quinta-feira, 19 de julho de 2018

VAMPIRISMO ESPIRITUAL, uma forma de Obsessão!


Comentando as ocorrências da obsessão e do vampirismo no veículo fisiopsicossomático, é importante lembrar os fenômenos do parasitismo nos reinos inferiores da Natureza.

 Sem nos reportarmos às simbioses fisiológicas, encontraremos a ASSOCIAÇÃO PARASITÁRIA, no domínio dos animais, à maneira de uma sociedade, na qual uma das partes, quase sempre após, criou para si mesma vantagens especiais, com manifesto prejuízo para a outra, que passa, em seguida, à condição de vítima.

Em semelhante desequilíbrio, as vítimas se acomodam, por tempo indeterminado, à pressão externa dos verdugos; contudo, em outras eventualidades, sofrem-lhes a intromissão direta na intimidade dos próprios tecidos, em ocupação impertinente que, às vezes, se degenera em conflito destruidor e, na maioria dos casos, se transforma num acordo de tolerância, por necessidade de adaptação, perdurando até à morte dos hospedeiros espoliados, quando limitando a própria ação, quando se alojam nas reentrâncias do corpo a que se impõem.

Não será lícito esquecer, porém, que toda simbiose exploradora de longo curso, principalmente a que se verifica no campo interno, resulta de adaptação progressiva entre o hospedador e o parasita/obsessor, os quais, não obstante reagindo um sobre o outro, lentamente concordam na sociedade em que persistem, sem que o hospedador considere os riscos e perdas a que se expõe, comprometendo não apenas a própria vida, mas a existência da própria espécie.

TRANSFORMAÇÕES DOS PARASITAS/OBSESSORES

Tem-se, portanto:

·      OS PARASITAS TEMPORÁRIOS – o parasita apenas transitoriamente visitam os hospedadores.

·      OS PARASITAS OCASIONAIS ou os PSEUDOPARASITA -  que sistematicamente não são parasitas, mas que vampirizam outros animais, quando as situações do ambiente a isso os conduzam.

·      OS PARASITAS PERMANENTES de desenvolvimento direto, que dispõem de um HOSPEDADOR EXCLUSIVO e a cuja existência se encontram ajustados por laços indissolúveis.

·      OS PARASITAS HETEROXÊNIOS, que se fazem adultos, contam com um ou mais hospedeiros intermediários, quando se encontram em período larval, para atingirem a forma completa no hospedeiro definitivo.

·      OS HIPERPARASITAS, que são parasitas de outros parasitas.
Concluindo-se que, O PARASITISMO ENTRE OS ANIMAIS, não decorre de uma  condição natural, mas sim, de uma AUTÊNTICA ADAPTAÇÃO deles ao modo particular de comportamento, ao qual se une, podendo originar novas espécies, antes desconhecidas.

TRANSFORMAÇÕES DOS HOSPEDEIROS

Todavia, se os parasitas podem acusar expressivas transformações, à face do novo regime de existência a que se afeiçoam, os resultados de tais associações sobre o hospedeiro são mais profundos, pois depois de instalados:

  • ·        se multiplicam, ameaçadores;
  • ·         estabelecem espoliações sobre as províncias orgânicas da vítima,     sugando-lhe a vitalidade, traumatizando lhe os tecidos, provocando lesões parciais ou totais ou estendendo ações tóxicas, como a exaltação febril nas infecções, com que, algumas vezes, lhe apressam a morte.

Nessa movimentação perniciosa ou letal, conseguem irritar as células ou destruí-las, obstruir cavidades, seja nos intestinos ou nos vasos, embaraçar funções e obliterar glândulas importantes, quais as glândulas genitais, que podem levar até à castração, embora os recursos defensivos do hospedeiro sejam postos em evidência, criando exércitos celulares de combate às infestações, expulsando os invasores por via comum, ou neutralizando lhes a penetração, pelas membranas fibrosas que os envolvem, encistando-os a princípio, para aniquilá-los, depois, em pequeninos invólucros calcificados, no interior dos tecidos.

E lembrando os efeitos de certos parasitas heteroxênicos, que se desenvolvem no hospedeiro intermediário para alcançar a posição adulta no hospedeiro definitivo, bastará menção especial aos tripanossomas (parasita do sangue em diversos animais e no homem) que, em espécies várias, se multiplicam nos tecidos e líquidos orgânicos, traçando aflitivos problemas da parasitologia humana, em complicadas operações de transmissão, evolução e instalação no quadro fisiológico de suas vítimas.

