Extensão do Curso de Educação
e Desenvolvimento Prático Mediúnico
1.
CONCEITOS
A
obsessão é a ação persistente ou domínio
que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. É praticada
pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Apresenta caracteres muito
diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores,
até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. (O Livro dos
Médiuns, Allan Kardec, Cap. XXIII, item 237).
“A
obsessão é o império que os maus Espíritos
tomam sobre certas pessoas, tendo em vista dominá-las e submetê-las à sua
vontade, pelo prazer que sentem em fazer o mal.” (Obras Póstumas, 1ª parte: Da
obsessão e da possessão. Allan Kardec)
“É a ação
persistente que um Espírito inferior exerce sobre um indivíduo, desde a
simples influência moral sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação
completa do organismo e das faculdades mentais. Toda ideia que se fixa de
fora para dentro, seja por hipnose, sugestão consciente, persuasão de qualquer
natureza. Toda ideia que se fixa de dentro para fora, através do domínio
do psiquismo do médium.” (Painéis das Obsessões, Manoel Philomeno de Miranda)
1.1.
Influência
dos Espíritos - História
A
crença na influência dos espíritos, dos mortos sobre os vivos é antiga, conforme
pode depreender-se da Literatura em geral. Como exemplo popular, o escritor
português Camilo Castelo Branco, nas suas "Novelas do Minho",
documenta um caso mediático no seu país em meados do século XIX, em nota na
primeira parte do conto "Maria Moisés":
"
A profunda certeza de que o corpo humano está exposto a invasões diabólicas
entra no Minho em capacidade de bacharéis. Vinte e oito anos depois que o
minorista professava crenças em obsessos, por 1841, na freguesia de Ribas,
conselho de Celorico de Basto, um moço de lavoura requeria ao juiz de paz - que
o era dos órfãos também - neste sentido: "Que a alma de certa pessoa se
lhe metera no corpo, e o não deixava dormir, exigindo-lhe um sermão e certo
número de missas; e, como ele suplicante era pobre, requeria que a despesa
fosse feita à custa da caixa dos órfãos."
O
juiz de paz ponderou seriamente e conscienciosamente a justiça do pedido. Mandou, pois, ouvir o doutor Curador dos
órfãos: o qual respondeu "que se ouvisse previamente o conselho de família":
O conselho reunido deliberou que, visto o doutor Curador não impugnar, era de
parecer que se concedesse à alma a graça que requeria, e se aliviasse o rapaz
do vexame. Em consequência, pregado o sermão e ditas as missas, o rapaz ficou
são.
Quando
um ESPÍRITO, BOM ou MAU, quer agir sobre um indivíduo, ele o envolve por assim
dizer, com seu perispírito, como um manto; os fluidos se interpenetram entre
si.
Os
dois pensamentos e as duas vontades se confundem e o Espírito pode, então, se
servir desse corpo como o seu próprio, fazê-lo agir segundo sua vontade, falar
escrever e desenhar, tais são os médiuns.
Ação
de Espíritos obsessores sobre encarnados:
O Espírito
obsessor se aproveita do momento de FRAGILIDADE do encarnado e vai IMANTANDO
FIOS ENERGÉTICOS DENSOS sobre ele, atraindo outros espíritos de igual teor
vibratório e sintonia, consequentes da emanação da vibração correspondente a
cada fraqueza do sujeito.
É como uma voz interna, que soa nos ouvidos do
encarnado, ativando e direcionando seus sentimentos no caminho do agir, sem que
ele perceba a condução por parte do obsessor, já que este o faz pensar que o
pensamento e a vontade são seus.
1.2 Fios, teias, vínculos, fios, cordões
energéticos
Qualquer ambiente, onde haja a presença de relações
humanas, lá teremos os CORDÕES ENERGÉTICOS em maior ou menor intensidade. É
pelos SENTIMENTOS, que os cordões ganham vida, natureza, cor, cheiro, som,
movimento e consistência. Cordões energéticos são do bem e do mal, conforme
pode ser visto a seguir:
2.
CAUSAS
DAS OBSESSÕES
Sob o
ponto de vista global, podemos afirmar que as causas da obsessão se alicerçam
em nossas imperfeições, quais sejam: Vícios; Paixões exacerbadas; Perversões
sexuais; Crimes; Ganância; Apegos excessivos à pessoas e objetos, que nos
colocam em estado de sintonia vibratória com os espíritos desencarnados em
função da afinidade moral, estando então o Ser sujeito a reajustes e resgates
específicos.
