LIVRO
TERCEIRO
AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO
X - LEI DE LIBERDADE
I-
Liberdade Natural
(Questões 825 à 828)
Não há posições no mundo em que o homem possa
gabar-se de gozar de uma liberdade absoluta,
porque vós todos necessitais uns dos outros, os pequenos como os grandes.
A condição com que o homem pudesse gozar de
liberdade absoluta é a do eremita no deserto. Desde que
haja dois homens juntos, há direitos a respeitar e não terão eles, portanto, liberdade
absoluta.
A obrigação de respeitar os direitos alheios não tira
ao homem o direito de se pertencer a si mesmo,
pois esse é um direito que lhe vem da natureza.
Para conciliar as opiniões liberais de certos homens
com o seu frequente despotismo no lar e com os seus subordinados, deve-se
compreender que possuem a compreensão da lei natural, mas
contrabalançada pelo orgulho e pelo egoísmo. Sabem o que devem fazer, quando
não transformam os seus princípios numa comédia bem calculada, mas não
o fazem.
Os princípios que professaram nesta vida lhes serão
levados em conta na outra. Porém quanto
mais inteligência tenha o homem para compreender um princípio, menos
escusável será de não o aplicar a si mesmo. Na verdade, vos digo que o
homem simples, mas sincero, está mais adiantado no caminho de Deus do que
aquele que aparenta o que não é.
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