Mediunidade
Historicamente, a
Mediunidade pode ser observada, em todos os tempos e em todos os lugares, desde
as mais remotas épocas.
A crença na imortalidade da alma
e a possibilidade da comunicação entre os "vivos" e os
"mortos" sempre existiu. Por
exemplo:
A Índia, berço de todas as religiões da
Humanidade, tem o Livro dos Vedas, de
1.500 a.C., que tem sido reconhecido como o mais antigo código religioso da
Humanidade, no qual há afirmativas claras sobre
imortalidade da alma e a recriação:
Ainda na Índia, encontramos Krishna, inspirador de uma doutrina religiosa, deixa claro a ideia
da imortalidade da alma, as reencarnações sucessivas, e a possibilidade de
comunicação entre vivos e mortos:
No Egito, cultuava os mortos e conheciam
formas fluídicas e do magnetismo. O destino da alma, a comunicação com os
mortos, a pluralidade das existências da alma e dos mundos habitados eram, para
eles, problemas solucionados e conhecidos.
Lao-Tsé e Confúcio, 600 a 400 a.C., na China, mantinham no culto dos
antepassados a base de sua fé. Neste culto, a ideia da imortalidade e a
possibilidade da evocação dos mortos era clara.
Israel Cerca de 15 séculos antes de Cristo, Moisés, o grande legislador hebreu, observando
a ignorância e o despreparo de seu povo, procura através de uma lei
disciplinar, educar os hebreus com relação a evocação dos mortos. Estudando a
vida de Moisés, vemos que ele era
possuidor de uma mediunidade fabulosa que
possibilitou o recebimento dos "Dez Mandamentos", no Sinai, que até
hoje representa a base dos códigos de moral e ética no mundo.
Na Grécia, a
crença nas evocações era geral. Vários filósofos, desta progressista civiliza-
ção, se referem a estes fatos: Pitágoras (600 a.C.) Astófanes, Sófocles (400
a.C.) e a maravilhosa figura de Sócrates
(400 a.C.). A idéia da unicidade de Deus, da pluralidade dos mundos
habitados e da multiplicidade das existências era por eles transmitidas a todos
os seus iniciados.
Jesus, o Médium de Deus, teve sua existência assinalada por
fenômenos mediúnicos diversos. O Novo Testamento traz citações claras e belas
de mediunidade em suas mais diferentes modalidades.
A Idade Média foi uma época em que o estudo mais
profundo da religião era praticado apenas por sociedades ultrassecretas.
Milhares de vidas foram sacrificadas sob a acusação de feitiçaria, por evocarem
os mortos. Nesta época, tão triste para a Humanidade, em vários aspectos,
podemos citar como uma grande figura, Joana
D'arc, que guiando o povo francês, sob orientação de "suas vozes",
deixou claro a possibilidade da comunicação entre os vivos e os mortos.
O Espiritismo Foi no
século XIX (1848),
na pacata cidade de Hydesville, no estado de New York (EUA), na casa da família
Fox, que o fenômeno mediúnico começaria a ser conhecido em todo o mundo.
Chegara o momento em que todos as coisas deveriam ser restabelecidas. Foi quando surgiu no cenário terrestre,
aquele que deu corpo à Doutrina dos Espíritos: Hippolyte Léon Denizard Rivail,
ou Allan Kardec, como ficou conhecido.
Em 1855, com a idade de 51 anos, Kardec iniciou um trabalho
criterioso e científico sobre o fenômeno mediúnico e após alguns anos de
estudos sistematizados lançou o Pentateuco:
·
em
18 de abril de 1857, O Livro dos Espíritos;
·
em
1859 - O Que é o Espiritismo;
·
em
1861 - O Livro dos Médiuns;
·
em
1864 - O Evangelho Segundo o Espiritismo;
·
em 1865 - O Céu e o Inferno;
·
e
em 1868 - A Gênese. Graças ao sábio lionês tivemos a Codificação da Doutrina
Espírita reconhecida como a Terceira Revelação, o Consolador prometido por
Jesus.
O que é
Mediunidade?
Eliseu Rigonatti, explica
muito bem o que a Mediunidade, em seu
livro Mediunidade sem lágimas, no capítulo A comunicação entre os encarnados e
os desencarnados.
Ele destaca a necessidade de compreendermos alguns aspectos
relevantes para definirmos Mediunidade, tais como:
·
SOMOS
ESPÍRITOS ENCARNADOS até o dia de nossa morte.
·
A morte não existe, pois após a morte,
continuamos a ser ESPÍRITOS, porém, desencarnados.
·
A morte é a separação de nosso espírito
imortal, do corpo físico ao qual estamos ligados atualmente.
