VII- Parentesco e Filiação,CAPÍTULO IV: Pluralidade das Existências- LIVRO SEGUNDO

LIVRO SEGUNDO
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IV– PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
VII – Parentesco e Filiação
(Questões 203 à 206)

Os pais não transmitem, aos filhos, uma porção de sua alma. Lhes dão somente a vida animal, porque a alma é indivisível. Um pai estúpido pode ter filhos inteligentes, e vice-versa.
Desde que tivemos muitas existências, o parentesco remonta às anteriores, pois não poderia ser de outra maneira. A sucessão das existências corpóreas estabelece entre os Espíritos liames que remontam às existências anteriores; disso decorrem frequentemente as causas de simpatia entre vós e alguns Espíritos que vos parecem estranhos.

Segundo certas pessoas, a doutrina da reencarnação amplia os laços de família, fazendo-as remontar às existências anteriores. Baseando-se o parentesco em afeições anteriores, os laços que unem os membros de uma mesma família são menos precários. A reencarnação amplia os deveres da fraternidade, pois no vosso vizinho ou no vosso criado pode encontrar-se um Espírito que foi do vosso sangue.

Ela diminui, entretanto, a importância que alguns atribuem à sua filiação, porque se pode ter tido como pai um Espírito que pertencia a uma outra raça, ou que tivesse vivido em condição bem diversa; mas essa importância se baseia no orgulho. O que a maioria honra nos antepassados são os títulos, a classe, afortuna. Este coraria de haver tido por avô um sapateiro honesto, e se vangloriaria de descender de um nobre debochado. Mas digam ou façam o que quiserem, não impedirão que as coisas sejam como são, porque Deus não regulou as leis da Natureza pela nossa vaidade.

Seguramente, devemos sentir-nos felizes de pertencer a uma família na qual se encarnam Espíritos elevados. Embora os Espíritos não procedam uns dos outros, não têm menos afeição pelos que estão ligados a eles por laços de família, porque os Espíritos são frequentemente atraídos a esta ou àquela família por causa de simpatias ou ligações anteriores. Mas acreditai que os Espíritos de vossos antepassados não se sentem absolutamente honrados com o culto que lhes tributais por orgulho. Seu mérito não recai sobre vós senão na medida em que vos esforçais por seguir os seus bons exemplos. Somente assim a vossa lembrança lhes pode ser, não apenas agradável, mas até mesmo útil.

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