LIVRO
PRIMEIRO
AS
CAUSAS PRIMÁRIAS
CAPÍTULO
II – ELEMENTOS GERAIS DO
UNIVERSO
III-Propriedades da Matéria
(Da questão 29 à 34)
A ponderabilidade é atributo essencial da matéria, como
entendeis o homem; mas não da matéria considerada como fluido universal. A
matéria etérea e sutil que forma esse fluido é imponderável para vós, mas nem
por isso deixa de ser o princípio da vossa matéria ponderável.
Comentário
de Kardec: “A ponderabilidade é uma propriedade relativa.
Fora das esferas de atração dos mundos, não há peso, da mesma maneira que não
há alto nem baixo.”
A matéria é formada de um só elemento
primitivo. Os corpos que considerais como corpos simples não são verdadeiros
elementos, mas transformação da matéria primitiva.
As diferentes propriedades da matéria provêm das
modificações que as moléculas elementares sofrem, ao se unirem, e em
determinadas circunstâncias.
De acordo com isso, o sabor, o odor, as cores, as qualidades venenosas ou
salutares dos corpos, seriam mais do que modificações de uma única e mesma
substância primitiva, e só existem pela disposição dos órgãos destinados
a percebê-las.
Comentário
de Kardec: “Esse princípio é demonstrado pelo fato de nem
todos perceberem as qualidades dos corpos da mesma maneira: enquanto um acha
uma coisa agradável ao gosto, o outro a acha má; uns veem azul o que os outros
veem vermelho; o que para uns é veneno, para outros é inofensivo ou salutar.
“
A mesma matéria elementar é suscetível de passar por todas as
modificações e adquirir todas as propriedades, e é isso
que deveis entender, quando dizemos que tudo está em tudo.
Comentário
de Kardec: “O oxigênio, o hidrogênio, o azoto, o carbono e
todos os corpos que consideramos simples não são mais do que modificações de
uma substância primitiva. Na impossibilidade, em que nos encontramos ainda, de
remontar de outra maneira, que não pelo pensamento, a essa matéria, esses
corpos são para nós verdadeiros elementos, e podemos, sem maiores
consequências, considerá-los assim até nova ordem.”
Essa teoria não parece dar razão à opinião dos que não admitem, para a
matéria, mais do que dois elementos essenciais: a força e o movimento,
entendendo que todas as outras propriedades não são senão efeitos secundários,
que variam segundo a intensidade da força e a direção do movimento. Falta
acrescentar que, também, segundo a disposição das moléculas, como se vê, por
exemplo, num corpo opaco que pode tornar-se transparente e vice-versa.
Embora as moléculas tenham uma forma determinada,
não a podeis apreciar. Essa forma é constante para as moléculas elementares
primitivas, mas variável para as moléculas secundárias, que são aglomerações
das primeiras. Isso que chamais molécula está longe da molécula elementar.
Este princípio explica o
fenômeno conhecido de todos os magnetizadores, que consiste em se dar, pela
vontade, a uma substancia qualquer, à água, por exemplo, as mais diversas
propriedades: um gosto determinado, e mesmo as qualidades ativas de outras
substâncias. Só havendo um elemento primitivo, e as modificações dos diferentes
corpos sendo apenas modificações desse elemento, resulta que a mais inofensiva
substância tem o mesmo princípio que a mais deletéria. Uma modificação análoga
pode produzir-se pela ação magnética, dirigida pela vontade. Assim, a água, que
é formada de uma parte de oxigênio e duas de hidrogênio, torna-se corrosiva, se
duplicarmos a proporção do oxigênio.
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