LIVRO
TERCEIRO
AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO
V- LEI DE CONSERVAÇÃO
III-
Gozo dos Bens Terrenos
(Questão 711 a 714)
O uso dos bens da Terra é um direito de todos os
homens e esse direito é a consequência da
necessidade de viver. Deus não pode impor um dever sem conceder os meios
de ser cumprido.
Deus fez atrativos os gozos dos bens materiais com a
finalidade de instigar o homem ao cumprimento da
sua missão e também para o provar na tentação.
Comentário de Kardec: Se o homem não fosse instigado ao uso dos bens da Terra senão
em vista de sua utilidade, sua indiferença poderia ter comprometido a harmonia
do Universo. Deus lhe dá o atrativo do prazer que o solicita a realização dos
desígnios da Providência. Mas, por meio desse mesmo atrativo, Deus quis
prova-lo também pela tentação, que o arrasta ao abuso, do qual a sua razão deve
livrá-lo
Os gozos têm limites traçados pela Natureza, para vos mostrar o termo do necessário; mas pelos vossos excessos
chegais até o aborrecimento e com isso vos punis a vós mesmos.
Sobre o homem que procura nos excessos de toda espécie um
refinamento dos seus gozos, deve-se pensar como uma pobre criatura que devemos lastimar e não invejar, porque está bem
próxima da morte! Tanto da morte física
como da morte moral que ele se aproxima.
Comentário de Kardec: O homem que procura, nos excessos de toda espécie um
refinamento dos gozos coloca-se abaixo dos animais, porque estes sabem limitar-se
à satisfação de suas necessidades. Ele abdica da razão que Deus lhe deu para
guia e quanto maiores forem os seus excessos maiores é o império que concedeu a
sua natureza animal sobre a espiritual. As doenças, a decadência, a própria
morte, que são a consequência do abuso, são também a punição da transgressão da
lei de Deus.
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