Existem
diversas causas e motivações, que levam um Espírito obsessor a obsidiar a sua
vítima. A seguir algumas das situações:
· CAUSA
MORAL – sua origem provém da imaturidade espiritual das pessoas dominadas por
pensamentos e atitudes inferiores, ou até mesmo, da má orientação espiritual
recebida ao longo da vida. Dentro da perspectiva dos vícios e outros
comportamentos ilícitos, aos quais a humanidade ainda se encontra presa, se
abre a perspectiva de atrairmos para junto de nós, Espíritos afins.
· CAUSA
CÁRMICA – esta causa está associada às encarnações passadas em que há um
vínculo entre o espírito obsedado e o obsessor por meio dos sentimentos de
raiva, ódio, vingança, mágoas, culpas, que se constituem em conflitos mal
resolvidos.
· CONTAMINAÇÕES
ESPIRITUAIS – as contaminações espirituais ocorrem em ambientes que apresentam
vibrações energéticas negativas, inclusive de forma intensa tais como bares,
seitas estranhas, ambientes de prostíbulos, lares com energias desequilibradas,
isto é, onde há baixa vibração de energia. A pessoa precisa se manter vigilante em suas
formas-pensamentos, sua maneira de sentir, e sobretudo, nas suas atitudes,
evitando assim, atrair espíritos perturbadores para junto de si.
· AUTO
OBSESSÃO – aqui a causa tem origem nos sentimentos de remorso, culpa, algum trauma,
com os quais as pessoas não souberam lidar, e que, portanto, permanecem vivos
em seu íntimo. Não sabendo lidar com tais conflitos de ordem íntima, se
envolvem nas teias energéticas da Autocobrança e da autodepreciação, atraindo
espíritos com a mesma faixa de vibração energética. Contudo, a somatização
desses conflitos, comprometem a saúde
mental da pessoa, que acabam adoecendo psicoemocionalmente, e posteriormente,
fisicamente. O indivíduo ao tomar consciência de seus equívocos começa a
culpar-se. Os conflitos interiores gerados podem leva-lo a quadros depressivos.
Devido a sintonia com mentes de igual desequilíbrio, os transtornos
psicológicos e físicos poderão se instalar. Surgem ideias egoístas de temor- a
imaginação fantasiosa – misticismo doentio – fixações mentais persistentes – os
diversos complexos.
· VINGANÇA
– sentimento que o espírito nutre em relação a um indivíduo, de quem guarda
queixas da sua vida presente, ou ainda, do tempo de outra existência. Porém, é
preciso admitir que, dada ao nível de evolução espiritual de muitos ainda
arraigados no primitivismo, muitas vezes, também, não há mais do que o desejo
de fazer mal. O Espírito, que se encontra em sofrimento, entende que, se ele
sofre, outros precisam sofrer também.
· EGOÍSMO
– Quando há o domínio sobre o médium, por parte do Espírito, para atender às
suas próprias necessidades, sem
levar em conta as necessidades e o mal que se faz ao médium.
· ÓDIO,
INVEJA - Escravização do médium, submetendo-o às suas vontades, pelo prazer que
experimentam em fazer o mal, podendo atormentá-lo de tal modo, que pode leva-lo
ao ridículo e ao desequilíbrio total. Não raro, esses Espíritos agem por ódio
de não aceitar suas próprias condições, a esperteza de utilizar alguém em seu
lugar para cometer seus delitos espirituais, e ainda a inveja que o leva a
destruir o que o outro construiu com seus esforços.
· HETERO
OBSESSÃO - Influência de Espíritos encarnados ou não, junto a outros seres que
também podem estar em condições iguais. Este processo pode ser ativo ou
passivo, com ação direta no corpo físico ou mental e sua intensidade pode
variar de leve, moderada e grave.
2.1.
Tipos
de Obsessões
· De
encarnado para encarnado – quando uma pessoa apresenta auto poder de persuasão
sobre outra, dominando-lhes suas vontades e iniciativas, sem que esta se dê
conta disso.
· De
desencarnado para desencarnado – quando um espírito tem alto poder de persuasão
sobre outro espírito, em troca de favores, barganha de serviços escusos em seu
nome, além de escraviza-los. (Filme: A presença)
· De
encarnado para desencarnado – Quando uma pessoa fica se lamento, por exemplo,
em relação a morte física de um ente querido, vivendo um luto prolongado e
eterno com seus lamentos, acaba mantendo tal espírito próximo de si, devido aos
lações afetivos existentes.
· Desencarnado
para encarnado - quando um espírito se une a uma pessoa, persuadindo-a a agir
conforme seus pensamentos e convicções.
· Obsessão
recíproca – quando espírito e pessoa se locupletam nas buscas mútuas, para
realização e satisfação de suas
necessidades afins.
