Do Livro: Os EXILADOS DA CAPELA
A promessa feita nos páramos
etéreos da Capela estava, pois, cumprida:
144 Os
EXILADOS DA CAPELA
Ele desceu, o Divino Senhor, ao
seio ignaro e impuro da massa humana terrestre, para trazer o auxílio
prometido, para redimir com sua presença, sua exemplificação e seus
ensinamentos sublimes, as duas raças de homens, a da Capela e a da Terra que,
no correr dos tempos, mesclaram, confraternizaram e partilharam os mesmos
sofrimentos, angústias e esperanças.
145 Os
EXILADOS DA CAPELA XXII A PASSAGEM DO MILÊNIO
Assim atingimos o último ciclo. Dois mil anos são transcorridos, após o
sublime avatar; entretanto, eis que a humanidade vive agora um novo período
de ansiosa e dolorosa expectativa; mais que nunca, e justamente porque seu
entendimento se alargou, crescendo sua responsabilidade, necessita ela de um
Redentor. Porque os ensinamentos
maravilhosos do Messias de Deus foram, em grande parte, desprezados ou
deturpados.
O rumo tomado pelas sociedades
humanas não é aquele que o Divino Pastor apontou ao rebanho bruto dos primeiros
dias, aos Filhos da Promessa que desceram dos céus, e continua a apontar às
gerações já mais esclarecidas e conscientes dos nossos tempos.
Os homens se desviaram por maus
caminhos e se perderam nas sombras da maldade e do crime. Como da primeira vez, os degredados e seus
descendentes deixaram-se corromper pelas paixões e foram dominados pelas
tentações do mundo material.
Sua inteligência, grandemente desenvolvida no
transcorrer dos séculos, foi aplicada na conquista de bens perecíveis; os
templos dos deuses da guerra, transferidos agora para as oficinas e as
chancelarias, nunca mais, desde muito, se fecharam, e a violência e a corrupção
dominam por toda a terra.
147 Edgard Armond
O amálgama das raças e sua espiritualização na
unidade - que era a tarefa planetária dosExilados - não produziram os
desejados efeitos, pois que parte da humanidade vive e se debate na voragem
nefanda da morte, destruindo-se mutuamente, enquanto muitos dos Filhos da Terra
ainda permanecem na mais lamentável barbárie e na ignorância de suas altas
finalidades evolutivas.
Pode hoje o narrador repetir como
antigamente: - " e viu o Senhor que a
maldade do homem se multiplicara sobre a terra..." (Gn, 6:5)
Por isso, agora, ao nos
avizinharmos do encerramento deste ciclo, nossos corações se confrangem e
atemorizam: tememos o dia do novo juízo, quando o Cristo, sentado no seu trono
de luzes, pedir-nos contas de nossos atos.
Porque está escrito, para se cumprir como tudo o mais se tem cumprido: -
"O Filho do Homem será o juiz.
Pois, como “o Pai tem em si mesmo a vida,
concede também ao Filho possuir a vida em si; igualmente deu-lhe o poder de
julgar, porque é o Filho do Homem." (Jo, 5:22,26-27)
148 Os
EXILADOS DA CAPELA
Não virá Ele, é certo, conviver
conosco novamente na Terra, como nos tempos apostólicos, mas, conforme
estiver presente ou ausente em nossos corações, naquilo que ensinou e naquilo
que, essencialmente, Ele mesmo é, a saber: sabedoria, amor e pureza-assim
seremos nós apartados uns dos outros.
Já dissemos e mostramos que, de
tempos em tempos, periodicamente, a humanidade atinge um momento de depuração,
que é sempre precedido de um expurgo planetário, para que dê um passo avante em
sua rota evolutiva.
Estamos,
agora, vivendo novamente um período desses e, nos planos espirituais
superiores, já se instala o divino tribunal; seu trabalho consiste na separação
dos bons e dos maus, dos compatíveis e incompatíveis com as novas condições de
vida que devem reinar na Terra futuramente.
No Evangelho, como já dissemos,
está claramente demonstrada pelo próprio Mestre a natureza do veredito:
Passarão
para a direita os espíritos julgados merecedores de acesso,
aqueles que, pelo seu próprio esforço, conseguiram a necessária transformação
moral; os já então incapazes de ações criminosas conscientes; os que tiverem
dominado os instintos da violência, pela paz; do egoísmo, pelo desprendimento;
da ambição, pela renúncia; da sensualidade, pela pureza.
