segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

"Conhecimento de si mesmo" - Série Meditação - Vídeo 07 - Por Alessandra Uzêda





Conhecimento de si mesmo
 
Inicialmente, vamos trabalhar a nossa respiração para que possamos estar prontos para mais essa viagem ao mundo espiritual. Comece concentrando-se no ritmo em você respira. Respire profundamente, segure o ar nos pulmões por um instante. Expire. Sinta a sua respiração suave, regular e profunda. Uma respiração tranquila. Esse é o caminho para dentro de si. Você está entrando em um estado de relaxamento e tranquilidade muito necessário à nossa viagem de hoje. Você está em paz!

Meus amigos, a nossa viagem de hoje é longa, muito longa.
Estamos juntos subindo em direção ás nuvens e lá numa paisagem de muita paz, avistamos uma espécie de transporte desconhecido por nós que nos levará a refletir em situações muito antigas. Estamos caminhando rumo a Antiguidade. Questione-se nesse momento: Quem sou eu na Antiguidade? Quais os sentimentos que me acompanham a medida que vou chegando lá? Estamos juntos? 

Seguimos por uma estrada de barro, e no meio do caminho, vimos um movimento de pessoas ao redor de homem.  Homem sereno, de barba fechada e bigode, usando um aparato na cabeça como de um rei, vestido com uma túnica bordada, segurando um cajado à mão direita e um livro à mão esquerda. Um sábio da Antiguidade. Ao nos aproximarmos, abriu-se a multidão em volta do sábio para que ele pudesse nos receber.

Dirigindo-se a nós,  o sábio da antiguidade nos disse: Conhece-te a ti mesmo. Eis o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal. Eis o único caminho para se autotransformar!

Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima, porém a dificuldade está precisamente em se conhecer a si próprio. Então, um de nós que estava a conduzir todo o grupo,  dirigido-se ao sábio da antiguidade perguntou-lhe: O que devemos fazer para nos autoconhecer? E o sábio respondeu: Para chegar a isso, fazei o que eu fazia quando vivi na Terra, disse Santo Agostinho:

“No fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivos para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim, necessitava de reforma. Aquele que todas as noites lembrar todas as ações do dia e se perguntasse o que fez de bem e de mal, pedindo a Deus e ao seu Anjo Guardião, que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me: Deus o assistirá.

Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizestes e com que fito agistes em determinadas circunstância, se fizestes alguma coisa que a censuraríeis nos outros, se praticaste uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda isto: e aprouvesse a Deus chamar-me nesse momento, ao entrar no mundo dos espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém? Examinei o que pudésseis ter feito contra Deus, depois contra o próximo, e por fim contra vôs mesmos. As respostas serão motivo de repouso para vossa consciência ou indicarão um mal que deve ser curado.

O conhecimento de si mesmo é portanto a chave do melhoramento individual.  Mas, direis, como julgar a si mesmo? Não se terá a ilusão do amor próprio, que atenua as faltas e as torna desculpáveis? O avaro se julga simplesmente econômico e previdente, o orgulhoso se considera tão somente cheio de dignidade. Tudo isso é muito certo, mas tendes um meio de controle que não vos pode enganar. Quando estais indecisos quanto ao valor de uma de vossas ações, perguntai como a qualificaríeis se tivesse sido praticada por outra pessoa. Se a censurardes em outro, ela não poderia ser mais legítima para vós, porque Deus não usa de duas medidas para a justiça.

Procurai também saber o que pensam os outros e não negligenciais a opinião de vossos inimigos, porque eles não têm nenhum interesse em disfarçar a verdade e realmente Deus os colocou ao vosso lado como um espelho, para vos advertirem com mais franqueza do que o faria um amigo.

Que aquele que tem a verdadeira vontade de se melhorar explore, portanto, a sua consciência, a fim de arrancar dali as más tendências como arranca aas ervas daninhas do seu jardim: que faça o balanço de sua jornada moral como o negociante o faz de seus lucros e perdas, e eu vos asseguro que o primeiro será mais proveitoso que o outro. Se ele puder dizer que a sua jornada foi boa, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra vida.

Formulai portanto, perguntas claras e precisas e não temais multiplica-las; pode-se muito bem consagrar alguns minutos à conquista da felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias para ajuntar o que vos dê repouso na velhice? Esse repouso não é o objeto de todos os seus desejos, o alvo que vos permite sofrer as fadigas e as privações passageiras? Pois bem: o que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo, ao lado daquilo que aguarda o homem de bem? Isso não vale a pena de alguns esforços? Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro é incerto. Ora, aí está, precisamente, o pensamento que fomos encarregados de destruir em vossas mentes, pois desejamos fazer-vos compreender esse futuro de maneira a que nenhuma dúvida possa restar em vossa alma. Foi por isso que chamamos primeiro a vossa atenção para os fenômenos da natureza que vos tocam os sentidos e depois vos demos instruções que cada um de nós tem o dever de difundir. Foi com esse propósito que ditamos “O Livro dos Espíritos”. (SANTO AGOSTINHO)


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