No Livro A Gênese, Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Capítulo XI - Emigrações e Imigrações dos Espíritos, questões 36 e 37, mostra-nos que:
"Em certas épocas, reguladas pela sabedoria divina, essas emigrações e essas imigrações dos espíritos se operam em massas mais ou menos consideráveis, em consequência das grandes revoluções que fazem partir, ao mesmo tempo, quantidades inumeráveis de espíritos, as quais são logo substituídas por quantidades equivalentes de encarnações.
É necessário, portanto, considerar os flagelos e os cataclismos como ocasiões de chegadas e de partidas coletivas, de meios providenciais para renovar a população corpórea do globo, de retemperá-la com a introdução de novos elementos espirituais mais depurados.
Se, nessas catástrofes, há destruição de um grande número de corpos, não há senão envoltórios despedaçados, mas nenhum Espírito perece: não fazem senão mudar de meio; em lugar de partir isoladamente, partem em número, eis toda a diferença, porque partir por uma causa ou por outra, não deixam de partir fatalmente cedo ou tarde.
As renovações rápidas e quase instantâneas que se operam no elemento espiritual da população, em consequência de flagelos destruidores, aceleram o progresso social; sem as emigrações e as imigrações que vêm, de tempos a tempos, dar-lhe um violento impulso, ele caminharia com uma extrema lentidão.
É notável que todas as grandes calamidades, que dizimam as populações, são sempre seguidas de uma era de progresso na ordem física, intelectual e moral e, por consequência, no estado social das nações nas quais se cumprem. É que têm por objetivo operar um remanejamento na população normal e ativa do globo.
Essa transfusão que se opera entre a população encarnada e a população desencarnada de um mesmo globo se opera, igualmente, entre os mundos, seja individualmente nas condições normais, seja por massa em circunstâncias especiais.
Há, pois, emigrações e imigrações coletivas de um mundo para outro. Disso, resulta a introdução, na população de um globo, de elementos inteiramente novos; novas raças de Espíritos vêm se misturar às raças existentes, constituindo novas raças de homens.
Como os Espíritos nunca perdem o que adquirem, levam com eles a inteligência e a intuição dos conhecimentos que possuem; imprimem, consequentemente, o seu caráter à raça corpórea que vêm animar. Eles não têm necessidade para isso, que seus novos corpos sejam criados especialmente para o seu uso; uma vez que a espécie corpórea existe, encontra-se toda pronta para recebê-los. São, pois, simplesmente, novos habitantes."
Com a chegada do século XXI, entramos num período de transição do Planeta Terra, no qual aqueles espíritos encarnados ou desencarnados que não passaram por um processo de transformação sobretudo do ponto de vista moral, deverão passar por esses processos de emigração e imigração para e de outros Orbes, o que não quer dizer que esse processo se dará única e exclusivamente pelas grandes catástrofes.
No Livro "O Céu e o Inferno" de Allan Kardec explica que:
"Uma existência honrada, pois,não isenta das provas da vida, porque foram escolhidas ou aceitas como complemento de expiação; é o pagamento de um uma dívida que se quita, antes de receber o preço do progresso cumprido.
Se se considera quanto, nos séculos passados, eram frequentemente, mesmo nas classes mais elevadas e esclarecidas, os atos de barbárie que nos revoltam tanto hoje; quantas mortes eram cometidas nessa época, onde se jogava com a vida de um semelhante, onde o poderoso se esmagava o fraco, sem escrúpulo, compreender-se-à quanto, entre os homens de nossos dias, devem haver deles que têm seu passado a lavar; não mais se admirará do número de pessoas que morrem vítimas de acidentes isolados ou de catástrofes gerais.
O despotismo, o fanatismo, a ignorância e os preconceitos da Idade Média, e dos séculos que lhe seguiram, legaram às gerações futuras uma dívida imensa, que não foi ainda liquidada. Muitas infelicidades não nos parecem imerecidas senão porque vemos apenas o momento atual."
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