quinta-feira, 12 de julho de 2018

VAMPIRISMO ESPIRITUAL


O Espírito André Luiz faz as seguintes observações sobre a sessão de desenvolvimento mediúnico em que participou:

  •                        Achou que a sessão não parecia ter sido de grandes realizações para os encarnados.
  •                Verificou que no ambiente dele, entre os desencarnados, havia uma enorme satisfação entre todos os espíritos que ali trabalhavam em prol do bem, mesmo após duas horas de trabalhos.
  •        Observou um esforço intenso despendido pelos servidores da Erraticidade. Eram em grande número. Assistiam os companheiros terrestres, e também atendiam a longas filas de entidades sofredoras do plano espiritual.

·        A preocupação de André Luiz naquela reunião era o VAMPIRISMO.

    o   Vira os mais estranhos bacilos de natureza psíquica, completamente desconhecidos na microbiologia mais avançada. Entretanto, formavam também colônias densas e terríveis.



Não guardavam a forma esférica das cocáceas, nem o tipo de bastonete das bacteriáceas diversas, já conhecidas pela Medicina:
















Reconhecera-lhes o ataque aos elementos vitais do corpo físico, atuando com maior potencial destrutivo sobre as células mais delicadas.

·       André Luiz foi tomado por diversos questionamentos:

o   Que significava aquele mundo novo?
o Que agentes seriam aqueles, caracterizados por indefinível e pernicioso poder?
o   Estariam todos os homens sujeitos à sua influenciação?

·    Observou que em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens.

   O Instrutor espiritual que esclarece as dúvidas de André Luiz, se dispôs a conversar, provocando nele uma reflexão:

- Você não ignora que, no círculo das enfermidades terrestres, cada espécie de micróbio tem o seu ambiente preferido.

o   O pneumococo aloja-se habitualmente nos pulmões;
o   o bacilo de Eberth localiza-se nos intestinos onde produz a febre tifoide;
o   o bacilo de Klebs-Löffler situa-se nas mucosas onde provoca a difteria.
o   em condições especiais do organismo, proliferam os bacilos de Hansen ou de Koch.

- Acredita você que semelhantes formações microscópicas se circunscrevem à carne transitória?
- Não sabe que o macrocosmo está repleto de surpresas em suas formas variadas?

No campo infinitesimal (Universo-infinito), as revelações obedecem à mesma ordem surpreendente.

André, meu amigo, as doenças psíquicas são muito mais deploráveisA patogênese da alma está dividida em quadros dolorosos.

o   A cólera, a intemperança, os desvarios do sexo, as viciações de vários matizes, formam criações inferiores que afetam profundamente a vida íntima.

o   Quase sempre o CORPO DOENTE assinala a MENTE ENFERMIÇA.

o   A organização fisiológica (o corpo físico), segundo conhecemos no campo de cogitações terrestres, não vai além do vaso de barro, dentro do molde preexistente do corpo espiritual. (corpo espiritual)

o   Atingido o molde em sua estrutura pelos golpes das vibrações inferiores, o vaso refletirá imediatamente. (A enfermidade do corpo físico, começa pelo corpo espiritual)

André Luiz ainda tinha as seguintes indagações a esclarecer:

o   Como encarar o problema das formações iniciais?

o   Enquadrava-se a afecção (na medicina é qualquer alteração patológica do corpo) psíquica no mesmo quadro sintomatológico (mesmos sintomas entre encarnados) que conhecera, até então, para as enfermidades orgânicas em geral?

o   Haveria contágio de moléstias da alma? E seria razoável que assim fosse, na esfera (no plano espiritual) onde os fenômenos patológicos da carne não mais deveriam existir?

Afirmara Virchow que o CORPO HUMANO “é um país celular, onde cada célula é um cidadão, constituindo a doença um atrito dos cidadãos, provocado pela invasão de elementos externos”.

