TALVEZ VOCÊ SEJA
FELIZ E NÃO SAIBA!
Depois de algum tempo trabalhando
nas mediúnicas de desobsessão, doutrinando entidades obsessoras que viveram
aqui na Terra, junto aos seus entes queridos, tenho me perguntado também, onde
mora a felicidade?
Nós espíritas, à medida que vamos
nos esclarecendo, desenvolvendo a consciência do saber viver em paz consigo e
com o próximo, também ficamos aflitos, desanimados, apesar do clarão do saber
interior que a Doutrina Espírita nos proporciona.
A Doutrina Espírita nos fortalece
a cada dia, na fé, na esperança, na busca por um ideal de vida diferenciado do
TER, porque valoriza o seu estado de evolução espiritual, que lhe é singular,
dado por Deus.
Surge então, mais um
questionamento...
Como pode a Humanidade com tantas
adversidades que se apresentam, ter em cada ser humano uma identidade única de
características, virtudes, defeitos tão adversos, consequentes do uso de seu
livre arbítrio, isto é, a capacidade e liberdade de escolha que Deus nos
concede como instrumento de evolução espiritual.
Como pode haver uma felicidade
para tantas adversidades? Mas a felicidade não é exata, nem tem um padrão
pré-fixado. As vezes o que a felicidade para uns é a infelicidade de outros.
Os Espíritas que estão
comprometidos com a Doutrina como base para fortalecimento e equilíbrio espiritual,
já que a Doutrina lhe chama a atenção para o uso contínuo da razão e do bom
senso, enfrentam constantes momentos de angústia interior, na busca de uma paz
que não se sabe ao certo o que é, e nem onde exatamente está. Há muitas dúvidas
de fato, sobre a questão da paz interior e a felicidade porque não estão nas
coisas do TER, como muitos pensam, mas precisam SER sentidas em sua plenitude
pelo coração, porque está na questão do SER.
A pergunta que deveríamos fazer é
...
Onde está o SER? Ação de sentir
com o coração, porque creio que a paz interior e a suposta felicidade de que
tanto buscamos são simplesmente consequência.
Segundo o escritor Wanderley S.
de Oliveira, através do Espírito Ermance Dufaux, em seu livro “Escutando
Sentimentos”, n[os espíritas vivemos o período da maioridade das ideias
espíritas, e que essa maioridade somente será alcançada com a instauração das
atitudes de amor em nossas relações com o próximo, seja na família, no
trabalho, com os amigos, e até com os desconhecidos a quem nos propomos a
ajudar.
Para isso, precisamos estar
voltados para o nosso mental, avaliando constantemente a origem dos nossos
sentimentos porque é através desses sentimentos que vamos identificar a nossa
cia moral e as verdadeiras intenções de sermos felizes.
Estamos vivendo um momento de
transição planetária com a chegada do século XXI. Dentre as mudanças
necessárias para que um Planeta passe de Provas e Expiações para ser um Planeta
de Regeneração, para o qual estamos evoluindo, estão o caminho das habilidades
emocionais, da prática do bem, do amor e do afeto porque o século XXI está
destinado às questões do SER, do SENTIR, ao contrário do século XX, marcado
fortemente pelas questões do TER, do POSSUIR.
É preciso ampliar e desenvolver
os potenciais das virtudes humanas proposta da Doutrina Espírita do século XXI.
As virtudes do saber amar, de ser benevolente, bondoso, misericordioso.
Poderíamos elencar inúmeras virtudes do SER, mas há uma delas que pode
significar o primeiro passo para ser feliz: se permitir errar de maneira
consciente, sem se condenar por isso, porque o erro é um dos principais
caminhos de aprendizagem e evolução.
É preciso que sejamos
misericordiosos com nós mesmos, para que possamos perceber que também temos
muito a evoluir.
O segundo passo após se permitir
errar sem se condenar, é olhar para dentro de si e se perguntar... Qual foi o
meu o erro? O que preciso mudar para não cometê-lo novamente? A quem eu atingi
com o meu erro? Preciso me desculpar? A partir daí, você estará dando o
primeiro passo para a realização da sua reforma íntima.
Errar... identificar o erro...
lançar o olhar sobre o outro... adotar novos caminhos, novas posturas.
É preciso criar uma relação de
empatia com os seus próprios sentimentos em sintonia com as suas ações, e sem
se reprimir ou se envergonhar, e transformar-se no caminho do bem e do amor.
