PROVAS VOLUNTÁRIAS O VERDADEIRO CILÍCIO - CAPÍTULO V-Bem Aventurados os Aflitos


CAPÍTULO V

PROVAS VOLUNTÁRIAS O VERDADEIRO CILÍCIO


- É permitido abrandar as vossas próprias provas?


As PROVA têm por objetivo exercitar a INTELIGÊNCIA, assim como a PACIÊNCIA e a RESIGNAÇÃO.


O homem pode nascer numa posição penosa e difícil, exatamente para obriga-lo a  procurar os meios de vencer as dificuldades.


O MÉRITO consiste em SUPORTAR SEM LAMENTAÇÃO as consequências dos males que não se podem evitar, em perseverar na luta, e não se desesperar se não for bem sucedido.


- Há mérito em procurar as aflições, agravando as próprias provas por sofrimentos voluntários?


Haverá mérito quando os sofrimentos e as privações têm por objetivo o bem do próximo, não quando tendo por objetivo a si mesmo.


- Distinções a fazer:


·       Para vós, pessoalmente, contentai-vos com as provas que Deus vos envia, e não aumenteis sua carga, por vezes, já tão pesada; aceita-las SEM LAMENTAÇÕES e COM FÉ, é tudo o ele vos pede. Não sacrificais O VOSSO CORPO com privações inúteis, pois precisarás de toda a sua força para cumprir sua missão de trabalho na Terra.


“Torturar voluntariamente o vosso corpo é contravenção à Lei de Deus.”  Enfraquecê-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio.


Usai, mas não abuseis: assim é a Lei. O abuso das melhores coisas traz sua punição nas consequências inevitáveis.


·       A outra coisa é o sofrimento que se impõe para alívio do próximo. Se suportais o frio e fome para aquecer e alimentar aquele que disso tem necessidade, e se o vosso corpo com isso sofre, eis o sacrifício que é abençoado por Deus.


·       Vós que vive isoladamente já se perguntou qual a vossa utilidade na Terra? Se quereis um cilício, aplicai sobre a vossa alma e não sobre o vosso corpo; mortificai o vosso espírito e não vossa carne; fustigai vosso orgulho; resisti contra a injúria e a calúnia, mais pungente que a dor corporal. Eis o verdadeiro cilício...um ANJO GUARDIÃO, Paris, 1863.


·       Estais sobre a Terra de expiação para rematar vossas provas, e que tudo aquilo que vos sucede é uma consequência de vossas existências anteriores, o ônus da dívida que tendes a pagar. Porém, em relação ao próximo, deve-se sempre perguntar a si mesmo: Como posso abrandar o sofrimento de meu irmão? Minhas consolações morais, apoio material, meus conselhos podem ajudá-lo a vencer essa prova com mais força, paciência e resignação? Ajudai-vos sempre!


- Um homem está agonizante, vítima de cruéis sofrimentos; ...; é permitido poupar-lhe alguns instantes de angústia, apressando-lhe o fim?


Quem poderia prejulgar os desígnios de Deus? Em qualquer extremo que esteja um moribundo, NINGUÉM pode dizer com certeza que sua última hora chegou.

Abrandai-vos os últimos sofrimentos quanto esteja em vós, mas aguardai0vos de abreviar a vida, não fosse senão de um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro. ( SÃO LUIS, Paris, 1860).




- Aquele que está desgostoso da vida, que não que suicidar-se mas que procura a morte, com o pensamento de torna-la útil.


Que o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre de abreviar a vida e, por conseguinte, há suicídio de intenção, senão de fato. (SÃO LUIS, Paris, 1860).


- Um homem se expõe a um perigo iminente para salvar um dos seus semelhantes sabendo de antemão que ele mesmo sucumbirá.


Se não há intenção de procurar a morte, não há suicídio, mas devotamento e abnegação, embora a certeza de perecer. Mas quem pode ter essa certeza, senão Deus? A Providência Divina não pode reservar uma meio inesperado de salvação? (SÃO LUIS, Paris, 1860).


- Aqueles que aceitam seus sofrimentos com resignação embora trabalhem para si mesmos, tornam seus sofrimentos proveitosos aos outros, material ou moralmente. Materialmente, se pelo trabalho se seus sacrifícios e privações contribuem para o bem-estar do próximo; moralmente, pelo exemplo eu dão, estimulando os infelizes à resignação, podendo salvá-los do desespero e suas consequências.

(SÃO LUIS, Paris, 1860).



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