domingo, 14 de janeiro de 2024

Somos Paradoxais

Estudos do Livro "Conflitos Conscienciais Personamlidades Múltiplas & Subpersonalidades" - J.S.Godinho.

Objetivo dos estudos: compreender de que forma as comunicações espirituais se processam pelo deslocamento dos sete corpos que compõem o agregado humano, e não apenas, pela influência ou comunicação de espíritos que não o nosso; entender essas manifestações e sua natureza, propriedades e atributos.


"Somos Paradoxais" implica dizer que:

Paradoxal é um adjetivo de dois gêneros que significa algo que contém ou envolve um paradoxo, ou seja, é incoerente ou absurdo.Alguns sinônimos de paradoxal podem ser: contraditório, ridículo, esquisito, disparatado, insensato. (ENCICLOPÉDIA Significados). Portanto,  dizer que "Somos Paradoxais" é o mesmo que dizer que temos uma forma padoxal ou estranha de agir ou fazer alguma coisa.

A própria natureza dos seres espirituais pode parecer paradoxal para nós, que estamos acostumados com a materialidade da existência terrena. A ideia de que os espíritos podem existir sem um corpo físico tangível pode parecer paradoxal, mas é fundamental para a compreensão espírita da vida após a morte e da natureza espiritual do ser humano.

  • somos monistas, ou seja, tudo vem de Deus e que nunca conseguiremos sair dos domínios e esquemas criados por Deus.
Filosoficamente, o monismo propõe uma realidade consitutida por um princípio único, um fundamento elementar, sendo os múltiplos seres redutíveis em última instância a essa unidade(Dicionário Oxford Languages)

Pode-se argumentar que a visão de Kardec sobre a natureza da realidade é monista, pois ele postula a existência de uma única fonte de tudo, Deus, e enfatiza a unidade subjacente de toda a criação.
  • somos dualistas, ou seja, tudo o que existe se baseia em dois princípios opostos e não originários um do outro. Exemplos:
    • Deus e Mundo
    • Espírito e Matéria
    • Corpo e Alma
Filosoficamente, o dualismo é um padrão recorrente de pensamento desde os primórdios  da filosofia, que busca compreender a realidade e a condição humana dividindo-a em dois princípios básicos, antagônicos e dessemelhantes.(Dicionário Oxford Languages)

Religiosamente, constitui o princípio comum em diversas religiões e seitas que professa a coexistência irredutivel do corpo e do espírito, do bem e do mal.(Dicionário Oxford Languages)

Na Doutrina Espírita, Kardec ensina que os seres humanos são compostos de um corpo material e um espírito imortal. Essa visão dualista da natureza humana é fundamental para a compreensão da vida após a morte e da evolução espiritual.

A Dualidade da Vida segundo Jung (1960) supõe que todo sentimento tem como parte fundamental a sua dualidade, e que, ambos devem estar presentes para que haja um equilíbrio e uma completude no sentimento. Ele afirmou que a felicidade estaria incompleta se não fosse a tristeza para equilibrá-la, e que, a razão nos compele que isso ou aquilo não é prudente, exigindo paciência e tranquilidade para lidar com isso na medida em que vai surgindo na vida. (Teoria junguiana: 10 características - Psicanálise Clínica (psicanaliseclinica.com)
  • somos reencarnacionistas, já que o Espírito reencarna diversas vezes

Kardec abordou extensivamente o tema da reencarnação em suas obras principais, como "O Livro dos Espíritos" e "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

Na Doutrina Espírita, a reencarnação é vista como um processo natural pelo qual o espírito passa por múltiplas existências corpóreas, com o objetivo de evoluir espiritualmente. Allan Kardec e os espíritos superiores que ele consultou através de médiuns explicaram que a reencarnação é uma oportunidade para o espírito progredir, aprender lições importantes e purificar-se moralmente.