É preciso ainda, cuidar de si,
amar a si mesmo e estar mais voltado para os verdadeiros sentimentos da alma.
Todas essas atitudes o levam ao
crescimento pessoal, e lhe dá a oportunidade de que a cada sentimento, seja ele
bom ou não, você possa se auto avaliar, e desenvolver estudos sobre o seu eu,
sobre si mesmo.
Atualmente, tem-se verificado
muito frequentemente entre as pessoas, que tudo aquilo que não se pode TER,
transforma-se em problemas do SER, como a tristeza, angústias, desânimo, mau
humor, a famosa depressão, irritação, melindres e insatisfação crônica.
Diante ainda da realidade do
Brasil, com tantas desigualdades sociais, sob todos os aspectos, quando não se
pode TER, por falta de condições financeiras, falta de educação familiar e
falta de cultura educacional, fortalecem o caminho da marginalidade e dos
desajustes sociais, aumentando sobretudo, a criminalidade do país.
Do ponto de vista espiritual, diante
deste cenário de Terceiro Mundo, aumentam na mesma proporção, o nível de
endividamento dessas entidades encarnadas, que ao desencarnarem amargarão o
dissabor de perceber que jogaram fora mais uma oportunidade de evolução, que
Deus lhe deu enquanto ser espiritual, por causa das questões do TER, na Terra.
Desperdiçaram as oportunidades de
desenvolver as questões do SER, de serem amados, de serem consolados, de se
educarem para o entendimento do SER íntimo de cada um.
As oportunidades carnais num país
como o Brasil certamente não são iguais para todos. Porém, e preciso saber que
o uso do livre arbítrio é um benefício Divino, dado por Deus, igualmente a
todos, para fazer uso em seu crescimento ou derrota espiritual.
Importante saber que o Espirito
ao encarnar, tem a consciência da sua necessidade de evoluir e que o mal uso
desse benefício Divino tem consequências que somente ele poderá responder.
A questão 973 de O Livro dos
Espíritos, de Allan Kardec, explica que não há dissensão possível para as
torturas morais que constituem a punição de certos crimes cometidos pelos
Espíritos, mas esses se vêm sujeitos a sofrimentos maiores, dentre os mais
horríveis, pensarem que estão condenados sem remissão: um sentimento de
condenação que segundo o Espírito Ermance Dufaux, incrustrado no psiquismo das
criaturas humanas, não lhes permitem conhecer o prazer de viver, nem a saúde, e
ratifica que a esmagadora maioria da população terrena, esteja situada nesse
contexto, enfatizando um destrutivo sentimento de indignidade da vida
psicológica dos homens.
Abrem-se as feridas da alma, que
estão entre o abandono, a carência afetiva, a solidão, o fracasso, o medo. Poderia
citar inúmeros jargões de efeitos psicológicos negativos da atual humanidade.
Porém, a questão é ... o que
podemos fazer com esses sentimentos e como encontrar a melhor maneira de
conviver com os nossos problemas?
Em o Evangelho Segundo o
Espiritismo, capítulo XI, item 13, Kardec diz que: “ Tereis, contudo, razão, se
afirmardes que a felicidade se acha destinada ao homem nesse mundo, desde que
ele a procure, não nos gozos materiais, sim no bem. ”
É preciso aprender a viver as
questões do SER imediatamente!
Observa-se na doutrinação de
entidades desencarnadas e que já viveram aqui na Terra como nós, que esses
sentimentos emocionalmente negativos, estão fortemente marcados no Espírito.
Há relatos de sentimentos
contrários às leis de amor e do bem, como o ódio, a vingança, a mágoa, o medo,
o desamor, a possessão, o apego material, a solidão, enfim, todos os
sentimentos que marcam negativamente a vida Perispiritual da entidade,
nitidamente inferior.
Nasce então, a reflexão mais
comumente feita na atualidade... não seriam sintomas de Depressão? Mas como que
um Espírito já desencarnado pode continuar sentindo depressão na vida
espiritual?
Ao desencarnar, todo o véu do
esquecimento lhe é retirado, e saber conviver diretamente com o lado “negro” da
realidade do seu “eu”, exige preparo e equilíbrio emocional. Sem isso, as
emoções negativs se fortalecem no Espírito. Daí a necessidade de esclarecimento
espiritual para começar ainda na espiritualidade, o movimento de reforma íntima
que se faz necessária no século XXI, para continuar a viver na Terra.