De fato, a criatura humana, desde o berço, deve lutar contra diversas flagelações climáticas, entre venenos e bactérias de variadas origens. Pôs-se a perguntar:

o   Como se verificam os processos mórbidos de ascendência psíquica?

o   Não resulta a afecção do assédio de forças exteriores?

o   Em nosso domínio, como explicar a questão?

o   É a viciação da personalidade espiritual que produz as criações vampirísticas ou estas que avassalam a alma, impondo-lhe certas enfermidades?

o   Nesta última hipótese, poderíamos considerar a possibilidade do contágio?

O orientador ouviu-me, atencioso, e esclareceu:

- Primeiramente a semeadura, depois a colheita; e, tanto as sementes de trigo como de escalracho, encontrando terra propícia, produzirão a seu modo e na mesma pauta de multiplicação. Nessa resposta da Natureza ao esforço do lavrador, temos simplesmente a lei.

Considerou que André Luiz estava observando o SETOR DE LARVAS com justificável admiração, e RESPONDEU:

- Não tenha dúvida. Nas moléstias da alma, como nas enfermidades do corpo físico, antes da afecção existe o ambiente.

o   As AÇÕES produzem efeitos;
o   Os SENTIMENTOS geram criações.
o   Os PENSAMENTOS dão origem a formas e consequências de infinitas expressões.

E, em virtude de cada Espírito representar um universo por si, CADA UM DE NÓS É RESPONSÁVEL pela EMISSÃO DE FORÇAS que lançamos em circulação nas correntes da vida, tais como:

o   A cólera, a desesperação, o ódio e o vício são forças que oferecem campo a perigosos germens psíquicos na esfera da alma.

o   Da mesma forma que acontece no terreno das enfermidades do corpo, o contágio no plano espiritual é fato consumado, desde que, a IMPREVIDÊNCIA ou a NECESSIDADE DE LUTA estabeleça ambiente propício, entre companheiros do mesmo nível, ou seja, de mesmo padrão vibratório.

o   Não se pode ignorar que muita gente cultiva a vocação para o abismo e que cada viciação particular da personalidade produz as formas sombrias que se alastra, por relaxamento do responsável, às regiões onde não prevalece o espírito de VIGILÂNCIA e DEFESA.

Ponderações feitas pelo Benfeitor Espiritual de André Luiz:

Não se pode esquecer a nossa condição de velhos reincidentes no abuso da lei. Desde o primeiro dia de razão na mente humana, Deus criou princípios religiosos, sugerindo-nos as regras de bem-viver. Contudo, à medida que se refinam conhecimentos intelectuais, parece que há menor respeito no homem para com as dádivas sagradas.

Os pais terrestres, com raríssimas exceções, são as primeiras sentinelas viciadas, agindo em prejuízo dos filhinhos. Comumente, aos vinte anos, em virtude da inércia dos vigias do lar, a mulher é uma boneca e o homem um manequim de futilidades doentias, muito mais interessados no serviço dos alfaiates que no esclarecimento dos professores; alcançando o monte do casamento, muitas vezes são pessoas excessivamente ignorantes ou demasiadamente desviadas.

Cumpre, ainda, reconhecer que nós mesmos (os Espíritos), em todo o curso das experiências terrestres, na maioria das ocasiões fomos campeões do endurecimento e da perversidade contra as nossas próprias forças vitais.

Entre ABUSOS DO SEXO e da ALIMENTAÇÃO, desde os anos mais tenros, nada mais fazíamos que desenvolver as tendências inferiores, cristalizando hábitos malignos.

- Seria, pois, de admirar tantas moléstias do corpo e degenerescências psíquicas?

O Plano Superior jamais nega recursos aos necessitados de toda ordem e, valendo-se dos mínimos ensejos, auxilia os irmãos de humanidade na restauração de seus patrimônios, seja cooperando com a NATUREZA ou inspirando a DESCOBERTAS DE NOVAS fontes medicamentosas e reparadoras.  (O auxílio da ciência vem do Plano Superior)

Por nossa vez, em nos despojando dos fluidos mais grosseiros, através da morte física, à proporção que nos elevamos em COMPREENSÃO e COMPETÊNCIA, transformamo-nos em AUXILIARES DIRETOS das criaturas.

Apesar disso, porém, o cipoal da ignorância é ainda muito espesso. E o VAMPIRISMO mantém considerável expressão, porque, se o Pai é sumamente misericordioso, é também infinitamente justo. Ninguém lhe confundirá os desígnios, e a morte do corpo quase sempre surpreende a alma em terrível condição parasitária.

Desse modo, a PROMISCUIDADE entre os encarnados indiferentes à Lei Divina e os desencarnados que a ela têm sido indiferentes, é muito grande na crosta da Terra.

Absolutamente sem preparo, e tendo vivido muito mais de sensações animalizadas que de sentimentos e pensamentos puros, as criaturas humanas, além do túmulo, em muitíssimos casos, prosseguem imantadas aos ambientes domésticos que lhes alimentavam o campo emocional.

Dolorosa ignorância prende-lhes os corações, repletos de particularismos, encarceradas no magnetismo terrestre, enganando a si próprias e fortificando suas antigas ilusões.

Aos infelizes que caíram em semelhante condição de parasitismo, as larvas que você observou servem de alimento habitual.

Semelhantes larvas são portadoras de vigoroso magnetismo animal.

 O Instrutor Espiritual de André Luiz, observando como suas indagações o entrechocavam no cérebro, considerou:

- Naturalmente que a fauna microbiana, em análise, não será servida em pratos; bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a substância vital.

André Luiz não conseguia dissimular o assombro que o dominava, então o instrutor espírtual levantou as seguintes reflexões:

 -Porque tamanha estranheza?
- E nós outros, quando nas esferas da carne?
- Nossas mesas não se mantinham à custa das vísceras dos touros e das aves?
- A pretexto de buscar recursos proteicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis.
- Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos.
- Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem a Obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência.
- O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muita vez à custa de resíduos, devia criar para nosso uso certas reservas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes.
- Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a suposta vantagem de enriquecer os valores culinários.
- Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente.
- Encarecíamos, com toda a responsabilidade da Ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte.
- Esquecíamos-nos de que ° aumento dos laticínios, para enriquecimento da alimentação, constitui elevada tarefa, porque tempos virão, para a Humanidade terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado.


André Luiz interviu para as seguintes considerações:

A ideia de que muita gente na Terra vive à mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante.

o   E a proteção das esferas mais altas?
o   E o amparo das entidades angélicas, a amorosa defesa de nossos superiores?

André, meu caro, falou o instrutor, benevolente:

- Devemos afirmar a verdade, embora contra nós mesmos.

- Em todos os setores da Criação, Deus, nosso Pai, colocou os superiores e os inferiores para o trabalho de evolução, através da colaboração e do amor, da administração e da obediência.

o   Atrever-nos-íamos a declarar, porventura, que fomos bons para os seres que nos eram inferiores?

o   Não lhes devastávamos a vida, personificando diabólicas figuras em seus caminhos?

Claro que não desejamos criar um princípio de falsa proteção aos irracionais, obrigados, como nós outros, a cooperar com a melhor parte de suas forças e possibilidades no engrandecimento e na harmonia da vida, nem sugerimos a perigosa conservação dos elementos reconhecidamente daninhos.

Todavia, devemos esclarecer que, no capítulo da indiferença para com a sorte dos animais, da qual participamos no quadro das atividades humanas, nenhum de nós poderia, em sã consciência, atirar a primeira pedra.

Os seres inferiores e necessitados do Planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis.

Confiam na tempestade furiosa que perturba as forças da Natureza, mas fogem, desesperados, à aproximação do homem de qualquer condição, excetuando-se os animais domésticos que, por confiar em nossas palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro, quase sempre com lágrimas de aflição, incapazes de discernir com o raciocínio embrionário onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão.

Se não protegemos nem educamos aqueles que o Pai nos confiou, como germens frágeis de racionalidade nos pesados vasos do instinto; se abusarmos largamente de sua incapacidade de defesa e conservação, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?
Na qualidade de médico, você não pode ignorar que o embriologista, contemplando o feto humano em seus primeiros dias, a distância do veículo natural, não poderá afirmar, com certeza, se tem sob os olhos o gérmen dum homem ou de um cavalo.

O médico legista encontra dificuldades para determinar se a mancha de sangue encontrada eventualmente provém de um homem, dum cão ou dum macaco.

O animal possui igualmente o seu sistema endocrínico, suas reservas de hormônios, seus processos particulares de reprodução em cada espécie e, por isso mesmo, tem sido auxiliar precioso e fiel da Ciência na descoberta dos mais eficientes serviços de cura das moléstias humanas, colaborando ativamente na defesa da Civilização.

Entretanto... Interrompera-se o instrutor e, considerando a gravidade do assunto, perguntei com emoção:

o   Como solucionar tão dolorosos problemas?

Os problemas são nossos -esclareceu o generoso amigo, tranquilamente, não nos cabe condenar a ninguém.

Abandonando as faixas de nosso primitivismo, devemos acordar a própria consciência para a responsabilidade coletiva.

A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo.

E os nossos abusos para com a Natureza estão cristalizados em todos os países, há muitos séculos. Não podemos renovar os sistemas econômicos dos povos, dum momento para outro, nem substituir os hábitos arraigados e viciosos de alimentação imprópria, de maneira repentina.

Refletem eles, igualmente, nos seus erros multimilenários. Mas, na qualidade de filhos endividados para com Deus e a Natureza, devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizar-se-ão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento.

Semelhante realização é de importância essencial na vida humana, porque:
o   sem AMOR para com os nossos inferiores, não podemos aguardar a proteção dos superiores;

o   sem RESPEITO para com os outros, não devemos esperar o respeito alheio.

Se temos sido VAMPIROS INSACIÁVEIS DOS SERES FRÁGEIS que nos cercam, entre as formas terrenas, abusando de nosso poder racional ante a fraqueza da inteligência deles, não é demais que, por força da animalidade que conserva desveladamente, venha a cair à maioria das criaturas em situações enfermiças pelo vampirismo das entidades que lhes são afins, na esfera invisível.

Os esclarecimentos de Alexandre, ministrados sem presunção e sem crítica, penetravam-me fundo. Algo de novo despertava-me o ser. Era o espírito de veneração por todas as coisas, o reconhecimento efetivo do Paternal Poder do Senhor do Universo. 

O delicado orientador interrompeu-me o transporte de íntima adoração ao Pai, acentuando:

- Segundo observa, o legítimo desenvolvimento mediúnico é problema de ascensão espiritual' dos candidatos às percepções sublimes. Entretanto. André, não importa que os nossos amigos, ansiosos pelos altos valores psíquicos, tenham vindo até aqui sem a devida preparação. Embora incipientes no assunto, lucraram muitíssimo, porque foram auxiliados contra o vampirismo venenoso e destruidor.

André Luiz o indagou:

o   Surpreendeu-se você com as larvas que lhes avassalam as energias espirituais; agora ver as entidades exploradoras que permanecem fora do recinto, esperando-lhes o regresso lá fora?

Respondeu o instrutor:

o   Sim. Se os nossos irmãos conseguissem de fato estabelecer sobre si mesmos os desejáveis golpes de disciplina, muito ganhariam em força contra a influenciação dos infelizes que os seguem.

o   Lamentavelmente, no entanto, são raros os que mantêm a necessária resolução, no terreno da aplicação viva da luz que recebem.

o   A maioria, rompido o nosso círculo magnético, organizado no curso de cada reunião, esquece as bênçãos recebidas e volta-se, novamente, para as mesmas condições deploráveis de horas antes, SUBJUGADA PELOS VAMPIROS renitentes e cruéis.

 Notando que os nossos amigos encarnados se dispunham a sair, o     instrutor convidou André Luiz:

                   - Venha comigo à via pública e observe por si mesmo.


Livro: Missionários da Luz – Francisco Cândido Xavier – Espírito André Luiz

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