domingo, 1 de abril de 2018

MORTES SÚBITAS

As mortes súbitas representam duro golpe para os amigos e familiares do falecido. Mas servem também de advertência. 

Se é bem verdade que devemos viver a vida com alegria e boa disposição, mesmo sob os golpes de provas e dificuldades, nem por isso devemos nos esquecer de que não somos do mundo. Sim, a verdade final é que não pertencemos ao mundo terreno, material. Passamos rapidamente por aqui e seguimos o nosso caminho espiritual. 

A morte, segundo dizia o filósofo alemão Martin Heidegger, é o momento em que o ser se completa.

No Espiritismo não é o ser, mas a existência que se completa com a morte. Cada vida terrena, cada existência do homem na Terra é um processo que se inicia no berço e se encerra no túmulo. Bem o dizem as Filosofias da Existência: o homem é um projeto. Uns chegam rápido ao alvo através da morte súbita, outros o atingem mais lentamente, mas todos terão de alcançá-lo, mais hoje, mais amanhã. Inútil, pois, nos assustarmos ou aturdirmos com o fenômeno da morte, que não é mais do que um fenômeno biológico. 

Tudo o que vive, morre. Tudo e não apenas o homem. Alguns acreditam que a morte súbita é perigosa. Kardec morreu assim, em pleno trabalho. Quando a criatura viveu bem a morte súbita é boa, é uma libertação imediata do espírito. Quando a criatura não soube viver a morte é sempre difícil, representa uma crise na vida do espírito. E viver bem, no caso é cumprir os deveres que cabem ao homem na Terra, não se apegar às coisas materiais, como ensina o Evangelho. Viver bem, dizia o místico indiano Ramakrishna, é viver como a ama de leite na casa do patrão. Viver sabendo que a casa e as pessoas não nos pertencem. 

Só o Espiritismo, até hoje, entre todas as doutrinas filosóficas, religiosas e científicas, pesquisou objetivamente o fenômeno da morte e pode esclarecê-lo. Muitas pessoas não acreditam nisso.Acham que os espíritas são uns lunáticos, o que agora até não é mau, pois a lua também está prestes a ser conquistada. 

Essas pessoas não conhecem a doutrina e não sabem que ela se baseia em pesquisas científicas das mais rigorosas. Os que quiserem saber o que é a morte, como ela se processa e o que ela representa para o homem não têm outro caminho a seguir senão estudar o Espiritismo. E isso não custa muito, pois o Espiritismo nem sequer exige que os que o estudam se tornem espíritas. 

Livro: O homem novo
Autor: José Herculano Pires

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