Todos aqueles, enfim, que
possuírem em seus perispíritos a luminosidade reveladora da renovação, esses
passarão para a direita; poderão fazer parte da nova humanidade redimida; habitarão
o mundo purificado do Terceiro Milênio, onde imperarão novas leis, novos
costumes, nova mentalidade social, e no qual os povos, pela sua elevada conduta
moral, tornarão uma realidade viva os ensinamentos do Messias.
Quanto aos demais, aqueles para
os quais as luzes da vida espiritual ainda não se acenderam, esses passarão para a esquerda, serão
relegados a mundos inferiores, afins, onde viverão imersos em provas mais duras
e acerbas, prosseguindo na expiação de seus erros, com os agravos da
obstinação.
149 Edgard
Armond
Todavia, a misericórdia, como
sempre, os cobrirá, pois terão como tarefa redentora o auxílio e a orientação
das humanidades retardadas desses mundos, com vistas ao apressamento de sua
evolução coletiva.
Então, como sucedeu com os Capelinos,
em relação à Terra, assim sucederá com os terrícolas em relação aos orbes menos
felizes, para onde forem degredados e, perante os quais como antigamente
sucedeu, transformar-se-ão em Filhos de Deus, em anjos decaídos.
E o Senhor disse: - "Em verdade, vos digo que
não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam." (Mt,
24:34)
Em sua linguagem sugestiva e
alegórica referia-se o Mestre a esta geração terrena, formada por todas as
raças, cuja evolução vem da noite dos tempos, nos períodos geológicos, alcança
os nossos dias e prosseguirá pelo tempo adiante.
Não passará,
quer dizer: não ascenderá na perfectibilidade, não
habitará mundos melhores, não terá vida mais feliz, antes que redima os erros
do pretérito e seja submetida ao selecionamento que se dará neste fim de ciclo
que se aproxima.
Assim, o expurgo destes nossos
tempos - que já está sendo iniciado nos planos etéreos-promoverá o alijamento
de espíritos imperfeitos para outros mundos e, ao mesmo tempo, a imigração de
espíritos de outros orbes para este.
150 Os
EXILADOS DA CAPELA
Os que já estão vindo agora, formando uma
geração de crianças tão diferentes de tudo quanto tínhamos visto até o
presente, são espíritos que vão tomar parte nos últimos acontecimentos deste
período de transição planetária, que antecederá a renovação em perspectiva;
porém, os que vierem em seguida, serão já os da humanidade renovada, os futuros
homens da intuição, formadores de nova raça - a sexta - que habitará o mundo do
Terceiro Milênio.
Já estão descendo à Terra os
Espíritos Missionários, auxiliares do Divino Mestre, encarregados de orientar
as massas e ampará-las nos tumultos e nos sofrimentos coletivos que vão
entenebrecer a vida planetária nestes últimos dias do século.
Lemos no Evangelho e também
ouvíamos, de há muito, a palavra dos Mensageiros do Senhor advertindo que os
tempos se aproximavam e, caridosamente, aconselhando aos homens que se
guardassem do mal, orando e vigiando, como recomendara o Mestre.
Mas, agora, essas mesmas vozes
nos dizem que os tempos já estão chegados, que o machado já está posto
novamente à raiz das árvores e os fatos que se desenrolam perante nossos olhos
estão de forma evidente, comprovando as advertências. Estas, como também sucedeu nos tempos da
Codificação, são uniformes nos seus termos em todos os lugares e ocasiões,
demonstrando, assim, que há uma ordenação de caráter geral, vinda dos Planos
Superiores, para a coordenação harmoniosa concordante dos acontecimentos
planetários.
Que ninguém, pois, permaneça
indiferente a estes misericordiosos avisos, para que possa, enquanto ainda é
tempo, engrossar as fileiras daqueles que, no próximo julgamento, serão dignos
da graça e da felicidade da redenção.
151 Edgard
Armond
O Sol
entrará, agora, no signo de Aquário.
Este é um signo de luz e de espiritualidade e governará um mundo novo
onde, como já dissemos, mais altos atributos morais caracterizarão o homem
planetário; onde não haverá mais lugar para as imperfeições que ainda hoje nos
dominam; onde somente viverão
aqueles que forem dignos do título de Discípulos do Cristo em Espírito e
Verdade.
O novo ciclo
- que se chamará o Reino do Evangelho
- será iniciado pelos homens
da Sexta Raça e terminado pelos da Sétima, e em seu transcurso a Terra se
transformará de mundo de expiação em mundo regenerado.
