LIVRO
TERCEIRO
AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO
IV- LEI DA REPRODUÇÃO
V- Poligamia
(Questão 700 a 701)
A igualdade numérica aproximada entre os sexos é um
indício da proporção em que eles se devem unir, pois tudo tem um fim na Natureza. (1)
A
poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um progresso social. O
casamento, monogamia, segundo as vistas de Deus, deve fundar-se na
afeição dos seres que se unem.
Na
poligamia não há verdadeira afeição: não há mais do que sensualidade.
Comentário
de Kardec: Se a poligamia estivesse
de acordo com a lei natural devia ser universal, o que, entretanto, seria
materialmente impossível em virtude da igualdade numérica dos sexos.
A
poligamia deve ser considerada como um uso ou uma legislação particular
apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fará desaparecer
pouco a pouco.(2)
(1) 0
Espiritismos é ideológico, tanto do ponto de vista físico quanto do ético: as
coisas materiais e os latos morais, o mundo e o homem, tudo tem uma finalidade
mas não de ordem antropológica. Muitas vezes ela contraria ou escapa ao
pensamento do homem. Isso deu motivo à reação anti-teológica da Filosofia
moderna. A Ciência, por sua vez, tratando apenas do plano objetivo, não viu
mais que “um ângulo do quadro da Natureza” e restringiu-se às “condições
determinantes”. Sua natureza analítica não lhe permite abranger o sentido das
coisas e dos fatos. Henri Bergson, porém, em L’Évolution Créatice desenvolveu
a teoria do ela vital, segundo a qual todo o curso da evolução, partindo da
matéria mais densa, dirige-se à liberação da consciência no homem, aparecendo
este como o fim último da vida na Terra. Essa é a tese espírita da evolução,
até os limites da vida terrena. Mas o Espiritismo vai além, admitindo a “escala
dos mundos”, através da qual a evolução se processa no infinito, sempre com a
finalidade da perfeição. (N. do T.)
(2) Os
impulsos poligâmico do homem não é um instinto biológico, mas um simples
resquício das fases anteriores de sua evolução. Não sendo irracional, nem
controlado pelas leis naturais das espécies animais, ele tem o dever moral de
refrear esse impulso e sublimar a sua afetividade através do amor conjugal e
familiar. É pela razão e o livre-arbítrio que ele se controla, elevando-se
conscientemente acima das exigências biológicas e das ilusões sensoriais. Se
esse controle lhe parece difícil, maior é o seu dever de realizá-lo, porque maior
é a sua necessidade de evolução nesse campo e também porque “o mérito do bem
está na dificuldade”, como se vê no item 646 deste livro. (N. do T.)
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