sábado, 12 de julho de 2014

II- A Vida e a Morte, O Livro dos Espíritos, Allan Kardec - LIVRO PRIMEIRO - CAPÍTULO IV-PRINCÍPIO VITAL,

LIVRO PRIMEIRO
AS CAUSAS PRIMÁRIAS
CAPÍTULO IV– PRINCÍPIO VITAL
II-A Vida e a Morte
(Questão 68 à 70)

A causa da morte nos seres orgânicos é a exaustão dos órgãos.

Pode-se comparar a morte à cessação do movimento numa máquina desarranjada, pois, se a máquina estiver mal montada, a sua mola se quebra; se o corpo estiver doente, a vida se esvai.

Uma lesão do coração, mais que a dos outros órgãos, causa a morte, pois que o coração é uma máquina de vida. Mas não é ele o único órgão em que uma lesão causa a morte; ele não é mais do que uma das engrenagens essenciais.

Em que se transformam A matéria e o princípio vital dos seres orgânicos após a morte, se transforma numa matéria inerte, se decompõe e vai formar novos seres; o princípio vital retorna à massa.
Comentário de Kardec:Após a morte do ser orgânico, os elementos que o formavam passam por novas combinações, constituindo novos seres que haurem na fonte universal o princípio da vida e da atividade, absorvendo-o e assimilando-o, para novamente o devolverem a essa fonte, logo que deixarem de existir.
Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que lhes permite comunicarem-se entre si, no caso de certas lesões, e restabelecerem funções momentaneamente suspensas.
Mas quando os elementos essenciais do funcionamento dos órgãos são destruídos ou profundamente alterados, o fluido vital não pode transmitir-lhes o movimento da vida, e o ser morre.
Os órgãos reagem mais ou menos necessariamente uns sobre, os outros; é da harmonia do seu conjunto que resulta essa reciprocidade de ação. Quando uma causa qualquer destrói esta harmonia, suas funções cessam, como o movimento de um mecanismo cujas engrenagens essenciais se desarranjaram; como um relógio gasto pelo uso ou desmontado por um acidente, que a força motriz não pode pôr em movimento.
Temos uma imagem mais exata da vida e da morte num aparelho elétrico. Esse aparelho recebe a eletricidade e a conserva em estado potencial, como todos os corpos da Natureza. Os fenômenos elétricos, porém, não se manifestam, enquanto o fluido não for posto em movimento por uma causa especial, e só então se poderá dizer que o aparelho está ativo. Cessando a causa da atividade, o fenômeno cessa; e o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos seriam, assim, como pilhas de aparelhos elétricos, nos quais a atividade do fluido produz o fenômeno da vida: a cessação dessa atividade ocasiona a morte.
A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia segundo as espécies, e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados do fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso que uns são mais ativos mais enérgicos e, de certa maneira, de vida superabundante.
A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida se não for renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contém.

O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que tem menos e, em certos casos, fazer voltar uma vida prestes a extinguir-se.

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