida do Espírito; a do corpo é transitória, passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna.

Os Espíritos puros, que, tendo atingido o grau de perfeição, não têm mais provas a sofrer, alcançaram a felicidade eterna. Mas tudo isto é uma questão de palavras: chamais as coisas como quiserdes, desde que vos entendais.


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