E quanto àqueles seres encarnados
como não que tanto buscam essa tal felicidade, porque também tem cada vez mais
depressão?
É preciso dar ouvidos aos nossos
sentimentos mais íntimos que nada mais são, que as nossas buscas íntimas, as
solicitações do nosso Espírito em melhorar, o que faz da depressão algo não tão
ruim como se pinta.
O primeiro passo para
compreendermos a depressão está em perceber que é uma busca do espírito em
melhorar-se, e que por isso, não tão ruim como parece.
O lado ruim da depressão não é
exatamente senti-la, é não conseguir perceber que é chegado o momento de mudar,
de se transformar num ser melhor, não perfeito, apenas melhor a cada dia.
É preciso confrontar-se, olhar
para o seu íntimo, rever conceitos, adotar novas ações.
Como bem definiu Wanderley S. de
Oliveira, pelos Espírito Ermance Dufaux, em seu Livro Escutando Sentimentos, a
depressão é uma intimação das leis da vida convocando a alma a mudanças
inadiáveis, é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela
é, estabelecendo um desajuste interior que a incapacita par viver plenamente e
não saber jamais o que e a felicidade real do SER.
Interessante aqui mencionar, que dentre
os relatos das mediúnicas de desobsessão que acontecem na Casa da Caridade Irmã
Elisabete, Salvador, Bahia, Brasil, doutrinando uma entidade revoltada, dizendo
ter sido roubada por seu sócio em vida, se encontrava movido pelo sentimento de
vingança e ocupa seu tempo na espiritualidade obsedando o suposto sócio, ainda
encarnado aqui na Terra. Em meio aos muitos aconselhamentos que o doutrinador
faz à entidade, foi-lhe perguntado se fora feliz na Terra com tanto dinheiro
que dizia ter tido, e ele respondeu:
“-Ora minha filha, quem teve todo
o dinheiro do mundo na Terra e não foi feliz, é porque a felicidade não existe!
– eu estou aqui do outro lado e não encontrei nenhuma felicidade, ao menos aí
eu podia ter tudo que quisesse. ”
Esse relato comprova claramente,
que o traço psíquico das entidades que desencarnam, também é de ausência de
prazer em quaisquer níveis que se manifeste, em razão do seu sofrimento moral
capaz de reduzir ou retirar sua alegria de viver.
A entidade estava tão possessa por
sentimentos inferiores que não conseguia perceber que a felicidade jamais seria
encontrada no TER que o dinheiro poderia proporcionar, mas única e
exclusivamente no SER.
O Espírito Ermance Dufaux, quando
encarnado, foi uma menina que aos 12 anos de idade sofria de crises de transe, Publicou os Livros psicografados por ela, através de outros Espíritos
como o livro "Vida de Luís IX", Depois o Livro " A história de
Joana D'Arc, também ditado por ela mesma, faz apologia à questão da
Depressão, definindo-a sob o enfoque espiritual com uma maestria Divina.
Que todos nós saibamos refletir nossas
dores interiores nos esclarecimentos espirituais sobre a depressão, que pode se
tornar a ponte para o estado de felicidade real.
Ermance faz um enfoque da
depressão à Luz do Espírito Imortal vista sob a ótica de condutas rotineiras em
nossas vidas:
·
“O desânimo no cumprimento do dever.
·
A insegurança obsessiva.
·
A ansiedade inexplicável.
·
A solidão em grupo.
·
A impotência perante o convite das escolhas.
·
A angustia da melhora.
·
A aterrorizante sensação de abandono.
·
Sentir-se inútil
·
Baixa tolerância às frustrações.
·
O desencanto com os amigos.
·
Medo da vulnerabilidade.
·
A descrença no ato de viver.
·
O hábito sistemático da queixa improdutiva.
·
A revolta com normas coletivas para o bem de
todos.
·
A indisposição de conviver com os diferentes.
·
A relação de insatisfação com o corpo.
·
O apego aos fatos passados.
·
O sentimento de menos valia perante o mundo.
·
O descaso com os conflitos, a negação dos
sentimentos.
·
A inveja do sucesso alheio.
·
A desistência de ser feliz.
·
A decisão de não perdoar.
·
A inconformação perante as perdas.
·
Fixação obstinada nos pontos de vista.
·
O desamor aos que nos prejudicam.
