II – Provas da Existência de Deus- Livro Primeiro - As causas primárias - Capítulo I - DEUS

LIVRO PRIMEIRO
AS CAUSAS PRIMÁRIAS
CAPÍTULO I - DEUS
II – Provas da Existência de Deus
 Deveis procurar a prova da existência de Deus em tudo o que não é obra do homem e a vossa razão vos dirá.  Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa.

Comentário de Kardec:

Para crer em Deus é suficiente lançar os olhos às obras da criação. O universo existe; ele tem, portanto, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa. ”

A consequência da existência de Deus, que podemos tirar do sentimento intuitivo, que todos os homens trazem consigo, é que Deus existe; pois de onde lhes virá esse sentimento, se ele não se apoiasse em nada? E uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa.

O sentimento íntimo da existência de Deus, que trazemos conosco, não seria o efeito da educação e o produto de ideias adquiridas, considerando que os vossos selvagens também teriam esse sentimento.

Comentário de Kardec:

Se o sentimento da existência de um ser supremo não fosse mais que o produto de um ensinamento, não seria universal e nem existiria, como as noções cientificas. Senão entre os que tivessem podido receber esse ensinamento. ”

Não poderíamos encontrar a causa primária da formação das coisas nas propriedades íntimas da matéria, pois que não saberíamos a causa dessas propriedades, pois é sempre necessária uma causa primária.

Comentário de Kardec:

 Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, pois essas propriedades são em si mesmas um efeito, que deve ter uma causa. ”

Seria um absurdo pensar que a opinião é que atribui a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou seja, ao acaso. Pois que o homem de bom senso não pode considerar o acaso como um ser inteligente, sobretudo considerando que o acaso se resume a nada.

Comentário de Kardec:

A harmonia que regula as forças do universo revela combinações e fins determinados, e por isso mesmo um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso, seria uma falta de senso, porque o acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um acaso inteligente já não seria um acaso. ”

Pode-se notar uma inteligência suprema, superior a todas as outras, na causa primária.  Conforme diz o provérbiopela obra se conhece o autor. Pois bem: vede a obra e procurai o autor! É o orgulho que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite fora de si, e é por isso que se considera um espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!

Comentário de Kardec:

Julga-se o poder de uma inteligência pelas suas obras. Como nenhum ser humano pode criar o que a Natureza produz, a causa primária há de estar numa inteligência superior à Humanidade. ”

Sejam quais forem os prodígios realizados pela inteligência humana esta inteligência tem também uma causa e, quanto maior for a sua realização maior deve ser a causa primária. Esta inteligência superior é a causa primária de todas as coisas qualquer que seja o nome pelo qual o homem a designe.



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