LIVRO
TERCEIRO
AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO
VII- LEI DA SOCIEDADE
III- Laços de Família
(Questões 773 à 775)
Entre os animais, pais e filhos deixam de se
reconhecer, quando os últimos não precisam mais de cuidados. Isso se explica
pelo fato de que os animais vivem a vida material e não
a moral. A ternura da mãe pelos filhos tem por princípio o instinto de
conservação aplicado aos seres que dão á luz. Quando esses seres podem cuidar
de si mesmos, sua tarefa está cumprida e a Natureza nada mais lhe exige. É por
isso que ela os abandona para se ocupar de outros que chegam.
O
homem tem outro destino que não o dos animais; por isso não devem querer sempre
identificá-los ou compará-los aos homens. Para ele, há outra coisa além das
necessidades físicas; há a necessidade do progresso. Os liames sociais são
necessários ao progresso e os laços de família resumem os liames sociais; eis
porque eles constituem uma lei natural. Deus
quis que os homens, assim, aprendessem a amar-se como irmãos.
Para a sociedade o resultado do relaxamento dos
laços de família seria uma recrudescência do egoísmo.
(1) Herbert Spencer considerou a
família entre as instituições que dão forma à vida social; Marx e Engels, como
o primeiro grupo histórico, a primeira forma de integração humana;
Augusto Comte, como a célula básica da sociedade, o embrião e o
modelo desta, de maneira que a sociedade perfeita é a que funciona como
família. Atualmente, a Sociologia da Família e a Psicologia Social, bem como as
próprias escolas de Psicologia do Indivíduo reconhecem a importância básica da
família. O mesmo se dá nos estudos de Psicologia Educacional e de Filosofia da
Educação. John Dewey, em Democracia e Educação, acentua a importância do
lar na organização social e na preparação da vida social. Como se vê, a
asserção dos Espíritos de que “os laços de família resumem os liames sociais”
são confirmados até mesmo pelos estudos materialistas da sociedade. (N. do T.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário