segunda-feira, 21 de abril de 2014

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec-


CAPÍTULO XVIII

MUITOS OS CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS

Parábola do festim de núpcias. – A porta estreita. – Os que dizem: Senhor! Senhor! Não entrarão todos no reino dos céus. – Muito se pedirá àquele que muito recebeu. – Instruções dos Espíritos: Dar-se-á àquele que tem. – Reconhece-se o cristão pelas suas obras.

                                 INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

RECONHECE-SE O CRISTÃO PELAS SUAS OBRAS

Palavras proferidas pelo Espírito SIMEÃO, Bordeus, 1863...

  16 – “Nem todos os que me dizem Senhor, Senhor, entrarão todos no Reino dos Céus, mas somente o que faz a vontade de meu Pai, que está nos Céus”.

Escutai estas palavras do mestre, todos vós que repelis a doutrina espírita como obra do demônio! Abri os vossos ouvidos, pois chegou o momento de ouvir!

Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras. “Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos”.

– “Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada no fogo”.

– Eis as palavras do Mestre. Discípulos do Cristo, compreendei-as bem!

·       Os frutos da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e fé. O Cristianismo, como o vem fazendo desde muitos séculos, prega sempre essas divinas virtudes, procurando distribuir os seus frutos. Mas quão poucos os colhem!

·       A árvore é sempre boa, mas os jardineiros são maus. Quiseram moldá-la segundo as suas ideias, modelá-la de acordo com as suas conveniências. Para isso a cortaram, diminuíram, mutilaram. Seus ramos estéreis já não produzem maus frutos, pois nada mais produzem.

·       O viajor sedento que se acolhe à sua sombra, procurando o fruto de esperança, que lhe deve dar força e coragem, encontra apenas os ramos adustos, pressagiando mau tempo. É em vão que busca o fruto da vida na árvore da vida: as folhas tombam secas aos pés. A mãos do homem tanto as trabalharam, que acabaram por crestá-las!

·       Abri, pois, vossos ouvidos e vossos corações, meus bem amados! Cultivai esta árvore da vida, cujos frutos proporcionam a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a cuidá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância os seus frutos divinos. Deixai-a assim como o Cristo a deu: não a mutileis.

·       Sua sombra imensa quer estender-se por todo o universo; não lhe corte a ramagem. Seus frutos generosos caem em abundância, para alentar o viajor cansado, que deseja chegar ao seu destino. Não os amontoeis, para guardá-los e deixá-los apodrecer, sem servirem a ninguém.

·       “São muitos os chamados e poucos os escolhidos”. É que há os açambarcadores do pão da vida, como os há do pão material. Não vos coloqueis entre eles; a árvore que dá bons frutos deve distribuí-los para todos.

·       Ide, pois, procurar os necessitados; conduzi-os sob as ramagens da árvore e partilhai com eles o abrigo que ela vos oferece. “Não se colhem uvas dos espinheiros”.

·       Meus irmãos, afastai-vos, pois, dos que vos chamam para apontar os tropeços do caminho, e segui os que vos conduzem à sombra da árvore da vida.

            O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: “Os que me dizem Senhor, Senhor, nem todos entrarão no Reino dos Céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai, que está nos Céus”.

“Que o Senhor das bênçãos vos abençoe, que o Deus da luz vos ilumine; que a árvore da vida vos faça com abundância a oferenda dos seus frutos! Credes e orai!”

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