· Auto
obsessão – quando a própria pessoa, se coloca em condições de Autocobrança,
vivenciando culpas, remorsos, frustrações, etc.,Segundo
o Espiritismo, a obsessão espiritual se constitui em uma via de mão dupla, ou
seja, para que a obsessão se estabeleça, é preciso que haja um favorecimento do
obsedado, estabelecendo assim, a sintonia entre ambos. Além disso, vale
ressaltar que, ninguém está livre de ataques energéticos, já que também somos
seres espirituais em evolução, ainda com inúmeras imperfeições, que fazem
baixar o nosso padrão vibratório, em diversos momentos de nossas vidas.
Obsessor,
em sinonímia correta, quer dizer “aquele que importuna”, quase sempre, alguém
que nos participou a convivência profunda, no caminho do erro, a voltar-se
contra nós, quando estejamos procurando a retificação necessária. Daí, a
necessidade de paciência constante para que se lhe regenerem as atitudes.
Podemos
notar os sintomas obsessivos, observando-nos e nos autoconhecendo. Pode-se ter
ideias torturantes que fixam a mente; vontades incontroladas, sem domínio da
razão ou bom-senso; desequilíbrio tanto emocional e espiritual; Inquietações inexplicadas,
etc.
O
assédio obsessivo pode ser motivado por diferentes questões de ordem
emocionais, que constituem em conflitos mal resolvidos ao longo da vida. Os principais sintomas são:
- Pensamentos
negativos;
- Falta
de prazer pela vida e pelos relacionamentos (baixo autoestima);
- Choro
compulsivo e uma maior sensibilidade, sem justificativa plausível.
- Compulsões,
por exemplo, por comida, drogas;
- Dificuldades
e brigas no trabalho e em casa;
- Enxaquecas,
dores de estômago, náuseas;
- Agressividade;
- Vitimismo.
ou seja, se fazer de vítima e julgar os outros;
- Visão frequente ou de vez em quando de
vultos ao seu redor;
- Sensação de ouvir vozes ou ruídos
estranhos;
- Manias
e transtornos obsessivos compulsivos ligados ao comportamento (TOC);
- Dores
de cabeça; Mal-estar frequente;
- Fobias,
ou seja, sentimento exagerado
de medo e aversão por algo ou alguém
As
alterações comportamentais constantes nos processos obsessivos são:
- · Desânimo
diante da vida;
- · Tendência
ao isolamento social;
- · Falta
de sono, pois existe o medo de dormir
· OBSESSÃO SIMPLES - ocorre quando um ou mais espíritos,
influenciam a mente de um médium com suas ideias, mas de maneira tal, que o
médium consciente percebe. A obsessão simples perturba, podendo causar
constrangimento quando o médium inexperiente exprime de forma desavisada
pensamentos, que não são seus, e somente se dá conta disso depois. No entanto,
ele, médium, permanece senhor de si mesmo e reconhece quando fala ou age sob
influência, sendo a ele possível, com estudo, aprender a controlar-se.
· A FASCINAÇÃO
é uma ação direta e constante do pensamento de um espírito sobre a mente do
médium, paralisando lhe o raciocínio de tal modo que este aceita tudo que lhe é
passado pelo espírito como a mais pura verdade, reproduzindo, desde informações
simplórias aos mais completos disparates, como se fosse tudo fruto da mais
profunda sabedoria. O espírito que se dedica à fascinação de um médium é
ardiloso pois, primeiro, ele tem que ganhar a confiança irrestrita do médium
para aos poucos ir dominando seu raciocínio.
· A SUBJUGAÇÃO
é uma influência tão forte sobre a mente do médium que este não mais raciocina
nem age por si mesmo, agindo como marionete do espírito ou dos espíritos que o
influenciam. Segundo o Espiritismo, na obsessão e na subjugação é preciso
buscar o esclarecimento sobre os
processos obsessivos, considerando a Lei de Causa e Efeito, ao mesmo tempo em
que enseja ao médium e àqueles que se preocupam com ele uma ação efetiva em
busca do auto aprimoramento, baseada no estudo da Doutrina Espírita e na
dedicação à caridade.
3.1.
Tratamento
das Obsessões
Nem
toda perturbação emocional tem origem espiritual, sendo sempre importante a
averiguação psiquiátrica e psicológica, das origens da mesma. Identificando-se,
porém, uma ocorrência de obsessão, que se mantenha em acompanhamento
psiquiátrico e psicológico, além de tratamentos de desobsessão.
O
tratamento da obsessão, chamado de desobsessão, deve ser feito centros
espiritualistas ou espíritas, que trabalham seriamente com os processos
obsessivos. Trabalhos sérios de desobsessão, dão ao espírito obsessor a oportunidade
de serem também, tratados e acolhidos pela Espiritualidade, através do
esclarecimento sobre seus equívocos.
