quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Perguntas feitas aos Espíritos sobre Obsessão- Do Livro dos Médiuns, Allan Kardec

 Perguntas feitas aos Espíritos sobre Obsessão

 Respostas dos Espíritos a algumas perguntas sobre Obsessão:

"1. Por que certos médiuns não podem livrar-se de Espíritos maus que a eles se ligam,e como os Espíritos bons que eles chamam não têm força suficiente para afastar os outros e comunicar-se por seu intermédio?
            — Não falta poder ao Espírito bom. É o médium que quase sempre não está em condições de auxiliá-lo. Sua natureza é mais adequada a outras relações, seu fluido se identifica mais com um Espírito do que com outro. É isso o que dá tamanha força aos que querem enganá-lo.
            2. Parece-nos, entretanto, que há pessoas bastante meritórias, de moralidade irrepreensível, e não obstante impedidas de comunicar-se com os Espíritos bons.
            — Não é uma prova. E quem te pode dizer que não trazem o coração um tanto manchado de mal? Que o orgulho não controla um pouco essa aparência de bondade? Essas provas revelam ao obsedado a sua fraqueza e devem incliná-lo para a humildade. Há alguém na Terra que se possa dizer perfeito? Aquele mesmo que tem todas as aparências da virtude pode ter ainda muitos defeitos ocultos, um velho fermento de imperfeição. Assim, por exemplo, dizes daquele que não pratica o mal, que é leal nas suas relações sociais: É um homem bom é digno! Mas sabes se essas qualidades não estão manchadas pelo orgulho? Se não há nele um fundo de egoísmo? Se ele não é avarento, invejoso, rancoroso, maledicente e muitas outras coisas que não percebes, porque as tuas relações com ele não te deram motivo a descobri-las? O meio mais poderoso de combater a influência dos Espíritos maus é aproximar-se o mais possível da natureza dos bons.
3. A obsessão que impede um médium de receber as comunicações que deseja é sempre um sinal de indignidade de sua parte?
            — Eu não disse que se trata de um sinal de indignidade, mas que pode haver obstáculos a certas comunicações. Ele deve empenhar-se em vencer os obstáculos, que estão nele mesmo. Sem isso, suas preces e suas súplicas nada farão. Não basta a um doente dizer ao médico: Dá-me a saúde, quero passar bem. O médico nada pode, se o doente não faz o necessário.
            4. A privação de comunicar-se com certos Espíritos seria uma espécie de punição?
            — Em certos casos pode ser uma verdadeira punição, como a possibilidade de comunicar-se com eles é uma recompensa que deves procurar merecer. (Ver Pedra e suspensão da mediunidade, nº 220).
            5. Não se pode também combater a influência dos maus Espíritos orientando-os moralmente?
           Sim, mas é o que não se faz e não se pode  deixar de fazer. Porque é freqüentemente uma tarefa que foi dada e que devias cumprir caridosa e religiosamente. Por meio de bons conselhos pode-se levá-los ao arrependimento e apressar-lhes o adiantamento.
            5. a . Como pode um homem ter mais influência, nesse caso, do que os próprios Espíritos?
            — Os Espíritos perversos se aproximam mais dos homens, que procuram atormentar, do que dos Espíritos, pois destes se afastam o mais possível. Nessa aproximação aos humanos, quando encontram quem os tenta moralizar, a princípio não lhe dão ouvidos e até riem-se dele, mas depois, se este soube prendê-los, acabam por sentir-se tocados. Os Espíritos elevados só podem falar-lhes em nome de Deus, e isso os apavora. O homem não tem, é evidente, mais poder que os Espíritos superiores, mas a sua linguagem é mais acessível à natureza inferior, e vendo a influência que podem exercer os Espíritos inferiores, compreende melhor a solidariedade existente entre o Céu a Terra. Além disso, o ascendente que o homem pode ter sobre os Espíritos está na razão de sua superioridade moral. Ele não domina os Espíritos superiores, nem mesmo os que, sem serem superiores, são bons e benevolentes. Mas pode dominar os Espíritos que lhe forem moralmente inferiores. (Ver nº 279).
            6. A subjugação corpórea, em seu desenvolvimento, poderia levar à loucura?
            — Sim, a uma espécie de loucura cuja causa é desconhecida do mundo, mas que não tem relação com a loucura ordinária. Entre os que são tratados como loucos há muitos que são apenas subjugados. Necessitariam de um tratamento moral, enquanto os tornam loucos verdadeiros com os tratamentos corporais. Quando os médicos conhecerem bem o Espiritismo, saberão fazer essa distinção e curarão maior número de doentes do que o fazem com as duchas. (Ver nº 221).(12)
            7. O que se deve pensar dos que, vendo algum perigo no Espiritismo, julgam que o meio de evitá-lo seria proibir as comunicações espíritas?
             — Se eles podem proibir a certas pessoas de se  comunicarem com os Espíritos, não podem impedir as comunicações espontâneas a essas mesmas pessoas, pois não podem suprimir os Espíritos nem impedir que exerçam a sua influência oculta. Essa atitude se assemelha à das crianças que fecham os olhos e pensam que a gente não as vê.
Seria loucura, só porque os imprudentes podem cometer abusos, querer suprimir uma coisa que proporciona grandes vantagens O meio de prevenir os inconvenientes é, pelo contrário, fazer que a conheçam a fundo.(13)"