Kardec ensina que a reencarnação permite que os espíritos experimentem diferentes situações e desafios ao longo de várias vidas, contribuindo assim para o seu desenvolvimento espiritual. Ele argumenta que as diferenças de talento, caráter e circunstâncias de vida entre os seres humanos podem ser explicadas pelas experiências passadas de cada espírito em suas encarnações anteriores.

Além disso, Kardec enfatiza a justiça e a misericórdia divinas na lei da reencarnação, explicando que ela oferece oportunidades equitativas para o progresso espiritual de todos os indivíduos, independentemente de seu passado.

Portanto, Allan Kardec e a Doutrina Espírita que ele codificou afirmam claramente a crença na reencarnação como um processo fundamental na jornada evolutiva do espírito.


Alan Kardec em O Livro dos Espíritos 
I-Da Reencarnação - Perguntas 166 a 170 afirma que:
  • A alma que não atingiu a perfeição durante uma vida corpórea, precisa se submeter a prova de uma nova existência, na vida corpórea, em um novo corpo.
  • A alma tem muitas existências corpóreas, seria ignorância pensar que não.
  • A reencarnação tem por finalidade a expiação,  ou seja, melhoramento progressivo da humanidade, para que a justiça divina exista. Assim, cada nova existência o Espírito progride e se despoja das impurezas até que não precise mais das provas da vida corpórea, se transformando em Espírito puro.
  • A quantidade de encarnações depende do avanço individual de cada espírito, mas em geral, as encarnaçõies sucessivas são sempre muito numerosas, porque o progresso é quase infinito.

"Livre-Arbítrio" e sua existência:

  • Ideia de falsa liberdade diante do controle de Deus sobre tudo e todos.
  • É preciso compreender que não somos livres para fazer a nossa vontade.
  • O que nos é permitido fazer precisa estar em harmonia com o Criador a fim de evitar o caos consciencial.
O termo livre-arbítrio, com o qual nos deparamos, constantemente, no estudo da Doutrina Espírita, é a capacidade de escolher, dentre as várias alternativas que nos surgem, aquela que julgamos ser a mais conveniente e desejável, permitindo-nos, assim, determinar o que queremos para nós.

Allan Kardec abordou o conceito de livre-arbítrio em várias de suas obras, principalmente em "O Livro dos Espíritos" e "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Na Doutrina Espírita, o livre-arbítrio é considerado um princípio fundamental que faz parte da natureza humana e está ligado à capacidade de escolha e decisão dos seres humanos.

Kardec ensina que o livre-arbítrio é uma dádiva de Deus aos seres humanos, conferindo-lhes a liberdade de escolher seus pensamentos, palavras e ações. Ele destaca que o exercício do livre-arbítrio é uma das principais ferramentas para o progresso espiritual, pois permite que os indivíduos façam escolhas conscientes e assumam responsabilidade por suas ações.

No entanto, Kardec também ressalta que o livre-arbítrio não é absoluto e ilimitado. As escolhas feitas pelos seres humanos estão sujeitas às leis naturais e morais que regem o universo. Além disso, as consequências das ações humanas, tanto positivas quanto negativas, são inevitáveis e fazem parte do processo de aprendizado e evolução espiritual.

Kardec ensina que o exercício responsável do livre-arbítrio requer discernimento, reflexão e consciência das consequências de nossas escolhas. Ele enfatiza a importância de buscar a orientação da consciência, da razão e da moralidade ao fazer escolhas, e também destaca a influência dos espíritos sobre os pensamentos e ações humanas, sugerindo que é importante estar atento e vigilante para resistir às influências negativas.

Em resumo, Allan Kardec defende que o livre-arbítrio é uma faculdade essencial do ser humano, mas que deve ser exercido com responsabilidade, respeitando as leis naturais e morais, e buscando sempre o progresso espiritual e a harmonia com o universo.


Kardec afirma na Questão 121 que: 

Sempre existiram inúmeros caminhos a serem seguidos e cada um de nós optou por aqueles que pareceram ser os mais convenientes.

        

Mas nem tudo o que julgamos ser o mais adequado é, verdadeiramente, o mais apropriado ao nosso bem-estar e integridade, porque o grau dessa percepção depende dos conhecimentos adquiridos, das experiências vividas e do quanto já conseguimos aprender e apreender sobre as virtudes que necessitamos conquistar, de modo a concretizarmos o próprio progresso.


A "harmonia verdadeira":
  • É restabelecida quando recuperamos a razão e, assim, readquirimos novamente o equilíbrio.
  • Está em Deus e na integração e obediência aos esquemas de sua Criação.
“Entendemos a Harmonia como estado de reconciliação e integração de todas as polaridades a partir da elevação da consciência humana que, em última análise, objetiva a experiência de unidade com o Uno (retorno à unidade original), ou seja, de integração plena e absoluta com o TODO.”

Allan Kardec, na Doutrina Espírita, discute a noção de "harmonia verdadeira" principalmente no contexto das relações humanas e do desenvolvimento espiritual. Para Kardec, a verdadeira harmonia não é apenas a ausência de conflitos ou a mera concordância superficial, mas sim uma condição mais profunda e significativa de equilíbrio e paz interior.

Na visão de Kardec, a harmonia verdadeira surge quando os seres humanos vivem de acordo com as leis naturais e morais que regem o universo, agindo em conformidade com o amor, a justiça e a caridade. Isso implica respeitar o livre-arbítrio dos outros, praticar a tolerância, a compreensão e a empatia, e buscar o bem-estar coletivo em vez de apenas interesses egoístas.

Além disso, Kardec enfatiza que a verdadeira harmonia está intimamente ligada ao desenvolvimento espiritual. Ele ensina que a busca da evolução moral e intelectual, o cultivo de virtudes como a humildade, a bondade e a gratidão, e a superação de sentimentos negativos como o orgulho, o ódio e o egoísmo são essenciais para alcançar a verdadeira harmonia consigo mesmo e com os outros.

A verdadeira harmonia, para Kardec, também implica uma conexão profunda com o divino e uma busca constante pela união com Deus. Ele acredita que a harmonia espiritual só pode ser alcançada quando os indivíduos reconhecem sua natureza divina e se esforçam para viver de acordo com os ensinamentos espirituais.

Em resumo, Allan Kardec entende por "harmonia verdadeira" um estado de equilíbrio, paz e felicidade que surge da prática do amor, da justiça e da caridade, do desenvolvimento espiritual e da conexão com o divino. É um estado no qual os seres humanos vivem em harmonia consigo mesmos, com os outros e com o universo.


O "Universo e as diversas Galaxias, Sistemas e Planetas":
  • Os átomos são diferentes em cada um desses.
  • Os povos são diferentes
  • As personalidades são diferentes
  • As personalidades múltiplas são diferentes
  • As subpersonalidades são diferentes

A Doutrina Espírita não contradiz a ideia da existência de outros mundos habitados. Kardec, em suas obras, deixa aberta a possibilidade de que o universo é habitado por uma variedade de formas de vida, além daquelas encontradas na Terra. Ele ensina que o Espiritismo não rejeita a ideia de que existam outros mundos ou outros sistemas solares habitados por seres inteligentes.

Na visão espírita, cada planeta é um mundo em si mesmo, com suas próprias condições e formas de vida, e todos estão sujeitos às mesmas leis naturais e morais que regem o universo. Os espíritos que habitam esses mundos podem estar em diferentes estágios de evolução espiritual e podem ter diferentes formas de vida física e social.

Portanto, embora Allan Kardec não tenha fornecido detalhes específicos sobre as diversas galáxias, sistemas solares e planetas, a Doutrina Espírita deixa espaço para a possibilidade de uma vasta diversidade de formas de vida no universo, em harmonia com os princípios gerais do Espiritismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário