domingo, 23 de novembro de 2014

II- Das Paixões- O Livro dos Espíritos, Allan Kardec-LIVRO TERCEIRO -CAPÍTULO XII -PERFEIÇÃO MORAL

LIVRO TERCEIRO
AS LEIS MORAIS
CAPÍTULO XII -  PERFEIÇÃO MORAL
II- Das Paixões
 (Questões 906 à 912)

O princípio das paixões sendo natural não é mau em si mesmo. A paixão está no excesso provocado pela vontade, pois o princípio foi dado ao homem para o bem e as paixões podem conduzi-lo a grandes coisas. O abuso a que ele se entrega é que causa o mal.

As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar, e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.

Comentário de Kardec: As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência. Mas, se, em vez de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer o bem recai sobre ele e o esmaga.

     Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou numa necessidade da Natureza. O princípio das paixões não é, portanto, um mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais da nossa existência. A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento; está no excesso e não na causa; e esse excesso se torna mal quando tem por consequência algum mal.

      Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal distancia-o da natureza espiritual.

      Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal anuncia o predomínio do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.

O homem poderia sempre vencer as suas más tendências pelos seus próprios esforços, e às vezes com pouco esforço; o que lhe falta é a vontade. Ah! como são poucos os que se esforçam!
O homem pode encontrar nos Espíritos uma ajuda eficaz para superar as paixões se orar a Deus e ao seu bom gênio com sinceridade, os bons Espíritos virão certamente em seu auxílio, porque essa é a sua missão. 

Existem paixões de tal maneira vivas e irresistíveis que a vontade seja impotente para as superar. Há muitas pessoas que dizem: “Eu quero!”, mas a vontade está apenas nos seus lábios. Elas querem mas estão muito satisfeitas de que assim não seja. Quando o homem julga que não pode superar suas paixões, é que o seu Espírito nelas se compraz, por consequência de sua própria inferioridade.

 Aquele que procura reprimi-las compreende a sua natureza espiritual; vencê-las é para ele um triunfo do Espírito sobre a matéria.

O meio mais eficaz de se combater a predominância da natureza corpórea é praticar a abnegação.


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