Quebrar
o círculo vicioso do ódio entre obsessor e obsedado é tarefa que requer do
esclarecedor espírita, paciência, perseverança e conhecimento dos mecanismos da
vida. A desobsessão espírita é baseada no amor, pois procura ver a todos,
obsessores e obsidiados, como irmãos e irmãs queridos necessitando de
esclarecimento.
Schubert
(1979), destaca que o tratamento das obsessões, promovendo melhor compreensão
da relação entre o do obsessor e obsidiado, mas, destaca a importância da
participação do enfermo como condição básica para o êxito, sugerindo que o
obsedado busque como alternativa de tratamento:
· ESCLARECIMENTO
DOUTRINÁRIO: possibilita a clareza das ideias, o que é essencial ao processo de
transformação pessoal do indivíduo.
· PRECE:
a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos
maléficos o obsessor.” (A Gênese, Allan Kardec, capítulo 14º, item 46.), já que
é através da prece que elevamos nossos padrões vibratórios.
· CARIDADE:
a prática da caridade e exercício para desenvolver em si mesmo o "amor ao
próximo" que preconiza o evangelho.
Entretanto,
sabe-se também, que os tratamentos de desobsessão, podem ser feitos à
distância, sem o médium esteja presente numa mediúnica de desobsessão. Contudo,
se faz necessário os seguintes procedimentos para garantir a eficácia da
desobsessão:
A)
Presencialmente
· ENTREVISTA
– passar por aconselhamento com atendente fraterno para o encaminhamento
adequado ao tratamento.
· PASSE
DE TRATAMENTO PRESENCIAL – Semanalmente, passar por passe de tratamento
presencialmente.
· ÁGUA
FLUIDIFICADA – Medicamento fluídico necessário ao tratamento dos acometimentos
espirituais.
· ACOLHIMENTO
FRATERNO – Esclarecimento pautado na transformação pessoal do indivíduo, à luz
da espiritualidade, fundamentado nos códigos morais propostos pelo Evangelho.
B)
À
distância
· APOMETRIA
– atendimento a distância, cuja finalidade é investigar as condições
espirituais que envolvem o processo obsessivo em questão.
· MEDIÚNICA
DE DESOBSESSÃO – atendimento direcionado ao obsedado, para atendimento aos
Espíritos que o acompanha, a fim de afastá-los, por meio do acolhimento e
esclarecimento doutrinário, junto à ação da Espiritualidade maior.
Importante
salientar, que da mesma forma que a obsessão se constitui uma via de mão dupla,
a desobsessão, demanda esforções de ambas as partes para que, se obtenha
sucesso no tratamento.
3.2.
Obsessão e Jesus (Seara dos médiuns,
Espírito Emmanuel)
Entre
os que lhe comungam a estrada, surgem obsessões e psicoses diversas. Maria de
Magdala, que se faria a mensageira da ressurreição, fora vítima de entidades
perversas. Pedro sofria de obsessão periódica. Judas era enceguecido em
obsessão fulminante. Caifás mostrava se paranoico. Pilatos tinha crises de
medo.
No dia
da crucificação, vemos o Senhor rodeado por obsessões de todos os tipos, a
ponto de ser considerado, pela multidão, inferior a Barrabás, malfeitor e
obsesso vulgar. E, por último, como se quisesse deliberadamente deixar-nos
preciosa lição de caridade para com os alienados mentais, declarados ou não,
que enxameiam no mundo, o Divino Amigo prefere partir da Terra na intimidade de
dois ladrões, que a Ciência de hoje classificaria por cleptomaníacos
pertinazes. A vista disso, ante os escarnecedores de todos os tempos, eduquemos
a mediunidade na Doutrina Espírita, porque só a Doutrina Espírita é luz
bastante forte, em nome do Senhor, para clarear a razão, quando a mente se
transvia, desgovernada, sob o fascínio das trevas.
O exercício contínuo dessas afirmativas, contribuem
para o fortalecimento do padrão vibratório do sujeito, porquanto, o obsessor
não encontrando afinidades morais que o atraia, o deixará.
REFERÊNCIAS
· O
Livro dos Médiuns, Allan Kardec
· Obras
Póstumas, Allan Kardec
· Painéis
da Obsessão, Manoel Philomeno de Miranda
· Nas
Malhas da Obsessão, Valdemir Barbosa
· Despedindo-se
da Terra, André Luiz Ruíz
Extensão do Curso de Educação
e Desenvolvimento Prático Mediúnico
Estudo das Obsessões - Aula I - CONCEITO / CAUSAS / GRAUS
1.
CONCEITOS
A
obsessão é a ação persistente ou domínio
que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. É praticada
pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Apresenta caracteres muito
diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores,
até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. (O Livro dos
Médiuns, Allan Kardec, Cap. XXIII, item 237).
