Ao elucidar esta verdade, o Espiritismo
promove uma notável revolução nas deduções
e métodos dos especialistas em
desenvolvimento infantil.
A criança é um espírito imortal,
dotado de experiências
decorrentes de suas encarnações anteriores.
Como todos os filhos de Deus,
traz em si mesma o germe da perfeição,
consoante elucida Allan Kardec, em "O Livro
dos Espíritos", nos seus comentários à questão
776:
"Sendo perfectível e trazendo em si o germe
do seu aperfeiçoamento, o homem não foi
destinado a viver perpetuamente no estado de
natureza, como não o foi a viver eternamente
na infância". (Kardec, Allan - O Livro dos
Espíritos)
Oportuno registrar, para aprofundar nosso
entendimento, a palavra do Instrutor
Espiritual Calderaro, no livro "No Mundo
Maior", ressaltando o processo evolutivo:
"Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos,
conquistando valores, de experiência em
experiência, de milênio a milênio. Não
há favoritismo no Templo Universal do Eterno, e todas as forças da Criação aperfeiçoam-se no
Infinito. A crisálida de consciência que reside
no cristal a rolar na corrente do rio, aí se acha
em processo liberatório; as árvores que, por
vezes, se aprumam centenas de anos, a
suportar os golpes do inverno e acalentadas
pelas carícias da primavera, estão
conquistando a memória; a fêmea do tigre,
lambendo os filhinhos recém-natos, aprende
rudimentos do amor; o símio, guinchando,
organiza a faculdade da palavra. Em verdade,
Deus criou o mundo, mas nós nos
conservamos ainda longe da obra completa. Os
seres que habitam o Universo ressumbrarão
suor por muito tempo, a aprimorá-lo. Assim
também a individualidade. Somos criação do
Autor Divino e devemos aperfeiçoar-nos
integralmente. O Eterno Pai estabeleceu como
lei universal que seja a perfeição obra de
cooperativismo entre Ele e nós, os seus
filhos". (No mundo maior, André Luiz)
Portanto, quando no instante do parto um
recém-nascido dá o seu primeiro choro, isto
significa que um espírito se revestiu de um
corpo físico trazendo consigo uma longa
história já escrita, repleta de erros e acertos, a
prosseguir pelo tempo afora, em sucessivas e
imprescindíveis experiências reencarnatórias,
escrevendo novos capítulos, no laborioso
processo evolutivo rumo à perfeição.
Assim, o ser humano traz em seu íntimo as
infinitas possibilidades de crescimento, de
amadurecimento espiritual que só através do
tempo irão se concretizar.
A esta altura, é oportuno mencionar que Allan
Kardec questionou os Instrutores Espirituais
quanto à importância da encarnação, em "O
Livro dos Espíritos":
"Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
- Deus lhes impôs a encarnação com o fim de
fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é
expiação; para outros, missão. Mas, para
alcançarem essa perfeição, têm que sofrer
todas as vicissitudes da existência corporal:
nisso é que está a expiação.
Visa ainda a
outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em
condições de suportar a parte que lhe toca na
obra da Criação. Para executá-la é que, em
cada mundo, toma o Espírito um instrumento,
de harmonia com a matéria essencial desse
mundo, afim de aí cumprir, daquele ponto de
vista, as ordens de Deus.
É assim que,
concorrendo para a obra geral, ele próprio se
adianta. "(Allan Kardec, O livro dos Espíritos) -
questão 132.
Mais adiante, o Codificador acrescenta:
Como pode a alma, que não alcançou a
perfeição durante a vida corpórea,acabar de
depurar-se?
- Sofrendo a prova de uma nova existência." - questão 166.
Sendo a criança um espírito reencarnado, traz ínsito em seu inconsciente, o acervo de conhecimentos e conquistas anteriores, que assomam durante a vida terrena em forma de aptidões, tendências, preferências, limitações, bloqueios, traumas, que constituem todo o elenco de facilidades e dificuldades nas múltiplas áreas de sua atuação e que irão influenciar o processo do seu desenvolvimento, educação, formação de caráter para compor a sua personalidade atual.
Infere-se que, a cada encarnação, o espírito, sem perder a sua individualidade, assume uma nova personalidade, decorrente de suas necessidades mais prementes.
- Sofrendo a prova de uma nova existência." - questão 166.
Sendo a criança um espírito reencarnado, traz ínsito em seu inconsciente, o acervo de conhecimentos e conquistas anteriores, que assomam durante a vida terrena em forma de aptidões, tendências, preferências, limitações, bloqueios, traumas, que constituem todo o elenco de facilidades e dificuldades nas múltiplas áreas de sua atuação e que irão influenciar o processo do seu desenvolvimento, educação, formação de caráter para compor a sua personalidade atual.
Infere-se que, a cada encarnação, o espírito, sem perder a sua individualidade, assume uma nova personalidade, decorrente de suas necessidades mais prementes.
Assim, está
sempre vivenciando novas experiências, como
por exemplo, desenvolvendo, em determinada
existência, uma aptidão artística para cuja
atividade encontrará facilidades ou
aprimorando uma propensão para a mecânica,
para a matemática, para o exercício da
medicina, da engenharia, para pesquisas
científicas, etc., como também poderá
renascer em um meio onde não tenha
condições de exercer
determinadas tendências, embora estejam
latentes em seu íntimo, como uma prova
necessária, por tê-las usado de forma
prejudicial para si e para os outros. Em
contrapartida, a fim de burilar o seu caráter,
no âmbito dos valores morais, passará por
experiências e situações que o motivem a isso.
Percebendo a importância do período infantil,
Allan Kardec propôs aos Benfeitores
Espirituais a seguinte questão:
Qual é, para este [o Espírito], a utilidade de
passar pelo estado de infância?
- Encarnando, com o objetivo de se
aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é
mais acessível às impressões que recebe,
capazes de lhe auxiliarem o adiantamento,
para o que devem contribuir os incumbidos de
educá-lo. (Allan Kardec, O livro dos Espíritos) -
questão 383.
A infância é, pois, o período propício para que
sejam introjetados no íntimo do espírito
recentemente reencarnado os novos valores,
através da aquisição de hábitos, condutas,
vivências que o enriqueçam e preparem para o
decurso de sua vida terrena.
Autora: Suely Caldas Schubert
Livro: Mediunidade e Obsessão em crianças
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