Em grande maioria, julgamos, os atuais
moradores da Terra não serão dignos de habitar esse mundo melhor, porque o
nível médio da espiritualização planetária é ainda muito precário; todavia,
nem por isso seremos privados, qualquer que seja a nossa sorte, dos benefícios
da compaixão do Senhor e de Sua ajuda divina; e essa esperança nos levanta,
ainda em tempo, para novas lutas, novas tentativas, novos esforços
redentores.
Cristo, essa luz que não pudemos
ainda conquistar, representa para nossos espíritos retardados, um ideal humano
a atingir, um arquétipo de sublimada expressão espiritual e seu Evangelho, de
beleza ímpar e de sabedoria incomparável, uma meta a alcançar algum dia. Por isso, no novo ciclo que se vai abrir,
repetimos: um novo paraíso será perdido para muitos; novos Filhos de Deus mais
uma vez acharão formosas as Filhas da Terra, tomá-las-ão para si e ouvirão
novamente a palavra do Senhor, dizendo: "Frutificai
e multiplicai e enchei a Terra." (Gn,1:22)
E um pouco mais os sinais desse dia
surgirão no mundo, não mais somente provocados pela Natureza, como no passado,
mas pelo próprio homem, com a aplicação do próprio engenho, desvairado, para
que, assim, a responsabilidade do espírito seja completa.
O Evangelho foi ensinado para
aplicação em todo um período de tempo e não para uma só época. Por isso, o que o Mestre disse ontem é como
se o dissesse hoje, porque, com ligeiras modificações, tão bem se aplica aos
dias em que Ele viveu como aos que nós estamos vivendo.
Os cataclismos antigos eram
necessários para o sofrimento coletivo tanto quanto os modernos, visto que o homem
pouco coisa evoluiu em todo esse tempo, e o sofrimento continua sendo o
elemento mais útil ao seu progresso espiritual.
O homem
desviou-se de seus rumos, fugiu do aprisco acolhedor, entronizando a
inteligência e desprezando os sentimentos do coração.
A ciência produziu frutos em largas messes
que, entretanto, têm sido amargos, não servindo para alimentar a alma,
enobrecendo-a.
Agora chegará o momento em que o
coração dirá ao cérebro: "basta", e o homem, com base nas palavras do
Messias, provará que somente o amor redime para a eternidade.
Em tempos idos, de uma erupção
espontânea de Júpiter ou da ruptura de um de seus setores, nasceu um cometa 46
que, pela sua aproximação da Terra, causou profundos...e Segundo dados da
astronomia moderna, relativamente à formação de cometas, é improvável que os
mesmos tenham se originado de uma erupção planetária; entretanto, a hipótese de
que a Terra teria sido atingida por um cometa no final do Cretáceo, causando a
extinção de muitas espécies, é sustentada por muitos cientistas. (Nota da
Editora) 153 Edgard Armond impressionantes cataclismos.
Terras novas surgiram, mares e
oceanos modificaram sua posição, dilúvios, terremotos, maremotos, descargas
elétricas de tremendo poder destruidor, envenenamento da atmosfera, meteoritos,
tudo desabou sobre o nosso torturado planeta, aterrorizando seus bárbaros e
ignorantes habitantes.
154 Os
EXILADOS DA CAPELA
“Guerras e rumores de guerras;
olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não
é o fim. Porque se levantará nação contra nação e reino contra reino e haverá
fome, peste, e terremotos em vários lugares. Mas todas essas coisas são o
princípio das dores." (Mt, 24:6-8) - "E o Sol escurecerá e a Lua não
dará o seu resplendor e as estrelas cairão do céu e as potências dos céus serão
abaladas". (Mt, 24:29)
E João, no seu Apocalipse, referindo-se aos
mesmos cataclismos diz: - "E havendo aberto o 6º selo olhei e eis
que houve um grande tremor de terra e o sol tornou-se negro como um saco de
cilício e a lua tornou-se como sangue. E
as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os
seus figos verdes, abalada por um vento forte.
E o céu retirou-se como um livro que se enrola, e todos os montes e
ilhas se moveram de seus lugares." (6:12-14)
E no cap. 21: - "Eu vi um novo céu e uma nova
Terra, porque o primeiro céu e a primeira Terra desapareceram, e o mar já não
existia."
Desde os tempos remotos de
Israel, muito antes que o Cristo viesse mostrar aos homens o caminho reto da
salvação, as vozes veneráveis e impressionantes dos profetas já alertavam os
homens sobre os cataclismos do futuro.
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