“A
obsessão é o império que os maus Espíritos
tomam sobre certas pessoas, tendo em vista dominá-las e submetê-las à sua
vontade, pelo prazer que sentem em fazer o mal.” (Obras Póstumas, 1ª parte: Da
obsessão e da possessão. Allan Kardec)
“É a ação
persistente que um Espírito inferior exerce sobre um indivíduo, desde a
simples influência moral sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação
completa do organismo e das faculdades mentais. Toda ideia que se fixa de
fora para dentro, seja por hipnose, sugestão consciente, persuasão de qualquer
natureza. Toda ideia que se fixa de dentro para fora, através do domínio
do psiquismo do médium.” (Painéis das Obsessões, Manoel Philomeno de Miranda)
Livro: Despedindo-se da Terra
1.1.
Influência
dos Espíritos - História
A
crença na influência dos espíritos, dos mortos sobre os vivos é antiga, conforme
pode depreender-se da Literatura em geral. Como exemplo popular, o escritor
português Camilo Castelo Branco, nas suas "Novelas do Minho",
documenta um caso mediático no seu país em meados do século XIX, em nota na
primeira parte do conto "Maria Moisés":
"
A profunda certeza de que o corpo humano está exposto a invasões diabólicas
entra no Minho em capacidade de bacharéis. Vinte e oito anos depois que o
minorista professava crenças em obsessos, por 1841, na freguesia de Ribas,
conselho de Celorico de Basto, um moço de lavoura requeria ao juiz de paz - que
o era dos órfãos também - neste sentido: "Que a alma de certa pessoa se
lhe metera no corpo, e o não deixava dormir, exigindo-lhe um sermão e certo
número de missas; e, como ele suplicante era pobre, requeria que a despesa
fosse feita à custa da caixa dos órfãos."
O
juiz de paz ponderou seriamente e conscienciosamente a justiça do pedido. Mandou, pois, ouvir o doutor Curador dos
órfãos: o qual respondeu "que se ouvisse previamente o conselho de família":
O conselho reunido deliberou que, visto o doutor Curador não impugnar, era de
parecer que se concedesse à alma a graça que requeria, e se aliviasse o rapaz
do vexame. Em consequência, pregado o sermão e ditas as missas, o rapaz ficou
são.
1.2.
Influência
dos Espíritos segundo o Espiritismo
Quando
um ESPÍRITO, BOM ou MAU, quer agir sobre um indivíduo, ele o envolve por assim
dizer, com seu perispírito, como um manto; os fluidos se interpenetram entre
si.
|
Os
dois pensamentos e as duas vontades se confundem e o Espírito pode, então, se
servir desse corpo como o seu próprio, fazê-lo agir segundo sua vontade, falar
escrever e desenhar, tais são os médiuns.
Ação
de Espíritos obsessores sobre encarnados:
O Espírito
obsessor se aproveita do momento de FRAGILIDADE do encarnado e vai IMANTANDO
FIOS ENERGÉTICOS DENSOS sobre ele, atraindo outros espíritos de igual teor
vibratório e sintonia, consequentes da emanação da vibração correspondente a
cada fraqueza do sujeito.
É como uma voz interna, que soa nos ouvidos do
encarnado, ativando e direcionando seus sentimentos no caminho do agir, sem que
ele perceba a condução por parte do obsessor, já que este o faz pensar que o
pensamento e a vontade são seus.
1.2.1.
Fios, teias, vínculos, fios, cordões
energéticos
Qualquer ambiente, onde haja a presença de relações
humanas, lá teremos os CORDÕES ENERGÉTICOS em maior ou menor intensidade. É
pelos SENTIMENTOS, que os cordões ganham vida, natureza, cor, cheiro, som,
movimento e consistência. Cordões energéticos são do bem e do mal, conforme
pode ser visto a seguir:
A
FINALIDADE maior desses espíritos se juntarem ao encarnado é simplesmente o
fato de COMPACTUAREM DOS MESMOS VÍCIOS, conhecem seu algoz. Com isso, eles
incentivam o encarnado potencializar ou buscar mais as suas viciações, e junto
a ele, vai sugando-lhes toda a sua energia vital, na satisfação de suas
necessidades mais iminentes.
2.
CAUSAS
DAS OBSESSÕES
Sob o
ponto de vista global, podemos afirmar que as causas da obsessão se alicerçam
em nossas imperfeições, quais sejam: Vícios; Paixões exacerbadas; Perversões
sexuais; Crimes; Ganância; Apegos excessivos à pessoas e objetos, que nos
colocam em estado de sintonia vibratória com os espíritos desencarnados em
função da afinidade moral, estando então o Ser sujeito a reajustes e resgates
específicos.
Existem
diversas causas e motivações, que levam um Espírito obsessor a obsidiar a sua
vítima. A seguir algumas das situações:
· CAUSA
MORAL – sua origem provém da imaturidade espiritual das pessoas dominadas por
pensamentos e atitudes inferiores, ou até mesmo, da má orientação espiritual
recebida ao longo da vida. Dentro da perspectiva dos vícios e outros
comportamentos ilícitos, aos quais a humanidade ainda se encontra presa, se
abre a perspectiva de atrairmos para junto de nós, Espíritos afins.
· CAUSA
CÁRMICA – esta causa está associada às encarnações passadas em que há um
vínculo entre o espírito obsedado e o obsessor por meio dos sentimentos de
raiva, ódio, vingança, mágoas, culpas, que se constituem em conflitos mal
resolvidos.
· CONTAMINAÇÕES
ESPIRITUAIS – as contaminações espirituais ocorrem em ambientes que apresentam
vibrações energéticas negativas, inclusive de forma intensa tais como bares,
seitas estranhas, ambientes de prostíbulos, lares com energias desequilibradas,
isto é, onde há baixa vibração de energia. A pessoa precisa se manter vigilante em suas
formas-pensamentos, sua maneira de sentir, e sobretudo, nas suas atitudes,
evitando assim, atrair espíritos perturbadores para junto de si.
· AUTO
OBSESSÃO – aqui a causa tem origem nos sentimentos de remorso, culpa, algum trauma,
com os quais as pessoas não souberam lidar, e que, portanto, permanecem vivos
em seu íntimo. Não sabendo lidar com tais conflitos de ordem íntima, se
envolvem nas teias energéticas da Autocobrança e da autodepreciação, atraindo
espíritos com a mesma faixa de vibração energética. Contudo, a somatização
desses conflitos, comprometem a saúde
mental da pessoa, que acabam adoecendo psicoemocionalmente, e posteriormente,
fisicamente. O indivíduo ao tomar consciência de seus equívocos começa a
culpar-se. Os conflitos interiores gerados podem leva-lo a quadros depressivos.
Devido a sintonia com mentes de igual desequilíbrio, os transtornos
psicológicos e físicos poderão se instalar. Surgem ideias egoístas de temor- a
imaginação fantasiosa – misticismo doentio – fixações mentais persistentes – os
diversos complexos.
· VINGANÇA
– sentimento que o espírito nutre em relação a um indivíduo, de quem guarda
queixas da sua vida presente, ou ainda, do tempo de outra existência. Porém, é
preciso admitir que, dada ao nível de evolução espiritual de muitos ainda
arraigados no primitivismo, muitas vezes, também, não há mais do que o desejo
de fazer mal. O Espírito, que se encontra em sofrimento, entende que, se ele
sofre, outros precisam sofrer também.
· EGOÍSMO
– Quando há o domínio sobre o médium, por parte do Espírito, para atender às
suas próprias necessidades, sem
levar em conta as necessidades e o mal que se faz ao médium.
· ÓDIO,
INVEJA - Escravização do médium, submetendo-o às suas vontades, pelo prazer que
experimentam em fazer o mal, podendo atormentá-lo de tal modo, que pode leva-lo
ao ridículo e ao desequilíbrio total. Não raro, esses Espíritos agem por ódio
de não aceitar suas próprias condições, a esperteza de utilizar alguém em seu
lugar para cometer seus delitos espirituais, e ainda a inveja que o leva a
destruir o que o outro construiu com seus esforços.
· HETERO
OBSESSÃO - Influência de Espíritos encarnados ou não, junto a outros seres que
também podem estar em condições iguais. Este processo pode ser ativo ou
passivo, com ação direta no corpo físico ou mental e sua intensidade pode
variar de leve, moderada e grave.
2.1.
Tipos
de Obsessões
· De
encarnado para encarnado – quando uma pessoa apresenta auto poder de persuasão
sobre outra, dominando-lhes suas vontades e iniciativas, sem que esta se dê
conta disso.
· De
desencarnado para desencarnado – quando um espírito tem alto poder de persuasão
sobre outro espírito, em troca de favores, barganha de serviços escusos em seu
nome, além de escraviza-los. (Filme: A presença)
· De
encarnado para desencarnado – Quando uma pessoa fica se lamento, por exemplo,
em relação a morte física de um ente querido, vivendo um luto prolongado e
eterno com seus lamentos, acaba mantendo tal espírito próximo de si, devido aos
lações afetivos existentes.
· Desencarnado
para encarnado - quando um espírito se une a uma pessoa, persuadindo-a a agir
conforme seus pensamentos e convicções.
