Refletindo
a Mágoa em nós.
Vamos fechar os olhos,
sentar-se confortavelmente, nos desligar do ambiente externo e nos voltar para
dentro de si. Nesse momento, vamos nos ligar a Jesus Cristo em pensamento e
sintonia de amor.... Jesus está feliz... sorrindo pra você nessa busca tão
importante pela autotransformação. Energia que vibra em nossos corações, de
amor... de paz... de equilíbrio..
.
Diga para si: esse é um
momento especial em minha vida. Pela primeira vez, vou encontrar-me
pessoalmente, com um dos maiores obstáculos da evolução do ser humano e do ser
espiritual, encarnados e desencarnados.
Esse obstáculo a que estamos
nos dispondo a eliminá-lo de nossa caminhada chama-se Mágoa.
Agora que sabemos qual a
primeira pedra de nosso caminho que precisamos compreender para eliminá-la. A
mágoa é um sentimento perfeitamente aceitável em se tratando de almas
iluminadas com o conhecimento espírita.
Sim, você é uma alma iluminada
pelo conhecimento espírita por isso pode aceitar a Mágoa como verdade, sem medo,
nem receios. Todavia, saber administrar os efeitos nocivos das ofensas em nossa
vida, isto sim, constitui grave desafio ético cristão. É a arte de perdoar.
Oh Irmã Elisabete, ajuda-nos
com todos o seu amor e compreensão, a enfrentar um dos efeitos mais nocivos que
a mágoa pode ter: a atitude de indiferença. Precisamos compreender que a indiferença
é uma tentativa improdutiva da alma, de tentar negar ou anular sentimentos, de
negar o afeto que em sua concepção foi traído.
Diga para si... eu aceito a
realidade dos meus sentimentos ainda que estes não sejam tão nobres. Não serei
indiferente! Ser indiferente nos fixa em pontos falhos, nas más recordações e
nas constantes sensações de desconforto perante os ofensores.
Vamos! Se esforce para atender
ao apelo de sua alma que lhe solicita coragem para perdoar. Não conseguindo
atende-la, redunda em males a si próprio.
A mágoa cristaliza nossa visão no lado mais
feliz das pessoas que no ofenderam pois guardamos apenas recordações infelizes de
todos eles, caindo na descrença.
Sob o efeito da ofensa somos
capazes de esquecer, automaticamente, o afeto e os momentos de alegria que
tivemos com nossos ofensores. Esse talvez seja o seu pior efeito.
E o perdão? Perdão é emoção e
não apenas memória. Não se trata apenas de apagar da memória daquilo que nos
fez mal. Precisamos resignificá-la.
Venho lhes convidar a executar
a prova mais autêntica do perdão no mundo íntimo...procuremos resguardar o
nosso foco mental nos aspectos positivos das pessoas que nos ofenderam.
Pense naquela pessoa que você teve
a oportunidade de conhecer, fruir amizade, carinho e momentos gratificantes, e
que sob, o manto negro da ofensa, passaram à condição de adversários.
Veja com os olhos da alma
quantas coisas maravilhosas vocês viveram juntos, mas que de repente você só
tem olhos e mente para o deslize do ofensor.
Pergunte-se nesse momento,
quais os motivos profundos que nos atrelam à mágoa em relação a alguém. Quase
sempre na raiz de nossas mágoas há interesses pessoais contrariados.
Pergunte-se
intimamente...porque nos sentiríamos ofendidos se não houvesse algo pessoal?
A mágoa expressa um sentimento
de injustiça. Sentimos a mágoa sempre associada à sensação de perda, de termos
sido lesados.
Vamos voltar ao momento exato
em que fomos agredidos. Nesse momento certamente estava tomado de emoções
raivosas de defesa própria em relação ao agressor. A mágoa tem como elemento
emocional básico a raiva. Essa raiva faz parte do sistema defensivo da alma, de
sua alma.
Você é um ser em busca de
autotransformação. Não pode mais magoar-se com a Verdade sobre si mesmo. Ao
descobrir sobre a sua vida profunda, não se magoe nem sinta raiva de si
próprio. A Auto cobrança e a autopunição nos faz melindrar, nos magoa
profundamente. Não sofra com esse auto encontro, lembre-se de que você e o seu
homem velho fundiram-se em luz. Hoje vocês são um só.
Você agora está construindo o
Homem Novo, livre das mágoas e das raivas sentidas por si e pelo próximo.
