O melindre denota uma capacidade para se ressentir ou se magoar diante de determinadas situações.
A questão está em conseguirmos vislumbrar as causas primeiras, aquelas que antecedem a primeira motivação para o melindre.
Muitas vezes, o motivo real causador do melindre não reflete a mensagem implícita, aquilo que de fato representa a intenção também real, para se chegar ao melindre em si.
O melindre é na verdade, uma consequência de algo intrigante, algo mais profundo que entristece, que desanima, e que muitas vezes decepciona, que te incomoda profundamente no âmbito de suas emoções. E se incomoda tanto no âmbito de suas emoções é porque certamente algo não vai bem.
Emoções são a expressão de nossos sentimentos. Se as emoções não vão bem, os sentimentos andam mesmo em desequilíbrio. E sentimentos em desequilíbrio requer autoconhecimento, autorreflexão para a partir daí ocorrer a autotransformação capaz de deixar a pessoa mais equilibrada emocionalmente, e consciente de sua realidade pessoal, não se permitir melindrar.
Devemos nos perguntar:
1. Por que melindramos e quais as motivações?
2. Que emoção primária o melindre nos acomete?
3. O que significa essa emoção primária?
4. Quais as consequências dessa emoção primária?
5. Qual ou quais as emoções secundárias geradas a partir da emoção primária?
6. Quais as consequências das emoções secundárias?
7. Quais as minhas habilidades que poderiam ter sido usada para evitar o melindre?
8. Se assim tivesse feito, quais seriam as consequências? Você teria melindrado?
A exemplo disso, ampliando a nossa capacidade de compreender melhor a situação temos:
Respostas:
1. Melindre: Tristeza
Motivações: Pessoa fala com segundas intenções. Tem sempre uma mensagem subliminar implícita. Não há pureza no coração, e portanto, não pode haver pureza no que se fala.
2. Tristeza
3. A tristeza é um estado afetivo caracterizado pela falta de alegria, pela melancolia no propósito da relação interpessoal. Significa a surpresa de descobrir como de fato é a pessoa através de seus pensamentos.
4. Traz como consequência esfriamento da relação, distanciamento em relação ao outro.
5. Decepção e Desconfiança, estado constante de alerta, já que não diz diretamente o que sente.
6. As consequências estão num esforço constante de compreender as motivações reais do outro. Nada é puro, simples e livre de mensagens subliminares. Parece que a pessoa esta sempre articulando.
7. Capacidade de compreender as limitações do outro. Ampliar a perspectiva de perdoar já que se ama. Compreender que o outro não consegue expressar o que realmente sente, não sabe lidar com seus sentimentos. Se autoconhecer para mostrar através do exemplo que é possível agir sem uma segunda intenção. Se firmar com atitudes positivas não absorvendo a energia pessimista e negativa do outro. Não dar grandes importâncias ao que se fala, absorvendo apenas o que há de melhor no outro.
8.Se assim tivesse feito, não deixaria a tristeza chegar, a decepção fazer guarida no coração. Enxergaria seus reais potencias positivos para que pudesse, explorá-lo melhor em relação as motivações do melindre em si. Se não fez assim e ama, então só lhe resta perdoar e viver feliz.
As perguntas acima servem para qualquer situação em que ocorra um melindre, não só nas relações de convivência. Você pode fazer a análise respondendo ás perguntas com seriedade e vai encontrar as respostas.
Essa reflexão é essencial diante daquilo que nos incomoda para que, conhecendo, possamos decidir sobre mudar ou não, já que o melindre em si, destrói sonhos.