OBSESSÃO E VAMPIRISMO

Em processos diferentes, mas atendendo aos mesmos princípios de simbiose prejudicial, encontramos os CIRCUITOS DE OBSESSÃO E DE VAMPIRISMO ENTRE ENCARNADOS E DESENCARNADOS, desde as eras recuadas em que o espírito humano, ILUMINADO PELA RAZÃO, foi chamado pelos princípios da Lei Divina a renunciar ao egoísmo e à crueldade, à ignorância e ao crime.

Rebelando-se, no entanto, em grande maioria, contra as sagradas convocações, e livres para escolher o próprio caminho, as criaturas humanas DESENCARNADAS, em alto número, começaram a oprimir os companheiros da retaguarda:

·        disputando afeições e riquezas que ficavam na carne;
·        ou tentando empreitadas de vingança e delinquência, quando sofriam o processo liberatório da desencarnação em circunstâncias delituosas.

As vítimas de homicídio, e violência, brutalidade manifesta ou perseguição disfarçada, DESENCARNADAS, entram na FAIXA MENTAL dos ofensores, conhecendo-lhes a enormidade das faltas ocultas, e, ao invés do perdão, com que se exonerariam da cadeia de trevas, empenham-se em VINGANÇAS, retribuindo golpe a golpe e mal por mal.

Outros desencarnados, exigindo que Deus lhes providencie solução aos caprichos pueris e proclamando-se inabilitados para o resgate do preço devido à evolução que lhes é necessária, tornam-se OCIOSOS e GOZADORES, e, alegando a suposta impossibilidade de a Sabedoria Divina dirimir os padecimentos dos homens, pelos próprios homens criados, fogem, acovardados e preguiçosos, aos deveres e serviços que lhes competem.

“INFECÇÕES FLUÍDICAS”

Muitos acometem os adversários que ainda se entrosam no corpo terrestre:

·        empolgando-lhes a imaginação com formas mentais monstruosas;
·        operando perturbações que podemos classificar como “infecções fluídicas” e que determinam o colapso cerebral com arrasadora loucura.
·        E ainda muitos outros, imobilizados nas paixões egoísticas desse ou daquele teor, descansam em pesado monodeísmo, ao pé dos encarnados, de cuja presença não se sentem capazes de afastar-se,
·        Outros absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam, aqui e ali;
·        Outros muitos, conscientes, após se inteirarem dos pontos vulneráveis de suas vítimas, segregam sobre elas determinados produtos, filiados ao quimismo do Espírito, e que podemos nomear como simpatinas e aglutininas mentais, produtos esses que, lhes modificam a essência dos próprios pensamentos a verterem, contínuos, dos fulcros energéticos do tálamo, no diencéfalo.

Estabelecida essa operação de ajuste, que os desencarnados e encarnados, comprometidos em aviltamento mútuo, realizam em franco automatismo, à maneira dos animais em absoluto primitivismo nas linhas da Natureza:

·        Os verdugos comumente senhoreiam os neurônios do hipotálamo, acentuando a própria dominação sobre o feixe amielínico que o liga ao córtex frontal, controlando as estações sensíveis do centro coronário que aí se fixam para o governo das excitações, e produzem nas suas vítimas, QUANDO CONTRARIADOS EM SEUS DESÍGNIOS, inibições de funções viscerais diversas, mediante influência mecânica sobre o simpático e o parassimpático, que compõe o seu sistema nervoso .

·        Tais manobras, em processos intrincados de vampirismo, prestigiam o REGIME DO MEDO ou de GUERRA NERVOSA nas criaturas de que se vingam, ALTERANDO-LHES A TELA PSÍQUICA ou impondo PREJUÍZOS CONSTANTES aos tecidos somáticos.

“PARASITAS OVÓIDES”

 Inúmeros infelizes, obstinados na ideia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego, DESENCARNADOS, envolvem sutilmente aqueles que se lhes fazem objeto da calculada atenção e, auto hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço, infinitamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo, acusando, passo a passo, enormes transformações na morfologia do veículo espiritual.

Essas transformações do veículo espiritual, ocorrem retraindo os órgãos psicossomáticos, por falta de função, assemelham-se a OVOIDES, vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação, pelos seguintes motivos:
  • ·        pensamentos de remorso
  • ·        pensamentos de arrependimento tardio,
  • ·        ódio voraz
  • ·   egoísmo exigente que alimentam no próprio cérebro, através de ondas mentais incessantes.

