Conceitualmente a paciência é o estado de perseverança tranquila. Quando a refletimos
sob a ótica do Espiritismo, é preciso analisar com maior profundidade os aspectos relacionados ao exercício da paciência.
Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, traz, através de um Espírito Amigo, Havre, 1862, boa reflexão sobre A PACIÊNCIA. Ele inicia a sua abordagem sob a ótica da DOR dizendo-nos:
"7 – A dor é uma benção que Deus envia aos seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no céu."
O Espírito vem nos trazer o testemunho de que, ainda que as coisas não estejam como gostaríamos, ainda que a vida que estamos levando não seja, exatamente, a vida que sonhamos, ainda que a dificuldade sobremaneira esteja instalada em nossos lares e familiares, que não devemos reclamar, se lamentar, mas sim, agradecer a Deus a oportunidade de vivenciar tais experiências, a fim de que possas através da paciência, vencer tais desafios.
A Paciência é a virtude capaz de nos tornar cada vez mais tolerantes perante as provas da vida.
A Paciência amplia a nossa capacidade de sermos resilientes, dando-nos a força necessária para recomeçar.
A Paciência é virtude nobre, que o habilita a compreender e aceitar o outro com todas as suas imperfeições.
"A caridade que consiste em dar esmolas aos
pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e conseqüentemente, bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho
para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa
paciência"
O Espírito Amigo, em verdade está nos dizendo que a paciência é a porta de entrada para o perdão, é o sentimento motivador para o exercício do perdão, pois que esta faz você compreender que o seu agressor, sob a premissa de que ainda está num estado de limitação muito aquém daquele em que você se encontra, e compreendendo tais limitações, se abre a possibilidade de perdoá-lo.
As compreensões que devemos ter para com aqueles que nos ofendem, nos causam sofrimento, devem estar relacionados a comportamentos e emoções, que nos vinculam a alguém de forma negativa. Portanto, é preciso refletir:
- Qual a CAUSA REAL de minha impaciência?
- Que FATO ACONTECE para que para eu perca a paciência?
- Quais as MOTIVAÇÕES REAIS para que eu me torne impaciente?
- Quem são as PESSOAS ou COISAS que me impacientam?
- POR QUE causa em mim, esse sentimento de intolerância?
O Espírito Amigo então, nos chama a atenção, para as pequenas coisas, sobre as quais não deveríamos atribuir tamanha importância, ao ponto de nos tornarmos impacientes, quando diz:
"A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir."
Nos chama atenção para o cumprimento de nossos DEVERES, como meio de nos mantermos no caminho reto, a fim de que, antes de agir com impaciência, possamos vislumbrar um horizonte de compensações ao exercício da paciência para consigo, e para como o outro.
Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensações que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores.
Afirma categoricamente, que aquele que lança o olhar para frente e para o alto, consegue levar uma vida mais leve em meio a todas as dificuldades. Em contrapartida, aquele que segue cabisbaixo, queixoso, vitimista, acaba tornando as provas ainda mais difícil, se distanciando cada vez mais, de compreende-las, como meios necessários à sua própria evolução.
O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra.
Por fim, no Evangelho, o Espirito Amigo nos encoraja a seguir na direção do Cristo, ensejando a prática cristã da paciência.
"Coragem, amigos: o Cristo é o vosso modelo. Sofreu mais que qualquer um de vós, e nada tinham de que se acusar, enquanto tendes a expiar o vosso passado e de fortalecer-vos para o futuro. Sede, pois, paciente, sede cristãos: esta palavra resume tudo.
VOCÊ É PACIENTE?
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questão 909 nos diz que toda e qualquer virtude pode ser desenvolvida, aprendida e praticada, bastando que a gente queira de verdade.
“Poderia
sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as
suas más inclinações?” “Sim, e, frequentemente, fazendo
esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade.
Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!”
suas más inclinações?” “Sim, e, frequentemente, fazendo
esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade.
Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!”
Essa afirmativa mostra que todo e qualquer ser humano, em franco processo de desenvolvimento e evolução pode ser regenerado, pode modificar forma de pensar, de sentir e de agir, bastando que o mesmo tenha VONTADE FIRME e DISPOSIÇÃO para tais mudanças. Para tanto, é preciso:
Desenvolver a CAPACIDADE DE COMPREENDER A SI E O OUTRO
- O que está a contecendo?
- O que desejam as pessoas envolvidas?
- Por que estão desequilibradas?
- Qual a sua real intenção?
Submeter todas as circunstâncias ao CRIVO DA RAZÃO
- Analise sob a ótica da realidade.
- Se restrinja aos fatos, racionalmente.
- Separe a sua emotividade da análise em questão para não se apavorar.
- Conhecidos ambos os lados, discernir sobre os fatos, para a partir daí decidir sobre o que fazer, como agir.
Momento de AGIR no bem
- Disposição para dialogar e escutar o outro.
- Tomar atitudes para resolver o problema, pautado no entendimento mutuo.
Vida e Paz! Alessandra Uzêda
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