·
O cultivo do personalismo- a exacerbada
importância pessoal.
·
O gerenciamento ineficaz da culpa.
·
As aflições fantasmas com o futuro.
·
A tormenta de ser rejeitado.
·
As agruras perante as críticas.
·
Rigidez nas atitudes e nos objetivos.
·
Conduta perfeccionista.
·
Sinergia com o pessimismo.
·
Impulso para desistir dos compromissos.
·
Pulsão para controlar a vida.
·
Irritabilidade sem causas conhecidas. ”
A partir de agora, assume o
compromisso consigo mesmo, de buscar felicidade interior. Todas essas ações ou
sentimentos ação sinais de depressão da alma, porque criam ou refletem um
desajuste da criatura com a existência, levando-a paulatinamente, a roubar de
si mesma a sinergia da vida (Ermance Dufaux).
Bilhões e bilhões de homens estão
atualmente deprimidos. E ao assumir o compromisso da busca da felicidade,
compromete-se consigo a adotar a seguinte prática de auto terapia.
1º) Encarar-se e, identificar-se
dentro desse contexto descrito acima, que necessariamente não precisa ser em
todos os sinais. Seja honesto consigo mesmo!
2º) Uma vez identificados os
pontos em comum, pergunte a si mesmo: O que preciso mudar sobre esse aspecto no
qual estou inserido?
3º) Sabendo o que precisa mudar,
questione-se mais uma vez: Como você pode mudar o que de fato, precisa ser
mudado?
4º) Ao descobrir como irá mudar,
relacione o passo a passo da sua estratégia de mudança interior. Quando você
escreve aumenta o compromisso e fortalece o seu objetivo de mudança.
Por fim, comece o seu movimento
de reforma íntima colocando em prática, modificando suas atitudes, sua conduta
diante dos acontecimentos da vida, apelando sempre para o uso do bom senso, da
razão e do equilíbrio emocional. Somente assim, conseguindo se livrar das amarras
interiores da alma, conseguirás perceber que a felicidade existe e está dentro
de você, nas questões do SER.
Em o Livro dos Espíritos, questão
922, explica que a felicidade...
“Com relação à vida material é a posse do
necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro.
”
Reflexionando...você já pode
responder à pergunta... Você é feliz?
É sem dúvida alguma, um ato de
inteligência, criar um relacionamento pacífico com as imperfeições não só as
nossas como também as do próximo, para que possamos dar os primeiros passos
para uma vida saudável e de crescimento, sem as amarguras que adoecem o corpo e
nem as amarras que possam impedir a sua evolução espiritual e moral.
Livrar-se das angústias e do
martírio, direciona a alma para uma educação amorosa, pois quando aceitamos
nossos sentimentos, desejos, ações, impulsos e pensamentos, sem reprimi-los,
julgá-los ou condená-los, passamos a compreender, investigar e redirecionar
essas energias com mais respeito a si mesmo e às suas limitações impostas pelo
seu nível de evolução espiritual e moral.
Ame a vida que tem e ame quem
você é de verdade. Procure viver um dia após o outro, aproveitando com mais
eficácia as oportunidades que seguem no sentido de satisfazer nossas reais
necessidades.
De nada adianta desperdiçar tempo
e energia para fazer algo acima das suas verdadeiras necessidades. Nós só
daremos conta daquilo que realmente podemos. Nem mais, nem menos.
Quando desejamos fazer aquilo que
não podemos, estamos escolhendo o caminho mais difícil a seguir, o do martírio
interior. Não idealize caminhos, nem cobre de si o impossível. Não aceitar sua
condição íntima acaba na insatisfação e no desequilíbrio.
Se você deseja ser feliz, comece
amando-se, livre-se das amarras das mágoas, mantenha-se sereno diante das
acusações, se você nada tem a ver com elas, fique tranquilo, a verdade virá à
tona.
Apegue-se às coisas interiores,
do emocional, do SER e sinta o prazer de estar bem, encontrar soluções e os
valores que construiu no seio de sua família. Procure ser sempre indulgente com
seu semelhante, você não conhece a real raiz de suas dores. Cada um tem um
limite singular, tênue e individual da capacidade de sentir. Busque o prazer de
viver junto aos que ama e procure espontaneamente colaborar para o bem de todos
e de tudo. Segue em frente, vai ser feliz!
Vida e Paz!
Por Alessandra Uzêda
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