CAPÍTULO XVIII
MUITOS OS CHAMADOS E
POUCOS OS ESCOLHIDOS
Parábola do festim de núpcias. –
A porta estreita. – Os que dizem: Senhor! Senhor! Não entrarão todos no reino
dos céus. – Muito se pedirá àquele que muito recebeu. – Instruções dos
Espíritos: Dar-se-á àquele que tem. – Reconhece-se o cristão pelas suas obras.
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
RECONHECE-SE O CRISTÃO PELAS SUAS OBRAS
Palavras proferidas pelo Espírito
SIMEÃO, Bordeus, 1863...
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– “Nem todos os que me dizem Senhor, Senhor, entrarão todos no Reino dos Céus,
mas somente o que faz a vontade de meu Pai, que está nos Céus”.
Escutai estas palavras do mestre, todos vós
que repelis a doutrina espírita como obra do demônio! Abri os vossos ouvidos,
pois chegou o momento de ouvir!
Procurai os verdadeiros cristãos e os
reconhecereis pelas suas obras. “Uma
árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos”.
– “Toda árvore que não der bons frutos será
cortada e lançada no fogo”.
– Eis as palavras do Mestre. Discípulos do
Cristo, compreendei-as bem!
· Os frutos da árvore da vida são
frutos de vida, de esperança e fé. O Cristianismo, como o vem fazendo desde
muitos séculos, prega sempre essas divinas virtudes, procurando distribuir os
seus frutos. Mas quão poucos os colhem!
· A árvore é sempre boa, mas os
jardineiros são maus. Quiseram moldá-la segundo as suas ideias, modelá-la de
acordo com as suas conveniências. Para isso a cortaram, diminuíram, mutilaram.
Seus ramos estéreis já não produzem maus frutos, pois nada mais produzem.
· O viajor sedento que se acolhe à
sua sombra, procurando o fruto de esperança, que lhe deve dar força e coragem,
encontra apenas os ramos adustos, pressagiando mau tempo. É em vão que busca o
fruto da vida na árvore da vida: as folhas tombam secas aos pés. A mãos do
homem tanto as trabalharam, que acabaram por crestá-las!
· Abri, pois, vossos ouvidos e vossos corações, meus bem amados! Cultivai esta árvore da vida,
cujos frutos proporcionam a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a
cuidá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância os seus frutos
divinos. Deixai-a assim como o Cristo a
deu: não a mutileis.
· Sua sombra imensa quer
estender-se por todo o universo; não lhe corte a ramagem. Seus frutos generosos
caem em abundância, para alentar o viajor cansado, que deseja chegar ao seu
destino. Não os amontoeis, para
guardá-los e deixá-los apodrecer, sem servirem a ninguém.
· “São muitos os chamados e poucos os escolhidos”. É que há os açambarcadores do
pão da vida, como os há do pão material. Não vos coloqueis entre eles; a árvore que dá bons frutos deve
distribuí-los para todos.
· Ide, pois, procurar os necessitados; conduzi-os sob as ramagens da
árvore e partilhai com eles o abrigo que ela vos oferece. “Não se colhem uvas
dos espinheiros”.
· Meus irmãos, afastai-vos, pois, dos que vos chamam para apontar os tropeços do
caminho, e segui os que vos conduzem à sombra da árvore da vida.
O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão:
“Os que me dizem Senhor, Senhor, nem
todos entrarão no Reino dos Céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de
meu Pai, que está nos Céus”.
“Que o
Senhor das bênçãos vos abençoe, que o Deus da luz vos ilumine; que a árvore da
vida vos faça com abundância a oferenda dos seus frutos! Credes e orai!”
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