Espírito Emmanuel
Um pássaro espiritual.
Conhecemos velho amigo que, em certo período de provação, não vacilou em sacar do
bolso arma mortífera, instigando por insidiosa calúnia, com a intenção de eliminar antigo
companheiro, mas, quando se dispunha a penetrar a casa, com o escuro propósito que lhe envenenava
o coração, eis que pequerrucho canário começou a cantar em árvore próxima.
Havia tamanha beleza na melodia desconhecida, que o quase delinquente sustou o ato
tresloucado e passou a refletir...
Aquele cântico sem palavras não seria uma advertência divina?
Deus, que mergulhara a alma do pássaro em harmonia celeste, não saberia exercer a justiça
que ele, pobre homem imperfeito e amargurado, pretendia executar com as próprias
mãos?
Considerou, portanto, mais aconselhável esperar.
E, enquanto aguardava a cessação do hino comovente, algo surgiu, de improviso, dissipando
a densa nuvem de indébitas preocupações que lhe amortalhavam o espírito.
A paz voltou a felicitar-lhe o íntimo, dantes atormentado, e, em lágrimas, agradeceu ao
Senhor que o salvara de lamentável desastre, por intermédio de um passarinho.
Lembramo-nos do incidente, lendo os versos que Casimiro Cunha enfileirou neste livro.
Através de quadras simples, o nosso irmão faz brotar, do solo de sua alma fraterna, verdadeira
fonte de amor, em gotas de luz, exaltando a Divina Bondade e as virtudes cristãs que podem
erguer-nos à Espiritualidade Santificante.
Ave da Altura, acordando-nos para a glória imortal do bem eterno, quantos de nós, escutando-lhe
o poema de ternura e sabedoria, poderemos interromper as ligações com a sombra?
Consagremos ao mensageiro do Evangelho alguns minutos de leitura e reflexão e, de
certo, compreender-lhe-ão a sublime e musicada mensagem quantos tiverem ouvidos de ouvir.
Psicografia de Chico Xavier
Espírito Emmanuel
(Pedro Leopoldo, 1 de Janeiro de 1953).
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