Precisamos sair da ignorância que teima em manter-nos cegos acerca da nossa
realidade moral.
Meus irmãos, nesse cenário,
ninguém passará sem experimentar a dureza dos chamados. Muitos desses chamados
virão de irmãos de caminhada e serão tomados como agressões geradoras de
ressentimentos.
Os ambientes de doutrina é um convite
para as descobertas interiores e, muitas delas, serão realizadas sob chancela
da ofensa.
Precisamos ter a consciência
de que o ofensor irá passar pela nossa vida e se vai; a mágoa por sua vez será
levada conosco até o momento que descobrirmos seu significado divino, o que ela
tem para nos ensinar.
Se não percebermos o quanto
ela nos faz mal, poderemos não só perder o fruto do que ela pode nos ensinar, e
além disso, cultivá-la em redoma na vida emocional, adulando um projeto de doenças
fulminantes. A mágoa não faz parte de Deus, é obra e criação do homem!
Nós espíritas precisamos
aprofundar conceitos acerca da nossa educação moral. Urge a necessidade de
mudanças legítimas na conduta de cada dia fundamentadas nos ensinamentos de amor
do Cristo e orientadas à razão de da doutrina espírita.
Reflita sempre naquilo que
sentes! Não há sentimentos na vida íntima que não tenham significado educativo
para nossa caminhada.
Não se pode determinar o que
se pode ou não sentir, o que se tornaria deseducativo. Precisamos nos lançar
num projeto de alfabetização emocional, com o objetivo de organizar melhor as
ideias acerca do mundo íntimo.
Vamos juntos imbuídos na
proposta espírita de melhoria e mudanças de atitudes. Esse é um desafio ético para
que possamos criar relações mais enobrecedoras.
Sem entendermos nossa vida
afetiva rodaremos em círculos de dor com reações aprendidas tais como a culpa,
a rivalidade silenciosa, a vergonha, o remorso e a própria raiva reprimida que
se converte em estado melindroso, depois em mágoa e rancor, e mais adiante em
ódio.
Perdoar é compreender. Quem
perdoa atendeu as razões da mágoa.
Para perdoar não teremos que
entender necessariamente a conduta do ofensor, mas a razão de nos sentirmos
ofendidos. Então pergunte-se: por que as mágoas e as perdas nas minhas relações
com esse alguém me ofendem tanto? Será que essa mágoa não me aconteceu para que
pudesse enxergar algo que não estou querendo ver de outro modo?
Jesus disse em Mateus, capítulo
9,v.13:
“Ide,
porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque
eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento.”
Nós médiuns precisamos nos
conhecer a fundo, em nossas virtudes e em nossas imperfeições a fim de que
possamos prosseguir com a nossa evolução espiritual, livrando-se sobretudo das
amarras do passado. Porém, se precisamos nos conhecer a fundo, Dona Maria Modesta
vem trazer-lhe a luz de que precisamos através do livro “Quem Sabe pode muito,
quem ama pode muito mais” tomando um exemplar da obra de Emanuell, capítulo XI,
psicografia de Francisco Cândido Xavier que diz:
-“Quem
são os médiuns na sua generalidade?”
-
“Os médiuns em sua generalidade não são missionários na sua acepção comum do
termo; são almas que fracassaram desastrosamente, que contrariaram
sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam sob o peso de severos
compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O
seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros
clamorosos. Quase sempre, são espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos
abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência e que regressam ao
orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que
desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. São almas arrependidas que procuram
arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando com sacrifícios,
tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de
condenável insânia.”
Somos médiuns. Deixamos de
construir a nossa identidade psicológica. Praticamos repetidamente a atitude de
dominar e possuir os valores da vida alheia. Exercemos com tanta intensidade o
poder sobre a vida alheia, que abdicamos de adquirir domínio pessoal, e por
isso tudo, estamos aqui, na busca incessante de construir esse Homem Novo, de
virtudes e atitudes enobrecedoras. Não há mais tempo para se perder tempo. O
momento de fazer diferente é agora. Que os nossos Anjos Guardiões, Espíritos
Protetores, Espíritos Amigos possam estar imbuídos de nos ajudar a vencer essa
nova empreitada a que nos dispomos a seguir, no caminho do bem e do amor ao
próximo.
Que a paz de Deus esteja com
todos!
Vida e Paz!
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