II-Vida de Isolamento – Voto de Silêncio -AS LEIS MORAIS CAPÍTULO VII- LEI DESOCIEDADE

LIVRO TERCEIRO

AS LEIS MORAIS

CAPÍTULO VII- LEI DE SOCIEDADE

II-Vida de Isolamento – Voto de Silêncio

(Questão 769 a 772)

Concebe-se que, como princípio geral, a vida social esteja nas leis da Natureza. Todos os gostos são também naturais, porém no do isolamento absoluto seria condenável, porque o homem encontra nele satisfação egoísta. Há também homens que encontram satisfação na embriaguez; aprovas isso? Deus não pode considerar agradável uma vida em que o homem se condena a não ser útil a ninguém.

Aos homens que vivem em reclusão absoluta para fugirem ao contato pernicioso do mundo vê-se um duplo egoísmo.

Mas se esse retraimento tem por fim uma expiação, com a imposição de penosa renúncia, ainda assim, não é meritório pois que fazer maior bem do que o mal que se tenha feito, essa é a melhor expiação. Com esse retraimento, evitando o mal o homem cai em outro, pois esquece a lei de amor e caridade.

Que pensar dos que fogem do mundo para se devotarem ao amparo dos infelizes, esses se elevam e têm o duplo mérito de se colocarem acima dos prazeres materiais e de fazerem o bem pelo cumprimento da lei do trabalho.

E os que procuram no retiro a tranquilidade necessária a certos trabalhos não caracteriza o retiro absoluto do egoísta; eles não se isolam da sociedade, pois trabalham para ela.

Perguntai antes se a palavra é natural e por que Deus a deu. Deus condena abuso e não o uso das faculdades por ele concedidas. Não obstante, o silêncio é útil porque no silêncio te recolhes, teu espírito se torna mais livre e pode então entrar em comunicação conosco. Mas o voto de silêncio prescrito por algumas seitas desde a mais Alta Antiguidade é uma tolice. Sem dúvida, os que consideram essas privações voluntárias como atos de virtude tem boa intenção, mas se enganam por não compreenderem suficientemente as verdadeiras leis de Deus.

Comentário de Kardec: O voto de silêncio absoluto, da mesma maneira que o voto de isolamento, priva o homem das relações sociais que lhe podem fornecer as ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso.