quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

V- Preocupação com a Morte -O Livro dos Espíritos, Allan Kardec-LIVRO QUARTO: ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES-CAPÍTULO I-PENAS E GOZOS TERRENOS

LIVRO QUARTO
ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO I-  PENAS E GOZOS TERRENOS
V- Preocupação com a Morte
(Questão 941 a 942)

A preocupação com a morte é para muitas pessoas uma causa de perplexidade; Embora tenham um futuro pela frente, preocupam-se com a morte.  É errado que tenham essa preocupação. Mas que queres? Procuram persuadi-las, desde cedo, de que há um inferno e um paraíso, sendo mais certo que elas vão para o inferno, pois lhes ensinam que aquilo que pertence à própria Natureza é um pecado mortal para a alma. Assim, quando se tornam grandes, se tiverem um pouco de raciocínio, não podem admitir isso e se tornam ateus ou materialistas. É dessa maneira que são levados a crer que nada existe além da vida presente. Quanto aos que persistiram na crença da infância, temem o fogo eterno que deve queima-los sem os destruir. A morte não inspira nenhum temor ao justo, porque a fé lhe dá a certeza do futuro, a esperança lhe acena com uma vida melhor e a caridade, cuja lei praticou, lhe dá a segurança de que não encontrará, no mundo em que vai entrar, nenhum ser cujo olhar ele deva temer. 

Comentário de Kardec: O homem carnal mais ligado à vida corpórea do que à vida espiritual, tem na Terra as suas penas e os seus prazeres materiais. Sua felicidade está na satisfação fugidia de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e afetada nelas vicissitudes da vida, permanece numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o amedronta, porque ele duvida do futuro e porque acredita deixar na Terra todas as suas afeições e todas as suas esperanças.
      O homem moral, que se elevou acima das necessidades artificiais criadas pelas paixões tem desde este mundo, prazeres desconhecidos do homem material. A moderação dos seus desejos dá ao seu Espírito calma e serenidade. Feliz com o bem que fez não há para ele decepções e as contrariedades deslizam por sua alma sem lhe deixarem marcas dolorosas.   
Algumas pessoas não acharão estes conselhos de felicidade um pouco banais, não verão neles o que chama lugares-comuns ou verdades cediças, e  dirão, por fim, que o segredo da felicidade consiste em saber suportar a infelicidade. Há as que dirão tudo isso, e numerosas. Mas muitas delas são como certos doentes aos quais o médico prescreve a dieta: desejariam ser curados sem remédios e continuando a entregar-se aos excessos.


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