segunda-feira, 17 de novembro de 2014

PRECONCEITO CONTRA O ESPIRITISMO - COMO EU ENTENDO O HOMEM NOVO - JOSÉ HERCULANO PIRES - comentários Valentim Neto - 2014

PRECONCEITO CONTRA O ESPIRITISMO 
   
Ainda existe, em maior escala do que se pensa, o medo do Espiritismo. 

Há pouco, fomos procurados por uma pessoa que, sentindo evidentes perturbações de origem mediúnica, e tendo percorrido os consultórios de psiquiatria, vira-se obrigada a recorrer aos “recursos espirituais”, segundo dizia. 

Quando soube que não estava tratando com um “espiritualista”, mas com um espírita, assustou-se de tal maneira, que viu-se forçada a confessar o seu medo. “Se eu soubesse que o senhor era espírita — declarou — não o teria procurado”.  

A verdade é que, apesar disso, acabou se convencendo de que o Espiritismo poderia ajudá-la, e mais tarde tornou-se espírita. 

Mas não foi muito fácil arrancar-lhe da mente o pavor doentio que lhe haviam infundido. Sacerdotes, pessoas da família, amigos e médicos, todos haviam contribuído para que o medo se enraizasse em sua alma.Terrível medo, que a desviava da única solução possível para o seu problema. E o que é mais curioso, a maior contribuição para esse estado de temor foi dado por certas publicações espiritualistas, que apesar de admitirem a reencarnação e a lei de causa e efeito, condenam a mediunidade, pintando-a com as mais negras pinceladas. 

 O preconceito anti-espírita assemelha-se muito à prevenção contra o Cristianismo, no mundo antigo. 

As pessoas que temem o Espiritismo não conhecem a doutrina, dão ao termo aplicações indevidas, perdem-se num cipoal de lendas e suposições a respeito das sessões espíritas. Em geral nos acusam de endemoniados, necromantes, feiticeiros e coisas do mesmo teor, como faziam gregos e romanos com os cristãos primitivos. 

E essas deturpações do Espiritismo não são apenas orais, correndo entre pessoas simples, figuram também em publicações eruditas, revistas, jornais, livros de ensaios e estudos, com signatários cultos. 

 Pitágoras já dizia que a Terra é a morada da opinião. E como a opinião é a coisa mais frívola que existe, a mais incerta e a mais irresponsável, não é de admirar que tanta gente opine sobre o que não conhece. 

Mesmo entre os letrados, a opinião é um hábito enraizado. Mas é evidente que, quando se trata de uma doutrina espiritual, esposada por tantos humanos de projeção no mundo das ciências e do pensamento, em todo o mundo, as pessoas de cultura, ou mesmo de mediana cultura, deviam ter mais cautela ao se manifestarem a respeito. Porque se é livre o direito de opinar, não é menos livre o direito de se julgar o senso de responsabilidade de quem opina.  O maior motivo de temer do Espiritismo é o próprio temor. Ou seja: é a covardia humana, essa terrível covardia que faz os humanos estremecerem de horror diante do perigo de mudarem de posição diante da vida e do mundo. 

O Espiritismo, entretanto, não exige outra mudança, senão a da concepção estreita de uma vida utilitarista e falsa, para a ampla concepção de uma vida espiritual, profunda e verdadeira.

Quanto ao problema das relações com o mundo invisível, o Espiritismo não estabelece essas ligações, que existem na vida de todas as criaturas, mas apenas as explica e orienta, dando-lhes o verdadeiro sentido no processo da existência:

Temer o Espiritismo é temer a verdade, que os seus princípios nos revelam, apesar de todos os que lutam para deturpá- los.   

(Vou opinar:  
- E o que é mais curioso, a maior contribuição para esse estado de temor foi dado por certas publicações espiritualistas, que apesar de admitirem a reencarnação e a lei de causa e efeito, condenam a mediunidade, pintando-a com as mais negras pinceladas.  

Apesar desta falha das publicações, a maioria dos ‘problemas’ enfocados referentes ao exercício mediúnico estão afetos aos comportamentos dos próprios médiuns.

Embora possam existir comentários radicais, a razão desses visa o correto exercício da atividade medianeira. Caso outros irmãos utilizem esses comentários para denegrir a Doutrina dos Espíritos, devemos nos lembrar das ações dos ‘doutores da lei’ para com o Mestre!...  

- E como a opinião é a coisa mais frívola que existe, a mais incerta e a mais irresponsável, não é de admirar que tanta gente opine sobre o que não conhece.
  
Dentre as várias possibilidades de se ‘opinar’ podemos destacar as seguintes: Opinar sem conhecer; opinar, com ou sem conhecimento, mas radicalizando; opinar para aborrecer o ouvinte; opinar de viés sem ser chamado etc. Existe um ditado popular que assim diz: Se ‘palpite’ fosse bom, não se dava, vendia!...  

- Ou seja: é a covardia humana, essa terrível covardia que faz os humanos estremecerem de horror diante do perigo de mudarem de posição diante da vida e do mundo.  

Quando o Mestre falou: Deixai que os ‘mortos’ enterrem seus ‘mortos’, nos deu a impressão de insensibilidade para com os irmãos que desencarnam. 

Mas aqui devemos entender a ‘direta’ dada pelo Mestre.

Nós podemos ‘viver’ pela matéria, mas o ‘existir’ é do Espírito! Estão ‘mortos’ os que ‘vivem’, mas ‘vivos’ os que ‘existem’! Nós adoramos milenarmente, e por muito tempo ainda, ‘viver’, mas não queremos mexer uma palha para ‘existir’, este é o nosso maior medo; ter que ‘trabalhar’ pelo nosso progresso espiritual...)

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