Após a morte o nosso espírito passa a viver
no mundo espiritual.
Da mesma
forma que enquanto espíritos encarnados, nos comunicamos uns com os outros de
diversas formas, há também a possibilidade da comunicação com os espíritos que
já não vivem mais na mesma dimensão, como encarnados, como nós. É por meio
dessa comunicação que recebemos notícias daqueles que já partiram, palavras
confortadoras e úteis ensinamentos morais.
O meio do qual nos
utilizamos para fazer contato com os espíritos desencarnados é a Mediunidade.
Segundo
Allan Kardec a prática da mediunidade é o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual.
Como acontece essa prática da Mediunidade?
A percepção das influências espirituais se dá pelo fenômeno mental
da SINTONIA, ou seja, nossa mente,
sendo um núcleo de forças inteligentes, gera PENSAMENTOS PLASMADOS que, ao se exteriorizarem, entram em
comunhão com as faixas de ideias de mesmo teor vibratório, estabelecendo-se
assim a SINTONIA MEDIÚNICA. Atraímos
espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos.
Em O Livro dos Médiuns , Allan Kardec explica no capítulo XIV, os
diversos tipos de mediunidade, que são:
Mediunidade de Efeitos físicos que podem se apresentar de duas formas:
·
que têm
consciência dos fenômenos por eles produzidos
·
e os involuntários ou naturais, que são
inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para
promoverem manifestações fenomênicas sem que o saibam.
Mediunidade sensitiva ou impressionável
Mediunidade sensitiva ou impressionável
·
Quando sentimos
a presença dos espíritos por uma vaga impressão.
·
Esta faculdade
se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal sutileza, que aquele que a possui
reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do
espírito que se aproxima, mas até a sua individualidade.
Mediunidade de Audiência ou Clarividência
Mediunidade de Audiência ou Clarividência
·
Quando os
médiuns ouvem a voz dos espíritos.
·
O
fenômeno manifesta-se algumas vezes como uma voz interior, que se faz ouvir no
foro íntimo. Outras vezes, dá-se como uma voz exterior, clara e distinta,
semelhante a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes
podem, assim, estabelecer conversação com os espíritos.
.Mediunidade de Vidência ou Clarividência
.Mediunidade de Vidência ou Clarividência
·
São
dotados da faculdade de ver os espíritos.
·
Cabe salientar
que o médium não vê com os olhos, mas é a alma quem vê e por isso é que eles
tanto veem com os olhos fechados, como com os olhos abertos.
Mediunidade de Psicofonia:
Mediunidade de Psicofonia:
·
Neste tipo o
médium serve como um instrumento pelo qual o espírito se comunica pela fala;
assim, há a acoplação do perispírito do espírito comunicante no perispírito do
médium, permitindo, assim, que o espírito utilize o aparelho fonador do médium
para fazer uso da fala.
Mediunidade de Cura:
Mediunidade de Cura:
·
Este gênero de
mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de
curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de
qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que
magnetismo.
·
Evidentemente, o
fluido magnético desempenha aí importante papel. Porém, quem examina
cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A
magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico.
No caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos
os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se
convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e
alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção
de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta,
em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas
que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece,
que é uma verdadeira evocação.
Mediunidade Mecânica:
Mediunidade Mecânica:
·
Quem examinar
certos efeitos que se produzem nos movimentos da mesa, da cesta, ou da
prancheta que escreve não poderá duvidar de uma ação diretamente exercida pelo
Espírito sobre esses objetos.
Mediunidade Intuitiva:
·
A transmissão do
pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua
alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre,
neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a
guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso,
dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o
Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar.
Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância, o
papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do
Espírito livre e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que
escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. E o que se chama médium
intuitivo.
Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente. Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à ideia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium.
O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. Tal precisamente o papel do médium intuitivo.
Mediunidade semi-mecânica: No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. O médium semi-mecânico participa de ambos esses gêneros. Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro o pensamento vem depois do ato da escrita; no segundo, precede-o; no terceiro, acompanha-o. Estes últimos médiuns são os mais numerosos
Mediunidade por inspiração:
Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente. Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à ideia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium.
O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. Tal precisamente o papel do médium intuitivo.
Mediunidade semi-mecânica: No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. O médium semi-mecânico participa de ambos esses gêneros. Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro o pensamento vem depois do ato da escrita; no segundo, precede-o; no terceiro, acompanha-o. Estes últimos médiuns são os mais numerosos
Mediunidade por inspiração:
·
Todo aquele que,
tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento,
comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na
categoria dos médiuns inspirados.
·
Estes,
como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de
que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso
que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que
lhe é sugerido.
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