Ninguém edificará o santuário da fé no coração, sem associar-se, com toda alma, ao trabalho,
naquilo que o trabalho oferece de belo e de superior dentro da vida.
Para alcançar, porém, a divina construção não nos bastam os primores intelectuais, a eloquência
preciosa, o êxtase contemplativo ou a desenvoltura dos cálculos no campo da inteligência.
Grandes gênios do raciocínio são, por vezes, demônios da tirania e da morte.
Admiráveis doutrinadores, em muitas ocasiões, são vitrinas de palavras brilhantes e vazias.
Muitos adoradores da Divindade, freqüentemente, mergulham-se na preguiça a pretexto
de cultuar a Glória Celeste.
Famosos matemáticos, não raro, são símbolos de sagacidade e exploração inferior.
Amenos o trabalho que a Eterna Sabedoria nos conferiu, onde nos situamos, afeiçoando-nos
à sua execução sempre a mais nobre, cada dia, e seremos premiados pela grande compreensão,
matriz e abençoada de toda a confiança, de toda a serenidade e de todo o engrandecimento
do espírito.
Para penetrar os segredos da estatuária, o escultor repete os golpes do buril milhões de
vezes.
Para produzir o vaso de que se orgulhará em sua missão bem cumprida, o oleiro demora-se
infinitamente ao contato da argila.
Para expor as peças com que enriquecerá o conforto humano, o carpinteiro, de mil modos,
recapitulará o aprimoramento do tronco bruto.
Não te queixes se a fé ainda te não coroa a razão.
Consagra-te aos pequeninos sacrifícios, na esfera de tuas diárias obrigações, à frente dos
outros, cede de ti mesmo, exercita a bondade, inflama o otimismo por onde passes, planta a
gentileza ao redor de teus sonhos, movimenta-te no ideal de sublimação que elegeste para o
alvo de teu destino.
Aprende a repetir para que te aperfeiçoes...
Não vale fixar indefinidamente as estrelas, amaldiçoando as trevas que ainda nos cercam.
Acendamos a vela humilde de nossa boa vontade, no chão de nossa pobreza individual,
para que as sombras terrestres diminuam e o esplendor solar sintonizar-se-á com a nossa flama
singela.
A tomada insignificante é o refletor da usina, quando ligada aos seus poderosos padrões
de força.
Confessemos Jesus em nossos atos de cada hora, renovando-nos com Ele, avançando felizes
em seu roteiro de renunciação, auxiliando a todos e servindo cada vez mais, em Seu
Nome, e, de inesperado, reconheceremos nossa alma inundada por alegria indizível e por silenciosa
luz...
É que o trabalho de comunhão com o Mestre terá realizado em nós a Sua Obra Gloriosa
e a fé perfeita e divina, por tesouro inalienável, brilhará conosco, definitivamente incorporada
à nossa vida e ao nosso coração.
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