terça-feira, 23 de setembro de 2014

II- ADORAÇÃO EXTERIOR - LIVRO TERCEIRO - CAPÍTULO II - Lei de Adoração, O Livro dos Espíritos, Allan Kardec

LIVRO TERCEIRO
AS LEIS MORAIS
CAPÍTULO II- LEI DE ADORAÇÃO

II-  Adoração Exterior
 (Questão 653 a 656)

A verdadeira adoração não necessita de manifestações exteriores. A verdadeira adoração é a do coração. Em todas as vossas ações, pensai sempre que um senhor vos observa.

Porém, a adoração exterior é útil, se não for um vão simulacro. 

É sempre útil dar um bom exemplo: mas os que a fazem só por afetação e amor próprio e cuja conduta desmente a sua aparente piedade dão um exemplo antes mal do que bom e fazem mais mal do que supõem.

Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que pensam honrá-lo através de cerimônias que não os tornam melhores para os seus semelhantes.

      Todos os homens são irmãos e filhos do mesmo Deus, que chama para ele todos os que seguem as suas leis, qualquer que seja a forma pela qual se exprimam.

      Aquele que só tem a aparência da piedade é um hipócrita; aquele para quem a adoração é apenas um fingimento e está em contradição com apropria conduta dá um mau exemplo.

      Aquele que se vangloria de adorara Cristo mas que é orgulhoso, invejoso e ciumento, que é duro e implacável com os outros ou ambicioso dos bens mundanos, eu vos declaro que só tem a religião nos lábios e não no coração. 

Deus, que tudo vê, dirá: aquele que conhece a verdade é cem vezes mais culpável do mal que faz do que o selvagem ignorante e será tratado de maneira consequente, no dia do juízo. 

Se um cego vos derruba ao passar, vós o desculpais, mas se é um homem que enxerga bem, vós o censurais e com razão.

      Não pergunteis, pois, se há uma forma de adoração mais conveniente, porque isso seria perguntar se é mais agradável a Deus ser adorado numa língua do que em outra. Digo-vos ainda uma vez: os cânticos não chegam a ele senão pela porta do coração.

È reprovável praticar uma religião na qual não se acredita de coração, quando se faz isso por respeito humano e para não escandalizar os que pensam de outra maneira, pois que tudo depende da intenção, nisso como em tantas outras coisas, é a regra. Aquele que não tem em vista senão respeitar as crenças alheias não faz mal; faz melhor do que aquele que as ridicularizasse, porque esse faltaria com a caridade. Mas quem as praticar por interesse ou por ambição é desprezível aos olhos de Deus e dos homens. Deus não pode agradar-se daquele que só demonstra humildade perante ele para provocar a aprovação dos homens.


Os homens reunidos por uma comunhão de pensamentos e sentimentos tem mais força para atrair os bons Espíritos. Acontece o mesmo quando se reúnem para adorar a Deus. Mas não penseis, por isso, que a adoração em particular seja menos boa; pois cada um pode adorar a Deus pensando nele.

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