Um comentário:

  1. Essas respostas reforçam em nós a necessidade de vigiarmos nossos pensamentos, exercitando a autoavaliação e a reforma íntima. É um exercício constante, no início penoso, mas com o tempo o faremos que nem sentiremos, será leve e natural. Então, a aproximação de espíritos inferiores no dia a dia será mais perceptível já que você conhece seus próprios pensamentos dando possibilidade de mudarmos nossas ações. Doutrinar-se em prece com você mesmo é o mais importante, afinal nem sempre os pensamentos e desejos trevosos são de espíritos estranhos, mas sim do nosso próprio espírito. Reconhecer-se imperfeito é um ato de humildade e muitas vezes suficiente para melindrar um possível espírito obsessor.
    Na prece nos ligamos ao alto, orar por nosso Anjo Guardião, esse ser bondoso que nos acompanha, fortalece aos bons espíritos atuarem em nós. O médium que se trabalha na reforma íntima e pratica a prece tem o campo mais aberto aos espíritos superiores. Limpar a mente dos problemas e inquietações cria um canal por onde os bons espíritos podem se comunicar. Médiuns inquietos e com a mente dispersa não conseguirão dar acesso a esses bons espíritos. Assim, as comunicações de ordem mais elevada se darão naturalmente através desse médium, mesmo ele tendo suas imperfeições, pois lembrando o que foi dito pelos espíritos a Kardec: “não existe ninguém na terra perfeito”.
    O importante é nos doarmos com amor e humildade. O trabalho espiritual no atendimento caridoso aos espíritos encarnados e desencarnados também é uma forma de tratamento para nós médiuns. Por isso muitas vezes ao doutrinarmos ouvimos dos espíritos como meio de nos enfraquecermos e nos testar: “Um doente cuidando de outro doente”. Então humildade responda: Sim, todos nós temos defeitos, a diferença é que nós aqui neste trabalho estamos nos esforçando para melhorar, enquanto você, o que tem feito pra se melhorar?
    Confiemos sempre na espiritualidade amiga que atua em sua casa espírita, e os meios pra nos ajudarmos em casos de permitirmos que a obsessão aconteça estão disponíveis e no nosso alcance. Tenham sempre fé e busquem ajuda caso não consigam por si só se tratar. Lembrando que Jesus Cristo nos disse: onde um ou mais orar, lá eu estarei.
    Fiquem em paz.

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