sexta-feira, 3 de outubro de 2014

V- Poligamia- O Livro dos Espíritos de Allan Kardec - LIVRO TERCEIRO - AS LEIS MORAIS CAPÍTULO IV- LEI DA REPRODUÇÃO

LIVRO TERCEIRO
AS LEIS MORAIS
CAPÍTULO IV- LEI DA REPRODUÇÃO
V- Poligamia
(Questão 700 a 701)
A igualdade numérica aproximada entre os sexos é um indício da proporção em que eles se devem unir, pois tudo tem um fim na Natureza. (1)
A poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um progresso social. O casamento, monogamia, segundo as vistas de Deus, deve fundar-se na afeição dos seres que se unem.

Na poligamia não há verdadeira afeição: não há mais do que sensualidade.

Comentário de Kardec:  Se a poligamia estivesse de acordo com a lei natural devia ser universal, o que, entretanto, seria materialmente impossível em virtude da igualdade numérica dos sexos.

 A poligamia deve ser considerada como um uso ou uma legislação particular apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fará desaparecer pouco a pouco.(2)



(1) 0 Espiritismos é ideológico, tanto do ponto de vista físico quanto do ético: as coisas materiais e os latos morais, o mundo e o homem, tudo tem uma finalidade mas não de ordem antropológica. Muitas vezes ela contraria ou escapa ao pensamento do homem. Isso deu motivo à reação anti-teológica da Filosofia moderna. A Ciência, por sua vez, tratando apenas do plano objetivo, não viu mais que “um ângulo do quadro da Natureza” e restringiu-se às “condições determinantes”. Sua natureza analítica não lhe permite abranger o sentido das coisas e dos fatos. Henri Bergson, porém, em L’Évolution  Créatice desenvolveu a teoria do ela vital, segundo a qual todo o curso da evolução, partindo da matéria mais densa, dirige-se à liberação da consciência no homem, aparecendo este como o fim último da vida na Terra. Essa é a tese espírita da evolução, até os limites da vida terrena. Mas o Espiritismo vai além, admitindo a “escala dos mundos”, através da qual a evolução se processa no infinito, sempre com a finalidade da perfeição. (N. do T.)


(2) Os impulsos poligâmico do homem não é um instinto biológico, mas um simples resquício das fases anteriores de sua evolução. Não sendo irracional, nem controlado pelas leis naturais das espécies animais, ele tem o dever moral de refrear esse impulso e sublimar a sua afetividade através do amor conjugal e familiar. É pela razão e o livre-arbítrio que ele se controla, elevando-se conscientemente acima das exigências biológicas e das ilusões sensoriais. Se esse controle lhe parece difícil, maior é o seu dever de realizá-lo, porque maior é a sua necessidade de evolução nesse campo e também porque “o mérito do bem está na dificuldade”, como se vê no item 646 deste livro. (N. do T.)

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