· Obsessão
recíproca – quando espírito e pessoa se locupletam nas buscas mútuas, para
realização e satisfação de suas
necessidades afins.
· Auto
obsessão – quando a própria pessoa, se coloca em condições de Autocobrança,
vivenciando culpas, remorsos, frustrações, etc.,
Segundo
o Espiritismo, a obsessão espiritual se constitui em uma via de mão dupla, ou
seja, para que a obsessão se estabeleça, é preciso que haja um favorecimento do
obsedado, estabelecendo assim, a sintonia entre ambos. Além disso, vale
ressaltar que, ninguém está livre de ataques energéticos, já que também somos
seres espirituais em evolução, ainda com inúmeras imperfeições, que fazem
baixar o nosso padrão vibratório, em diversos momentos de nossas vidas.
Obsessor,
em sinonímia correta, quer dizer “aquele que importuna”, quase sempre, alguém
que nos participou a convivência profunda, no caminho do erro, a voltar-se
contra nós, quando estejamos procurando a retificação necessária. Daí, a
necessidade de paciência constante para que se lhe regenerem as atitudes.
Podemos
notar os sintomas obsessivos, observando-nos e nos autoconhecendo. Pode-se ter
ideias torturantes que fixam a mente; vontades incontroladas, sem domínio da
razão ou bom-senso; desequilíbrio tanto emocional e espiritual; Inquietações inexplicadas,
etc.
O
assédio obsessivo pode ser motivado por diferentes questões de ordem
emocionais, que constituem em conflitos mal resolvidos ao longo da vida. Os principais sintomas são:
- Pensamentos
negativos;
- Falta
de prazer pela vida e pelos relacionamentos (baixo autoestima);
- Choro
compulsivo e uma maior sensibilidade, sem justificativa plausível.
- Compulsões,
por exemplo, por comida, drogas;
- Dificuldades
e brigas no trabalho e em casa;
- Enxaquecas,
dores de estômago, náuseas;
- Agressividade;
- Vitimismo.
ou seja, se fazer de vítima e julgar os outros;
- Visão frequente ou de vez em quando de
vultos ao seu redor;
- Sensação de ouvir vozes ou ruídos
estranhos;
- Manias
e transtornos obsessivos compulsivos ligados ao comportamento (TOC);
- Dores
de cabeça; Mal-estar frequente;
- Fobias,
ou seja, sentimento exagerado
de medo e aversão por algo ou alguém
As
alterações comportamentais constantes nos processos obsessivos são:
· Desânimo
diante da vida;
· Tendência
ao isolamento social;
· Falta
de sono, pois existe o medo de dormir
3.
GRAUS
DE OBSESSÃO
· OBSESSÃO SIMPLES - ocorre quando um ou mais espíritos,
influenciam a mente de um médium com suas ideias, mas de maneira tal, que o
médium consciente percebe. A obsessão simples perturba, podendo causar
constrangimento quando o médium inexperiente exprime de forma desavisada
pensamentos, que não são seus, e somente se dá conta disso depois. No entanto,
ele, médium, permanece senhor de si mesmo e reconhece quando fala ou age sob
influência, sendo a ele possível, com estudo, aprender a controlar-se.
· A FASCINAÇÃO
é uma ação direta e constante do pensamento de um espírito sobre a mente do
médium, paralisando lhe o raciocínio de tal modo que este aceita tudo que lhe é
passado pelo espírito como a mais pura verdade, reproduzindo, desde informações
simplórias aos mais completos disparates, como se fosse tudo fruto da mais
profunda sabedoria. O espírito que se dedica à fascinação de um médium é
ardiloso pois, primeiro, ele tem que ganhar a confiança irrestrita do médium
para aos poucos ir dominando seu raciocínio.
· A SUBJUGAÇÃO
é uma influência tão forte sobre a mente do médium que este não mais raciocina
nem age por si mesmo, agindo como marionete do espírito ou dos espíritos que o
influenciam. Segundo o Espiritismo, na obsessão e na subjugação é preciso
buscar o esclarecimento sobre os
processos obsessivos, considerando a Lei de Causa e Efeito, ao mesmo tempo em
que enseja ao médium e àqueles que se preocupam com ele uma ação efetiva em
busca do auto aprimoramento, baseada no estudo da Doutrina Espírita e na
dedicação à caridade.
3.1.
Tratamento
das Obsessões
Nem
toda perturbação emocional tem origem espiritual, sendo sempre importante a
averiguação psiquiátrica e psicológica, das origens da mesma. Identificando-se,
porém, uma ocorrência de obsessão, que se mantenha em acompanhamento
psiquiátrico e psicológico, além de tratamentos de desobsessão.
