domingo, 9 de novembro de 2014

IV- Liberdade de Consciência - O Livro dos Espíritos, Allan Kardec-LIVRO TERCEIRO -CAPÍTULO X -LEI DE LIBERDADE

LIVRO TERCEIRO
AS LEIS MORAIS
CAPÍTULO X -  LEI DE LIBERDADE
IV-       Liberdade de Consciência
(Questões 835 à 842)
A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem como todos os outros pensamentos.

O homem tem o direito de pôr entraves à liberdade de consciência porém não mais do que à liberdade de pensar, porque somente a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula, pelas suas leis, a relação de homem para homem, Deus, por suas leis naturais, regula as relações do homem com Deus.

O resultado dos entraves à liberdade de consciência é constranger os homens a agir de maneira diversa ao seu modo de pensar, o que é torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso.

Toda crença é respeitável quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças reprováveis são as que conduzem ao mal.

Somos repreensíveis por escandalizar em sua crença aquele que não pensa como nós e isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento.

Opor entraves às crenças que podem perturbar a sociedade podem reprimir-se os atos, mas a crença íntima é inacessível.

Comentário de Kardec: Reprimir os atos externos de uma crença, quando esses atos acarretam qualquer prejuízo aos outros, não é atentar contra a liberdade de consciência porque essa repressão deixa à crença sua Inteira liberdade.

Podemos e devemos, por respeito à liberdade de consciência, deixar que se propaguem as doutrinas perniciosas ou podemos, sem atentar contra essa liberdade, procurar conduzir para o caminho da verdade os que se desviaram para falsos princípios; mas ensinai, a exemplo de Jesus, pela doçura e persuasão e não pela força, porque seria pior que a crença daquele a quem desejásseis convencer.

 Se há alguma coisa que possa ser imposta é o bem e a fraternidade, mas não acreditamos que o meio de fazê-lo seja a violência: a convicção não se impõe.

Para que a doutrina tenha a pretensão de ser única expressão da verdade, devemos reconhecer que essa deverá ser a que produza mais homens de bem e menos hipócritas quer dizer, que pratiquem a lei de amor e caridade na sua maior pureza e na sua aplicação mais ampla. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, pois toda doutrina que tiver por consequência semear a desunião e estabelecer divisões entre os filhos de Deus só pode ser falsa e perniciosa.


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