Nessas condições, o obsessor ou parasita espiritual perde as características morfológicas primitivas, para converter-se em massa celular parasitária. No tocante à criatura humana, o obsessor passa a viver no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas, situação essa que, em muitos casos, se prolonga para além da morte física do hospedeiro, conforme a natureza e a extensão dos compromissos morais entre credor e devedor.

PARASITISMO E REENCARNAÇÃO

 Nas ocorrências dessa ordem, quando a decomposição da vestimenta carnal não basta para consumar o resgate preciso, vítima e verdugo se equiparam na mesma gama de sentimentos e pensamentos, caindo, além-túmulo, em dolorosos painéis infernais, até que a Misericórdia Divina, por seus agentes vigilantes, após estudo minucioso dos crimes cometidos, pesando atenuantes e agravantes, promove a reencarnação daquele Espírito que, em primeiro lugar, mereça tal recurso.

 E, executado o PROJETO DE RETORNO DO BENEFICIÁRIO, a regressar do Plano Espiritual para o Plano Terrestre, sofre a MULHER, indicada por seus débitos à gravidez respectiva, o ASSÉDIO DE FORÇAS OBSCURAS que, em muitas ocasiões, se lhe implantam no vaso genésico por simbiontes que influenciam o feto em gestação, estabelecendo-se, desde essa hora inicial da nova existência, ligações fluídicas através dos tecidos do corpo em formação, pelas quais a ENTIDADE REENCARNANTE, a partir da infância, continua enlaçada ao companheiro ou aos companheiros menos felizes, que integram com ela toda uma equipe de almas culpadas em reajuste.

Desenvolve-se lhe, então, a meninice, cresce, reinstrui-se, e retorna à juvenil idade das energias físicas, padecendo, porém, a influência constante dos assediantes, até que, frequentemente por intermédio de uniões conjugais, em que a provação emoldura o amor, ou em circunstâncias difíceis do destino, lhes ofereça novo corpo na Terra, para que, como filhos de seu sangue e de seu coração, lhes devolva em moeda de renúncia os bens que lhes deve, desde o passado próximo ou remoto.

Se os adversários do Espírito reencarnado são em maior número, atuam, muitos deles, tomando os filhos de suas vítimas e afins deles próprios, por hospedeiros intermediários das formas-pensamentos deploráveis que arremessam de si, alcançando em seguida, a mente dos pais ou hospedeiros definitivos, a inocular-lhes perigosos fluídos sutis, com que lhes infernizam as almas, muitas vezes até à ocasião da própria morte.


TERAPÊUTICA DO PARASITISMO DA ALMA

 Importa, no entanto, observar que todos os sofrimentos e corrigendas a que nos referimos estão conjugados para as consciências encarnadas ou não, dentro da lei de ação e reação que a cada um confere hoje o equilíbrio ou o desequilíbrio, por suas obras de ontem, reconhecendo-se que assim como existem medidas terapêuticas contra o parasitismo no mundo orgânico, qualquer criatura encontra, na aplicação viva do bem, eficiente remédio contra o parasitismo da alma. NÃO BASTARÁ, porém, a palavra que ajude e a oração que ilumina.

O hospedeiro de influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só o exemplo é suficientemente forte para renovar e reajustar.

A ação do bem genuíno, com a quebra voluntária de nossos sentimentos inferiores, produz vigorosos fatores de transformação sobre aqueles que nos observam, notadamente naqueles que se nos agregam à existência, influenciando-nos a atmosfera espiritual, de vez que as nossas demonstrações de fraternidade inspiram nos outros pensamentos edificantes e amigos que, em circuitos sucessivos ou contínuas ondulações de energia renovados, modificam nos desafetos mais acirrados qualquer disposição hostil a nosso respeito.

Ninguém necessita, portanto, aguardar reencarnações futuras, entretecidas de dor e lágrimas, em ligações expiatórias, para diligenciar a paz com os inimigos trazidos do pretérito, porque, pelo DEVOTAMENTO AO PRÓXIMO e pela HUMILDADE realmente PRATICADA E SENTIDA, é possível valorizar nossa frase e santificar nossa prece, atraindo simpatias valiosas, com intervenções providenciais, em nosso favor.

É que, em nos reparando transfigurados para o melhor, os nossos adversários igualmente se desarmam para o mal, compreendendo, por fim, que só o bem será, perante Deus, o nosso caminho de liberdade e vida. (Uberaba, 19/3/58.)

Fonte: Evolução em dois mundos
Chico Xavier e Waldo Vieira
Pelo Espírito André Luiz


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