O
tratamento da obsessão, chamado de desobsessão, deve ser feito centros
espiritualistas ou espíritas, que trabalham seriamente com os processos
obsessivos. Trabalhos sérios de desobsessão, dão ao espírito obsessor a oportunidade
de serem também, tratados e acolhidos pela Espiritualidade, através do
esclarecimento sobre seus equívocos.
Quebrar
o círculo vicioso do ódio entre obsessor e obsedado é tarefa que requer do
esclarecedor espírita, paciência, perseverança e conhecimento dos mecanismos da
vida. A desobsessão espírita é baseada no amor, pois procura ver a todos,
obsessores e obsidiados, como irmãos e irmãs queridos necessitando de
esclarecimento.
Schubert
(1979), destaca que o tratamento das obsessões, promovendo melhor compreensão
da relação entre o do obsessor e obsidiado, mas, destaca a importância da
participação do enfermo como condição básica para o êxito, sugerindo que o
obsedado busque como alternativa de tratamento:
· ESCLARECIMENTO
DOUTRINÁRIO: possibilita a clareza das ideias, o que é essencial ao processo de
transformação pessoal do indivíduo.
· PRECE:
a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos
maléficos o obsessor.” (A Gênese, Allan Kardec, capítulo 14º, item 46.), já que
é através da prece que elevamos nossos padrões vibratórios.
· CARIDADE:
a prática da caridade e exercício para desenvolver em si mesmo o "amor ao
próximo" que preconiza o evangelho.
Entretanto,
sabe-se também, que os tratamentos de desobsessão, podem ser feitos à
distância, sem o médium esteja presente numa mediúnica de desobsessão. Contudo,
se faz necessário os seguintes procedimentos para garantir a eficácia da
desobsessão:
A)
Presencialmente
· ENTREVISTA
– passar por aconselhamento com atendente fraterno para o encaminhamento
adequado ao tratamento.
· PASSE
DE TRATAMENTO PRESENCIAL – Semanalmente, passar por passe de tratamento
presencialmente.
· ÁGUA
FLUIDIFICADA – Medicamento fluídico necessário ao tratamento dos acometimentos
espirituais.
· ACOLHIMENTO
FRATERNO – Esclarecimento pautado na transformação pessoal do indivíduo, à luz
da espiritualidade, fundamentado nos códigos morais propostos pelo Evangelho.
B)
À
distância
· APOMETRIA
– atendimento a distância, cuja finalidade é investigar as condições
espirituais que envolvem o processo obsessivo em questão.
· MEDIÚNICA
DE DESOBSESSÃO – atendimento direcionado ao obsedado, para atendimento aos
Espíritos que o acompanha, a fim de afastá-los, por meio do acolhimento e
esclarecimento doutrinário, junto à ação da Espiritualidade maior.
Importante
salientar, que da mesma forma que a obsessão se constitui uma via de mão dupla,
a desobsessão, demanda esforções de ambas as partes para que, se obtenha
sucesso no tratamento.
3.2.
Obsessão e Jesus (Seara dos médiuns,
Espírito Emmanuel)
Entre
os que lhe comungam a estrada, surgem obsessões e psicoses diversas. Maria de
Magdala, que se faria a mensageira da ressurreição, fora vítima de entidades
perversas. Pedro sofria de obsessão periódica. Judas era enceguecido em
obsessão fulminante. Caifás mostrava se paranoico. Pilatos tinha crises de
medo.
No dia
da crucificação, vemos o Senhor rodeado por obsessões de todos os tipos, a
ponto de ser considerado, pela multidão, inferior a Barrabás, malfeitor e
obsesso vulgar. E, por último, como se quisesse deliberadamente deixar-nos
preciosa lição de caridade para com os alienados mentais, declarados ou não,
que enxameiam no mundo, o Divino Amigo prefere partir da Terra na intimidade de
dois ladrões, que a Ciência de hoje classificaria por cleptomaníacos
pertinazes. A vista disso, ante os escarnecedores de todos os tempos, eduquemos
a mediunidade na Doutrina Espírita, porque só a Doutrina Espírita é luz
bastante forte, em nome do Senhor, para clarear a razão, quando a mente se
transvia, desgovernada, sob o fascínio das trevas.
O exercício contínuo dessas afirmativas, contribuem
para o fortalecimento do padrão vibratório do sujeito, porquanto, o obsessor
não encontrando afinidades morais que o atraia, o deixará.
REFERÊNCIAS
· O
Livro dos Médiuns, Allan Kardec
· Obras
Póstumas, Allan Kardec
· Painéis
da Obsessão, Manoel Philomeno de Miranda
· Nas
Malhas da Obsessão, Valdemir Barbosa
· Despedindo-se
da Terra, André Luiz Ruíz
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